mariml 16/09/2020
Considerado até hoje como "o maior romance já escrito" pela revista Time (2007), Anna Kariênina é um excelente romance que abordará questões sobre a natureza humana, a alta sociedade russa e o matrimônio, com todas as suas nuances.
Originalmente quotado para se chamar "Dois Casamentos" pelo seu autor, a história pode fazer um paralelo entre os dois relacionamentos que envolvem Anna: com Alexei Alexandrovich, esposo perante a lei, e o Conte Vrónsky, amante. Além disso, há a comparação explícita entre os tipos de amor: o de Anna e Vrónsky, carnal; e o de Liévin e Kitty, totalmente idealizado.
Há, ainda, o contexto da religião que se perpetua por toda a obra, criando não só questionamentos no âmbito do matrimônio como também da própria existência humana, como pode ser observado por meio dos personagens Anna e Liévin (ao qual este último, seria uma clara representação do próprio Tolstói na obra, enquanto Anna, seria totalmente o oposto de seus pensamentos e crenças).
Mesmo sendo uma obra muito extensa, o que pode assustar e até afastar alguns leitores, Anna Kariênina é um romance incrível, muito bem escrito, e que não irá o decepcionar. Sua leitura é rápida e desenvolta, e as comparações entre as personagens, situações e matrimônios, embora inicialmente não tão óbvias, são interessantíssimas.