Leticia 01/05/2023
Liévin, o personagem mais chato da história
Os personagens que Tolstói constrói nesse livro são incrivéis, reais e complexos. Para mim existe uma semelhança muito forte entre a escrita do Machado de Assis e a do Tolstói, sendo que o primeiro foca mais nas situações e o segundo nos indivíduos.
A Anna é simplesmente uma construção perfeita e se destaca dos demais personagens, pois você, ao longo do livro, simplesmente não sabe o que pensar dela. Ela é uma mulher injustiçada que só quer viver o amor? Ela está sendo absolutamente injusta e cruel com o marido e com o amante? Ela é louca? Mal intencionada? Incompreendida? Terminei o livro sem saber, mas com a sensação de que ela é muito fácil de amar, ao mesmo tempo que é impossível ama-la. Ela dá nome a obra porque é, de longe, a melhor coisa de todas as 800 páginas.
Por outro lado, o Liévin é simplesmente insuportável. Mesmo ele sendo a pessoa mais correta de toda a história, é quase uma tortura ler tanto sobre o personagem, que esta sempre discordando de tudo, criando caso com alguma coisa ou refletindo por várias páginas sobre agricultura. No fim, sentia que todos os capítulos focados nele, da metade para o fim do livro, serviam para que o autor discutisse questões próprias que ele não podia tratar em outro lugar. (Vai pra terapia, Tolstói!!!)
Achei o livro bom, mas ele seria muito melhor se não tivesse tanta lenga lenga denecessária do Liévin.