João Vitor 12/04/2021
Uma história real que te faz sofrer do início ao fim
Nesse livro vamos conhecer a história real de Anthony Ray Hilton, um homem negro, do estado do Alabama, nos EUA, que foi preso e condenado ao corredor da morte por um crime que nunca cometeu.
Com apenas 29 anos de idade, Ray é acusado de ter assassinado 2 pessoas e é conduzido à cadeia e condenado abruptamente, sem o direito de defesa, e mesmo quando o tem, provando por diversas provas que ele não tem nada a ver com o crime, ele ainda é refutado pelos juízes, por conta da cor de sua pele.
O livro inteiro esfrega na nossa cara o racismo e o poder judiciário falho e preconceituoso dos EUA, principalmente dos estados do sul. É uma história que te revolta, que te enoja, que te angustia por si só, mas que faz isso a milésima potência por saber que realmente aconteceu com uma pessoa de verdade.
É angustiante demais (e às vezes até repetitivo) as diversas vezes em que Ray e seus advogados tiveram que mover o mundo para juntar todas as provas que comprovavam, de fato, sua inocência, e os juízes (brancos) cagavam e ignoravam todas as evidências e o mantinham no corredor da morte.
O corredor da morte, por sua vez, é praticamente um personagem por si só nesse livro. É incrível o detalhamento do lugar e do que ele faz com a mente das pessoas e isso nos choca e nos incomoda durante toda a história. Inclusive, um ponto muito interessante do livro, é como o Ray começou a mostrar uma visão de que mesmo aqueles condenados por crimes horrendos, que cometeram, de fato, ainda são humanos, que cometem erros e acertos, que são bons e maus e, que, por isso, não merecem aquele destino. As cenas de pessoas serem levadas ao "abatedouro" da cadeira elétrica e todos os gritos ouvidos são MUITO angustiantes.
É um livro extremamente pesado, com uma leitura dura e crua dos fatos, mas extremamente necessária.