Resenhas - A história da aia

Suzana203 07/03/2024

Ainda bem que tem a série, eu ficaria extremamente agoniada só lendo esse final, sem saber o que rolou com a June
Talvez se eu tivesse lendo o livro sem ter assistido a série antes eu não teria gostado tanto, muita coisa não é explicada e gera uma certa confusão, então já ter uma visão daquilo e de como funcionava facilitou muito a leitura.

distópica 07/03/2024

Melhor nunca significa melhor para todos
Em uma ditadura religiosa instaurada por uma facção católica após o assassinato do presidente dos Estados Unidos, Offred é uma das poucas mulheres férteis que sobraram. Em uma sociedade assolada pelas catástrofes ambientais, essas mulheres foram selecionadas e submetidas a condições de "Aias" cujo único objetivo é reprodução.
A história é narrada por Offred (ou June?), que nos apresenta Gilead, a atual república patriarcal, onde os homens são detentores de todo conhecimento e educação e as mulheres só possuem um objetivo: obedecer e reproduzir. O objetivo é manter a sociedade fortalecida, crescendo as taxas de natalidade que foi fortemente afetada pela radiação causada pelos danos ao meio ambiente. Para isso se faz necessário a submissão das mulheres por um bem maior e melhor para todos, que sempre significa "pior para alguns".
Estamos dentro da mente de Offred, frequentemente somos transportados do presente para o passado, para as memórias da aia, que aos poucos nos explica como chegou ali.
Uma jornada que permeia a angústia, revolta e pequenos momentos de lucidez. Uma leitura prazerosa, muito bem escrita e ouso dizer, um presságio.

dani1064 06/03/2024

Fantástico
Brilhante. Certamente é um dos livros mais necessários para compreender os efeitos das ações sociais.

O livro é extremamente psicológico e demonstra muito bem a mente da personagem, seus anseios, angústias, questionamentos e diversos outros sentimentos intensos. É notável que, no decorrer da leitura, a Offred se perde em sua própria cabeça. Pode-se dizer que 40% da história são lembranças confusas e os outros 60% são a realidade, o que ela vive hoje.

A organização social me deixou absolutamente intrigada. Das Esposas às Não-Mulheres, existe, sim, uma grande opressão. É nítida a desigualdade entre os homens e mulheres, a partir do fato de que até os homens mais pobres têm mais poder que as mulheres mais ricas.
Ainda na questão da organização social: o nome das Aias é um indicativo de posse. O próprio nome da protagonista, Offred, é um exemplo. As Aias não são pessoas, são objetos que servem para a reprodução, são usufruídas pelos seus Comandantes (e todo o resto da sociedade) como uma "máquina de bebês".

Muitos dos acontecimentos são nojentos e perturbadores. Alguns me fizeram pausar a leitura por um tempo para conseguir digerir a atrocidade, muitas vezes tratada como normal, que estava lendo. As cenas da Cerimônia e do Muro são extremamente violentas e repugnantes, mesmo nos momentos em que elas são propositalmente romantizadas e tratadas como "o cotiano que faz sentido no contexto atual", e o fato da história acontecer em um futuro distópico não tão distante é arrepiante.

A trama traz um julgamento extremamente intenso. Não, o livro não tem como objetivo disseminar ódio sobre o Cristianismo para enaltecer pensamentos feministas, mas sim criticar as interpretações radicais de livros sagrados (neste caso, a Bíblia) e avaliar os seus impactos em uma sociedade funcional, focando, principalmente, nas mulheres. A história poderia muito bem ser aplicada a partir da interpretação rígida do Corão, por exemplo. Além disso, o livro é uma prova viva de que o machismo não é uma frescura: o romance só existe porque, em nosso grupo atual, existe algo minimamente parecido e identificável, que chamou a atenção de Margaret Artwood.

Para mim, me senti muito presa à leitura e realmente gostei do estilo da autora. A história é envolvente e, no meu ponto de vista, muito interessante. Uma leitura atenta consegue capturar muitas interpretações.

Em resumo, O Conto da Aia é uma leitura inteiramente necessária. Há, sim, uma complexidade na escrita, os cenários construídos são sombrios e o enredo é envolvente. Sua importância para compreender o nosso grupo social atual existe: podemos realmente afirmar que o machismo existe e está presente em todos os lugares, já que veio da nossa história.

Manu 06/03/2024

Impactante
Acho que é, sem dúvidas, um livro que toda mulher deveria ler. A possibilidade de um dia chegarmos a esse nível de retrocesso social se torna um receio com essa narrativa. Não deixa nada leve, é crua e com detalhes bem delineados de uma sociedade extremamente patriarcal, mas com toques de matriarcado. A releitura deste clássico contemporâneo não cansa de impactar. É certamente um dos meus favoritos da vida!

Cissa 06/03/2024

Que livro bom, tipo bom mesmo. Passei o livro intero preucupada, indignada e chocada e adorei. Um libro com super reflexões sobre feminismo, machismo, extremismos,religião, entre outros. Um das minhas reflexões favoritas está no final na "análise histórica" que vemos como muito é apagado e pensamos no passado que não conhecemos realmente.
O motivo que eu não dei 5 estrelas foi a estrutura do livro, que é narrado indo e voltando pro passado, presente, pensamento, e me deixa louquinha, mas esse é um problema meu mesmo, pq a autora é genial e queria um livro que relatasse algo como os pensamentos realmente fluem em nossas cabeças, mas mesmo assim fiquei incomodada.
Fora isso, eu totalmente recomendo a leitura desse livro.

Alvv 05/03/2024

Toda a historia tem um tom de melancolia e de tristeza, parece que todas as cenas seriam em preto e branco, isso faz a experiência ser totalmente amarrada.
O conto da Aia deveria ser uma leitura obrigatória pra todo mundo, pois ensina a fundo sobre valores e deveres de uma sociedade principalmente para as mulheres.

vitoriareic 05/03/2024

não sei bem o que falar sobre esse livro, é com certeza muito bem estruturado, por mais que eu esperasse outra coisa dos acontecimentos que antecederam o final (a relação dela com o nick, por exemplo). tem muita profundidade, me lembrou um pouco o livro 1984. acho a maneira como a história foi contada muito interessante, o contexto, os elementos, tudo. gostei bastante!

Prof. Angélica Zanin 04/03/2024

Não deixe que esses bastardos te reduzam as cinzas
Li e demorei muito, minha filha me emprestou. Amei, mas sofri. Em uma sociedade distópica, mulheres jovens são incubadoras e toda liberdade é serceada. Os comandantes são os próprios, ou seja, no comando, suas esposas estéreis poupadas por um bem maior. Filhos, maridos, amores, afastados pra sempre. E políticas e jogos de poder determinam quem é quem. Homossexuais, mulheres "levianas" e quem não se curva às normas é enforcado. Qualquer semelhança é mera coincidência, afinal, esse mundo distópico anda bem perto de nós.

Lurene 04/03/2024

Impactante
Que livro!!! Que escrita!!!
Um alerta para muitas coisas que vivemos!
Trata-se de uma distopia, mas vale muito a reflexão sobre as relações de poder, sobre as interferências de religião e Estado; sobre as relações patriarcais.

Rodrigo1007 03/03/2024

A história desperta curiosidade do início ao fim, porém se torna difícil se prender pela forma que é escrito . Escritora falha demonstrar em que momento determinadas interações estão acontecendo, muitas vezes trocando de datas no meio de interações, sem falar da falta de foco narrativo, mudando de assunto constantemente, muitas vezes cortando um raciocínio no meio.

marnofimdocaminho 03/03/2024

O conto da aia
"o conto da aia" foi o primeiro livro que lemos no clube do livro das meninas, e apesar dele ter começado bem lento, foi uma leitura muito apropriada pra ser nossa primeira kkkkk

esse é um livro distopico, que chega a ser assustador como as coisas mais absurdas se parecem tão próximas da nossa realidade, de forma que você se vê horrorizado com os acontecimentos e mais ainda com a nossa própria vida e sociedade.

a escrita é bem lenta, ela descreve muitas coisas banais no começo do livro e as coisas começam a realmente acontecer lá pela página 200, quando acontece tudo de uma vez.

no fim, é um livro sobre mulheres, e como a sociedade as coloca como matrizes ao invés de seres humanos, e as reduz a meros aparelhos reprodutivos. trazendo também uma ditadura (unilateral), e mostrando o sofrimento da protagonista em estar vivendo essa realidade, depois de anos vivendo numa sociedade mais parecida com a nossa atual, onde mulheres antes trabalhavam e tinham mais poder de escolha sobre seus corpos.

muitos detalhes passam em branco, e só são "esclarecidos" nas notas históricas no final, e mesmo assim de forma mais aberta, sendo que o próprio livro não tem bem um final, e isso frustrou muito nos 3 quando lemos, mesmo posteriormente descobrindo que tem uma continuação.

no geral, apesar da raiva, é uma boa leitura, que te faz refletir sobre como as coisas estão ruins mas sempre tem como piorar kkkkkk

lara 03/03/2024

O conto da aia
Eu vi a serie antes de ler o livro, mas o livro parece ser mais cruel. mais dificil de ler.
sem palavras.

mah :) 03/03/2024

Essa é o tipo de livro que quando você termina de ler, precisa tirar uns dias pra assimilar toda a história e conseguir falar sobre ele da maneira correta. são tantos sentimentos e emoções diferentes durante a leitura que quando mais você vai absorvendo a história, mais ela toma uma partezinha de você.

neste livro encontramos uma distopia totalitária e extremamente religiosa, onde a maioria da população feminina se tornou infértil e as que ainda podem gerar, se consideradas "traidoras" da fé e dos bons costumes, se tornam Aias. e eu acho que é exatamente por isso que ele atinge pontos tão profundos e é tão marcante, porque apesar de ser algo fictício, as críticas sociais não estão tão longe assim da nossa sociedade e seus costumes.

a escritora soube ser certeira em cada página, mesmo naquelas que não parecia estar acontecendo nada de relevante. e ela soube também passar cada sentimento da protagonista para nós, de uma maneira que, enquanto estava lendo, era possível sentir todo desespero, angústia e medos da Offred.

esse livro é MUITO necessário e eu recomendaria a leitura dele para todas as pessoas possíveis, ainda que não seja algo fácil de ler e que pode sim dar alguns gatilhos, acho que é importante ter esse tipo de leitura. enfim, primeiro favoritado do ano.

JezielH 03/03/2024

Ao menos o conto é dela
Contando a historia não da sua vida, pois não pertence mais a ela, Offred, literalmente of Fred, conta a historia comum entre todas as Aias, nova vida como objetos numa casa.
Intercalando fatos presentes e passados, tentamos encaixar cada peça em seu lugar para entender o que aconteceu para tudo se tornar o que se tornou.
Entender é um termo complicado, pois ninguém tem essa resposta de forma clara. Todos são pegos de surpresa, um golpe acontece e de forma rápida alegando ser para melhor proteção e segurança todos o governo tira das pessoas, principalmente das mulheres, os seus direitos mais básicos. E em pouco tempo tudo se torna o que é, todos são privados da sua própria vida.
O livro nos faz refletir sobre a nossa própria sociedade, o tema feminismo é bem presente e super valido, em um momento do livro ela afirma que não é sobre quem pode ou não fazer o que faz, mas sobre quem é perdoado por isso.
Também me lembrei do caso recente em que foi aprovado o projeto de lei que proíbe os casamentos homoafetivos, em que com base em uma doutrina religiosa, acham justo reprimir o direito de outrem, que é o que acontece no livro, corrompendo textos bíblicos para se adequarem a seus próprios desejos.

VitAria540 02/03/2024

Pen is envy
Fiquei com ódio no final achando que me entregariam respostas sobre tudo desse regime opressor e o paradeiro da Offred só que foi um final aberto que deixa para a gente interpretar e refletir.

Achei tudo muito real e assustador e senti que essa distopia poderia facilmente acontecer na nossa sociedade.