leiturasdatita 30/03/2024
Hedonismo, narcisismo e paranoia na sua mais pura essência
Aqui acompanhamos os acontecimentos na vida de Dorian Gray, um jovem e belo membro da elite da sociedade, que é apaixonado por arte. Ele conhece Basil, um pintor, que se vê fascinado por sua beleza, e pinta um quadro seu. Ao olhar para o quadro, Dorian se dá conta de quão lindo ele é, e deseja ficar assim para sempre.
Dorian também conhece Lorde Henry, que o apresenta ideias sobre a perpetuação da beleza, o prazer através do consumo da arte e a boêmia proporcionada pelas festas da alta sociedade. Essas ideias vão consumindo Dorian, que passa a segui-las a qualquer preço. Com o passar do tempo, suas ações de corrupção da alma são refletidas no quadro e, com medo de que alguém o veja, o esconde em um cômodo abandonado de sua casa.
Dorian tem um excelente desenvolvimento na história, já que os capítulos iniciais Lorde Henry é o responsável por carregar a trama. Aos poucos vemos o que Dorian é capaz de fazer para manter seu segredo seguro. O texto não é tão fácil de ler, por ter vários monólogos e ter características do simbolismo inglês, valorizando o "eu" e a psiquê humana, linguagem sugestiva e imprecisa, entre outras.
Um ponto muito interessante foi ver a homossexualidade tendo espaço na história, mesmo que a obra original tenha sofrido censura justamente por isso. Só não dou 5 estrelas porque os capítulos eram muito longos, e um deles não teve nenhuma informação nova, apenas a exaltação da arte por parte de Dorian. Recomendo a leitura.