Maternidade

Maternidade Sheila Heti




Resenhas - Maternidade


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Camila Faria 02/02/2020

Ter ou não ter filhos? Essa questão, aparentemente simples, é o que move a narradora desse livro incomum ~ uma mistura de ficção e ensaio retrorreflexivo. A discussão por si só já vale a leitura, mas a autora/personagem vai além do caminho tradicional, que questiona o quanto essa decisão é uma escolha real (e racional) da mulher e o quanto ela é uma atribuição social compulsória. Ela está interessada em saber se é possível sublimar esse desejo/dever, criando uma obra de arte definitiva (no caso, um romance), que supere a necessidade de um filho. O livro é, como a autora mesmo definiu, o diário de uma mente dividida, uma tentativa de esgotar o enigma da maternidade. Pessoalmente, achei que a narradora soa egoísta e, em alguns momentos, até infantil, mas acredito que tenha sido uma escolha consciente trabalhar um alto nível de honestidade, sem se preocupar com “parecer tolerante ou socialmente aceitável”. Importante demais colocar na roda textos de mulheres que NÃO encaram a maternidade como algo obrigatório, necessário ou imprescindível para uma vida feliz e completa.

site: http://naomemandeflores.com/os-quatro-ultimos-livros-26/
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Maíra Marques 19/02/2020

O livro apresenta inúmeros questionamentos sobre a maternidade, sobre a escolha de ser ou não mãe. Mas, por ficar tão centrado nisso, a leitura fica cansativa, monótona , pois não há elementos novos ou surpreendentes que tragam novos "caminhos" ao enredo. Para quem se interessa pelo tema maternidade, recomendo a leitura. Para os demais, acho que será uma leitura cansativa.
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Tainá 23/03/2020

Um bom livro na hora errada
Entendo que esse livro é bem escrito e interessante, mas não foi uma experiência tão boa assim pra mim nesse momento. Achei um pouco arrastado e tive dificuldades para chegar ao fim.
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paulofonsecamj 27/01/2021

O tapa na cara de Maternidade
Foi um desafio, acho nada mais justo do que começar essa resenha exatamente com essa frase pois de fato foi: um desafio! Este livro me foi dado a partir da proposição de leitura conjunta feita pelo clube de leitura da livraria do Belas Artes e mais uma vez um desafiador presente!

Inicialmente me propus a lê-lo única e exclusivamente de forma empática e no meu não-lugar, uma vez que na figura de maternidade de fato eu não tenha lugar de fala. Confesso que demorei alguns dias e alguns debates pra poder ?engolir? melhor essa leitura e trazer conceitos e ideias mais amplos pro meu discernimento e entendimento da mesma, como disse brilhantemente bem Bruna, uma de nossas livreiras: para alguns livros é necessário se ler de peito aberto, sofrer e chorar junto; e agora eu com um pouco mais de clareza e um pouco mais de tempo tenho noção de como foi me aventurar nessa aventura proposta como diário/livro aberto de Sheila Heti e de fato foi incrível.

O livro vem contar como uma espécie de confessionário o que na visão da autora vem a ser os últimos meses da sua fertilidade e o quanto a decisão por ter ou não filhos com esse cronômetro final ligado vem a ser uma grande questão em sua vida. Por meio de uma narrativa que por vezes coloca as decisões importantes à mercè do destino, por vezes se confabula com seus pesadelos e por outras vezes em suas ligações e conversas com diversas pessoas, Sheila vai traçando seus dias e suas decisões, nos deixando a par de cada angústia e de cada peso pela decisão entre o sim ou não tomada, conseguindo grandiosamente nos fazer por tantas vezes sofrer, se entediar ou reprimir por esse questionamento: ter ou não filhos?

O que era pra ser um assunto amplamente pessoal se transforma em grandes questionamentos e proposições quase que universais, principalmente no que se diz respeito ao corpo das mulheres e ?papeis sociais? impostos às mesmas, tirando o leitor da voz passiva e o trazendo junto as suas angústias e delírios em voz ativa, fazendo-o participar do jogo de culpas e redenções dessa escolha que deveria ser única e exclusivamente pessoal mas, que tantas vezes é carregada de peso sobre esta decisão, como se essa mesma fosse uma dívida da mulher como ser humano para a sociedade.

Os questionamentos vão muito além do fato da escolha de ser ou não mãe, eles encontram com as condenações da educação encontradas na infância, com os desejos condenatórios de cumprir certos papéis sociais como casar, ter um bom emprego, ganhar bem, garantir sucesso profissional, emocional, afetivo e de fato ser mãe, em uma visão ampla sobre os caminhos nos quais escolhemos para as nossas vidas e quais os caminhos nossa própria vida os escolhe.

Este livro abriu de fato e sem retorno minha cabeça sobre a questão da escolha entre escolher se ter ou não um filho, do quão ampla e angustiante esta mesma questão pode vir a ser. Podendo em partes ser uma escolha egoísta, onde se há ainda que involuntariamente a decisão de um novo ser humano em continuar sua existência ? com o desejo de deixar algo de si no mundo que contemple a sua imagem, semelhança e idealismos. Por outras vezes um desejo de completude e parceria, naqueles que desejam filhos por sempre terem um falso ?pertencimento? de alguém no mundo. E por vezes até mesmo um papel social, onde a sociedade entende que um casal hetero normativo jamais tem a sua completude se não tem filho (papel social esse que nunca ? ou quase ? é imposto a um casal LGBTQIA+, uma vez que para estes casais o fato de não se ter filhos é aceito e não dado como uma necessária falta no relacionamento ou mesmo distinção de alegria e completude).

É necessário lembrar que a decisão de se ter filhos implica num desejo de se tornar mãe (ou pai) mas apenas no papel que lhe cabe, o desejo deve ser ao pertencimento dessa figura, que educa, que entende, que ensina e acima de tudo: que acolhe, e não no pertencimento da outra pessoa (o filho) uma vez que essa outra também sendo uma pessoa terá seus próprios desejos, escolhas e suas próprias decisões diante do mundo..

Por fim, cito uma das passagens que mais me marcou do livro, finalizando essa análise a partir da brilhante fala em entrelinhas dita por Sheila: ?Em um certo dia depois da consulta caminhei pela rua e liguei para Tereza, conversei com ela a respeito das minhas inquietações a respeito dos caminhos que escolhi ou não trilhar e ela disse que: todo mundo passa por isso mas, quase sempre quando olhamos nossa vida em retrospectiva de forma amorosa vemos que as escolhas que fizemos e os caminhos que trilhamos foram os certos, ela disse que não era uma questão de escolher uma vida no lugar de outra mas, perceber qual vida te escolheu?.
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AnnaFernani (@maeefilhaqueleem) 05/05/2020

P/ a maioria das pessoas a maternidade é algo q vai acontecer na vida de uma mulher... ela foi criada e educada p/ isso, p/ se sentir completa com a chegada do filho. Acontece q p/ muitas mulheres, o se sentir completa chegou antes da maternidade e assim foi feita a decisão de não ter filhos.
P/ muitos pode parecer loucura, porém, não para quem tomou essa decisão e se sente bem e satisfeita com ela.
Sheila Heti nos trás uma personagem q passa por esses questionamentos ao chegar próximo dos 40, em um relacionamento estável. Ela é cobrada quanta a chegada de filhos, porém, ela se questiona, pois não quer filhos, já q se sente completa com a dedicação q dá a sua arte, e não se vê dividindo o seu tempo cuidando de uma criança.

"Viver de um jeito não é uma crítica a todos os outros jeitos de viver. Será que essa é a ameaça que a mulher sem filhos apresenta? Ainda assim, a mulher sem filhos não está dizendo que nenhuma mulher deveria ter filhos, ou que você - mulher empurrando um carrinho de bebê - fez a escolha errada. A decisão que ela toma para sua vida não é um discurso sobre a sua. A vida de uma pessoa não é um discurso político, ou geral, sobre como todas as vidas devem ser. Outras vidas deveriam correr paralelamente à nossa sem qualquer ameaça ou juízo."Pág.148.

O livro trás vários questionamentos q nos deixam em dúvida se é um romance ou auto-biográfico, já q vc encontra dúvidas tão reais. Cada mulher tem a liberdade de escolher o q fazer com a sua vida e cabe ao restante do mundo aceitar e respeitar a sua escolha. Mas nós, mulheres só temos uma certeza... qualquer escolha será julgada.
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Lorena 21/05/2020

Maternidade
A autora discorre sobre a vontade de ter ou não ter filhos. Sobre o peso de se ter um útero e esperar o tempo decidir pra você um detalhe muito importante da vida.
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Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 21/07/2020

Bom e controverso!
Maternidade, de Sheila Heti, é um livro que divide opiniões. Quando terminei a leitura, fiquei com um misto de sentimentos. Será que eu gostei porque o livro apresenta questionamentos que passam pela minha cabeça? Será que realmente é tão bom quanto a crítica avaliou? Ou será que não passam de divagações cansativas? Será que não é um livro First World Problems? Ou devo tratá-lo como uma espécie de diário de uma mulher que busca incessantemente uma resposta para ter filhos ou não? Difícil dizer.

Maternidade é uma mistura de relato com ficção e ensaio. Acompanhamos a trajetória de uma mulher que, aos 37 anos, se questiona se realmente deseja ter filhos ou se seria somente uma imposição cultural/social. Ela mistura questionamentos pessoais com a história de sua mãe e de sua avó, traçando uma linha entre essas três mulheres e seus sofrimentos pessoais.

Gostei muito do livro por embarcar num tema que é considerado tabu. O que leva as mulheres a serem mães? Como elas chegam nessa decisão? O que as impele em direção à maternidade? Será que toda mulher quer ser mãe? Por que as pessoas acham que sempre podem decidir e/ou opinar nessa escolha? Por que a decisão de não ter filhos assusta tanto?

Durante a leitura, a personagem embarca numa jornada de autorreflexão, introspecção e questionamentos sem fim. Alguns momentos realmente mexeram comigo, fizeram me identificar com a situação da mulher ou concordar com ela. Maternidade sempre será uma escolha difícil para algumas pessoas e fácil para outras. Como saber em qual desses lados você se encaixa?

A narradora parece com Sheila Heti, mas não é um romance autobiográfico. Ele mergulha na ficção e na realidade, faz uma mistura de gêneros. Trata-se de um estilo literário interessante, apesar de alguns momentos serem cansativos; muitas deliberações que parecem chegar a lugar nenhum. Sem contar que a vida da mulher – classe média alta, branca, canadense, escritora de sucesso, em um relacionamento com um homem que parece um cubo de gelo, de tanta frieza – não é tão fácil de se espelhar. Os questionamentos são bons, os diálogos com outros personagens também; mas alguns problemas da personagem chegam a ser meio infantis.

Ler este livro é como adentrar na cabeça de alguém com problemas de autoestima, identidade e profunda tristeza. A personagem tem depressão e até chega a tomar remédios a partir de determinado momento. Portanto, os sentimentos dessa mulher em conflito com si mesma permeiam toda a narrativa, causando uma sensação de intromissão, como se estivéssemos lendo o diário de outra pessoa.

Senti uma frieza muito grande nas relações estabelecidas pela protagonista. O relacionamento com o namorado, as amigas, os colegas de trabalho, a família, são de um distanciamento absurdo. A personagem constrói um muro alto e intransponível. Ao mesmo tempo, é um show de autocomiseração; ela não consegue se amar e projeta diversas frustrações e paranoias nos outros.

Algo que achei bastante interessante no livro é sua construção. Os capítulos são como um ciclo menstrual: folicular, TPM, sangramento, ovulação. Como se o próprio corpo feminino ditasse as regras e a “alma do tempo”. Em cada fase do ciclo, as dúvidas, aflições e felicidades se misturam, se combinam ou se afastam. Só mulheres sabem como o ciclo menstrual pode ser um pandemônio.

{Resenha completa no blog!}

site: https://resenhasalacarte.com.br/resenha/maternidade-sheila-heti/
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Estelia 29/08/2020

Aind tem muito o que se pensar
A autora apresenta diferentes pontos de vista sobre o tema. Ás vezes a leitura fica um pouco chata. Mas logo entendemos o porque. Em vários momentos do livro entendemos o quanto o assunto ainda é um tabu para a sociedade. E a falta de respeito pelas escolhas dos outros ainda é algo presente. Se tem interesse em ler esse livro, leia sabendo que não e possível chegar a uma conclusão só por ele.
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Ju 16/09/2020

Para repensar a maternidade
Este romance escrito em primeira pessoa traz as reflexo?es de uma mulher perto dos 40 anos que pensa sobre ter filhos ou na?o. Ela reflete sobre sua vontade de ser ma?e, sobre seu relacionamento, sobre a pressa?o social e sobre a maternidade vista como u?nico caminho possi?vel para as mulheres. A personagem traz pensamentos e questionamentos relevantes sobre o tema com os quais qualquer mulher poderia se identificar. Se voce? esta? disposta a repensar sobre a maternidade fora do lugar comum, o livro trara? muitos pontos importantes para serem discutidos e revistos, sem que voce? precise necessariamente mudar de opinia?o, seja ela qual for.
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Thalita Gama 17/09/2020

Leitura ?obrigatória? para todas as mulheres
A autora relata angústias e dilemas que toda mulher se depara ao longo da vida sobre ter um filho. A escrita é sensível e desmistifica a maternidade compulsória que tantas vezes a sociedade insiste em normalizar. Acredito que todas as mulheres devem ler e refletir com as questões desse livro.
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@pricabral_br 19/09/2020

Maternidade implica em responsabilidades. Estás preparada?
Filho não é boneco. Filho requer cuidado, carinho e atenção. Esse livro traz uma excelente reflexão sobre a maternidade. Muitos romantizam a maternidade, mas ela implica em muitas renúncias.
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Taissa 08/10/2020

Por que tanta cobrança para engravidar?
A sociedade cobra muito as mulheres. Depois de uma certa idade, tem a cobrança para namorar. Passado um tempo, para casar. Alguns meses depois, para ter filho. E por aí vai...
A discussão deste livro é muito importante, pois trata da escolha da mulher em não querer ter filho. E precisamos normalizar essa escolha!
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Debora.Bueno 27/10/2020

Reflexão importante sobre a questão da maternidade como escolha da mulher, diante de uma sociedade que cobra e atribui compulsoriamente o papel de mãe às mulheres.
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