Rosangela Max 04/05/2022
Intenso e detalhista.
Este livro retrata como era viver em uma época onde a repressão atingiu o nível máximo e os soviéticos denunciavam seus compatriotas (vizinhos, colegas, amigos, familiares) na esperança de conseguir um indulto e não serem enviados para a prisão ou fuzilados pelo exército soviético, também conhecido na época como ?Terror Vermelho?. Qualquer coisa que pudesse ser considerada uma ameaça a derrubada ou enfraquecimento do poder soviético era eliminada pelo exército.
Os campos de concentração ficavam instalados em pequenas ilhas espalhadas pelo país, estas ilhas ficaram conhecidas como Arquipélago Gulag.
O trabalho do autor em contar como tudo funcionava é primoroso e detalhista. Informa desde o momento que as pessoas eram levadas como ?suspeitas? para a prisão, passando pelas fases do interrogatório, a fixação da sentença emitida por funcionários sem a mínima capacitação pra isso, até prisão em si, as condições sub humanas de torturas físicas e psicológicas, as transferências entre as prisões e o modo como eram feitas (através de trens, embarcações, caminhões e caminhadas), o trabalho forçado nos campos de concentração e a aplicação da sentença de morte para aqueles condenados a ela. Também conta como viviam os condenados ao exílio.
O que mais surpreende é que todo esse levantamento de informações foi efetuada de forma escondida, sem nenhum apoio de entidades governamentais. E mesmo passando anos preso, sem condições de fazer o registro de suas memórias, o autor conseguiu escrever anos depois apenas com o auxílio das informações guardadas em sua mente.
Recomendo a leitura.