Arquipélago Gulag

Arquipélago Gulag Aleksandr Solzhenitsyn
Aleksandr Soljenítsin




Resenhas - Arquipélago Gulag


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Fimbrethil Call 04/10/2009

Muito bom
muito bom esse livro, que dá uma visão muito ampla do que era o sistema de campos de concentração do Stalin contra seu próprio povo, e alguns estrangeiros, de dentro, já que o autor foi preso pelo regime de Stalin, e de fora, com histórias de outros que foram presos.
Duas histórias me marcaram (foram mais, mas só vou contar duas aqui):
em uma, um agricultor ganhou uma medalha por sua grande produção de grãos, que lhe era confiscada para ser 'distribuída', e o coitado vivia com fome e na miséria, então ele disse: em vez dessa medalha, eu queria uma parte maior em comida, pode ser? com isso ele foi parar na prisão.
Em outra história, uns puxa-sacos do partido resolveram dar um prêmio pro Stalin, que não se encontrava na reunião, mas mesmo assim, ao ser anunciado o prêmio todos começaram a bater palma e fazer festa, só que o primeiro que parasse iria preso, então muitos tiveram que ser internados com exaustão. Que ridículo!
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guibre 23/02/2009

Instigante.
Nessa interessante obra, o autor, de acordo com sua experiência própria e de terceiros, também baseado em dados coletados em outros meios e publicações, efetua uma análise eloqüente do sistema repressivo existente na finada União Soviética. Desde o início, se percebe um tom crítico e irônico bastante contundente em relação a esse sistema.
No decorrer do texto, há menção de uma quantidade tão grande de iniqüidades que por vezes soa inverossímil a ocorrência de certos fatos, tendo em vista o considerável nível de polêmica que envolve a análise dessas circunstâncias político-ideológicas.
Entretanto, é de se destacar que, por mais que a impressão mesmo ao leitor mais crédulo seja de inverossimilhança em determinadas ocasiões (não somente em termos “negativos”, v.g., da crueldade e da iniquidade, mas também de um humor involuntário e, por vezes, “negro”), o autor pouco se utiliza de estatísticas que, por mais que impressionem os leitores, são controversos (e, por assim mesmo, fraco), até mesmo porque a menção de números amplos faz com que seja esquecido o sofrimento pessoal.
No entanto, não se trata de mera compilação de descalabros e desumanidades perpetrados pelo Estado e por seus agentes, mas inclui também uma análise do arcabouço jurídico que “legalizou” alguns procedimentos em relação aos opositores políticos do regime (reais ou imaginários), como a detenção por motivos insólitos (procedimento que, devido à extensiva e esdrúxula interpretação da lei comumente praticada acabou “criando” presos políticos a torto e a direito).
Nesse âmbito, verifica-se a plena inversão de diversos conceitos que passaram a permear o Direito (ao menos em sua teoria) séculos antes. O exemplo mais observado no decorrer de toda obra é o fato de que o maior objetivo do processo judicial (isso quando ele existia) era a obtenção da confissão dos réus, não importando se eles tivessem realmente qualquer responsabilidade ou cometido qualquer infração. Durante três capítulos, o autor faz interessantes “estudos de caso”, que caracterizam bem o sistema do Estado soviético para lidar com a sua população.
Portanto, a obra é decididamente relevante para aqueles que desejam adquirir mais conhecimentos sobre a formação de um ambiente de terror de Estado e as suas conseqüências, inclusive as menos óbvias. Por mais controvérsias que se possam mencionar sobre a parcialidade do autor, trata-se de qualquer forma de um referencial consistente e agradável de se ler (mesmo que o seu conteúdo seja consideravelmente dramático).
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