Nycolas 03/11/2023
Sobre como fazer bem ao outro nos faz bem
Divido a obra em duas partes principais, a saber: "o depoimento de como eram os campos de concentração" e "explicação do fundamentos da logoterapia". A primeira parte serviu apenas para ter a noção de como eram as dificuldades de todos os que estavam no campo e de como reagiam a tudo isso; já a segunda parte, a que mais gostei, o autor dá as diretrizes de uma vida com sentido. Abaixo vai um resumo meu dessa segunda parte.
A logoterapia (logos = sentido) parte do pressuposto de que o sofrimento é inerente à vida humana e para que esta seja boa, apesar do sofrimento, o ser humano precisa de um sentido ("quem tem um por quê pode superar qualquer como" - Nietzsche). Dessa forma, a pessoa deve ter a responsabilidade de escolher (dentro de sua pequena margem de liberdade) procurar e encontrar o seu próprio sentido ou viver uma vida sem sentido (vazio existencial). Para essa escolha a pessoa deve levar em conta o seguinte imperativo: viva como se você estivesse vivendo pela segunda vez e como se tivesse agido tão erradamente na primeira vez como está por agir agora. Para encontrar o sentido é necessário que haja a autotranscendência da existência por parte da pessoa que busca tal sentido, pois é no auxílio ao outro que se encontra o sentido da vida (aqui eu lembrei dessa frase "o filé mignón da vida é a vida assumidamente dedicada ao outro" - Clóvis de Barros Filho). Essa autotranscendência pode ocorrer por meio do trabalho, de uma pessoa e/ou até mesmo do próprio sofrimento, quando este é inevitável, afinal, é no sofrimento que crescemos como seres humanos.
Tendo em vista todo esse pensamento acerca da logoterapia, penso que autor concorde com a ideia de que fazer o bem ao outro nos faz mais bem do que o bem que realizamos ao outro. E assim sendo, isso é o que dá o sentido para a vida. A bondade é multiplicada na autotranscendência do eu.