Zé - #lerateondepuder 23/03/2023
Qual o sentido disso tudo, em sua vida?
Estamos neste mundo em busca somente da felicidade ou haverá um significado maior? Se há realmente um papel pré-formatado e a ser desempenhado por cada um em sua jornada terrena, descobrir qual lhe cabe será um dos grandes desafios vivenciados pela maioria.
O Livro “Em busca de Sentido” contribui, sobremaneira, para auxiliar a esclarecer essa grande incógnita e destaca que o ideal de vida não é a felicidade, mas, exatamente, encontrar o sentido real de nossa vida. É uma obra que traz uma reflexão profunda sobre a questão do propósito e como é possível encontrar significado, mesmo em meio às adversidades mais difíceis.
Com uma pegada para lá de comovente e inspiradora, relata a experiência do autor nos campos de concentração nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, além de apresentar sua teoria psicológica baseada na Logoterapia.
Escrito por Viktor Frankl, descreve, de forma realista e detalhada, as condições desumanas em que ele e outros prisioneiros viveram e as terríveis consequências físicas e psicológicas que enfrentaram. No entanto, ele também mostra como, apesar de tudo, muitos deles conseguiram encontrar desígnio para sua existência e, assim, superar as adversidades.
Ao longo do livro, Viktor procura enfatizar a importância de encontrar um intento como forma de enfrentar e superar aquilo que geralmente não aceitamos. Ele argumenta que a busca por sentido deve ser a principal motivação do ser humano, mesmo diante de situações em que julgamos ser impossível de serem superadas.
Exemplificando com maestria e com base em sua própria experiência, mostrando como a busca por um propósito ajudou-o a sobreviver aos campos de concentração, o trecho da obra a seguir, bem permite contextualizar esse aspecto.
"Nós éramos gratos ao destino quando ele nos poupava de sustos, os mínimos que fossem. Já ficávamos contentes quando à noite podíamos catar os piolhos do corpo, antes de nos deitar. Em si, não era uma operação agradável, porque era preciso despir-nos no barracão quase nunca aquecido, em cujo interior, muitas vezes, pendiam do teto estalactites de gelo. Mas nos dávamos por satisfeitos quando, em tal hora, não havia um alarme aéreo que causasse um blecaute e nos impedisse de completar a operação cata-piolho, o que significava metade da noite sem conseguir dormir”.
O livro é dividido em duas partes, constando na primeira, a descrição da malévola rotina nos campos de concentração e como os prisioneiros lutavam para sobreviver em condições desumanas. Presente o relato sobre o requinte de crueldade em que o prisioneiros eram tratados, o que mais se destaca é como alguns, como o autor, conseguiam manter um nível mínimo de sanidade e, até mesmo, encontrar bondade em certas pessoas.
Na segunda parte, Frankl explora sua teoria, a Logoterapia, que se concentra na busca pelo sentido da vida como a chave para superar a dor e o sofrimento. Também conhecida por Análise Existencial, essa abordagem psicoterapêutica defende que a "vontade de sentido" é a maior força motivadora do ser humano. Assim, a técnica auxilia o indivíduo e desvendar sua relação com sua existência e encontrar um intuito motivador.
Viktor Emil Frankl, nascido em Viena em 1905 e falecido em 1997, foi um neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia, a Logoterapia e Análise Existencial. Ficou mundialmente conhecido depois de descrever a sua experiência dramática em quatro campos de concentração nazistas, no livro ora resenhado que ser transformou em best-seller internacional.
Conferencista e professor convidado em dezenas de universidades, incluindo a Harvard University, recebeu vinte e nove títulos de doctor honoris causa (incluindo um título emitido pela Universidade de Brasília); o prêmio Medicus Magnus e a Estrela-de-Ouro Internacional, por serviços prestados à humanidade.
Por fim, “Em busca de Sentido” é um livro de pouco menos de 200 páginas, publicado em 1946, sendo lida para esta resenha a edição da Editora Vozes, de 2012, que esboça, principalmente, as conclusões do autor sobre a existência e a cruel natureza humana. Deixa o fundamental recado de que nossas vidas jamais podem deixar de ter um significado, mesmo diante do mais cruel sofrimento. Como Viktor destaca: "O que realmente importa não é o que nós esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós.
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