spoiler visualizarSilvana 12/10/2020
Emika Chen é uma hacker que por ter sido pega anteriormente não pode chegar perto de um computador, por isso ela não consegue um emprego onde possa usar suas habilidades. Mas como precisa pagar suas contas ela sobrevive como caçadora de recompensas, capturando procurados pela policia por uma certa quantia em dinheiro. Mas as coisas não estão indo bem ultimamente e Emika está prestes a ser despejada quando toma uma decisão que muda completamente sua vida: ela invade a Cerimonia de Abertura do Campeonato de Warcross para roubar um item valioso e vendê-lo no mercado negro. O problema é que Emika é pega e para sua surpresa o próprio dono da Warcross, Hideo Tanaka, em vez de mandar prendê-la, lhe oferece um emprego.
Hideo quer que Emika trabalhe infiltrada em uma das equipes do campeonato para encontrar um outro hacker que está ameaçando destruir tudo o que ele construiu. Mas nesse meio tempo Emika acaba se envolvendo amorosamente com Hideo e descobre que na verdade o hacker que Hideo quer que ela prenda, o misterioso Zero, quer impedir Hideo de colocar seu plano em prática: controlar todos as pessoas através do seu jogo para impedir que elas cometam crimes. E mais, Zero é ninguém menos que Sasuke, o irmão mais novo de Hideo que desapareceu quando eles eram crianças. Sem saber a verdade Emika acaba ajudando Hideo e agora ele controla quase toda a população mundial. Mas ela ainda tem uma chance de reverter essa situação.
Faltam oito dias para a Cerimônia de Encerramento do Campeonato, onde as poucas pessoas que ainda não são controladas vão ter suas lentes atualizadas e Hideo passará a ter o controle total da população. Para isso Emika vai contar com a ajuda dos jogadores da Phoenix Riders e um aliado improvável: Zero. Emika é atacada e salva por Jax, que trabalha para os Blackcoats, mesmo grupo do qual Zero faz parte. E eles querem a ajuda de Emika para chegar em Hideo, ganhar a confiança dele e invadir sua mente para derrubar o algoritmo da NeuroLink. Mas Emika estranha a forma fria com que Zero se refere a Hideo e tenta descobrir o que realmente aconteceu no passado que fez os irmãos que se amavam tanto ficarem em lados opostos nesse jogo.
"Quando aceitei a proposta de trabalho de Hideo como caçadora, o maior risco que achei que estivesse assumindo era da minha identidade ser roubada ou talvez ter que enfrentar um hacker dentro do Warcross. Agora, de alguma forma, fiquei enrolada em uma teia de segredos e mentiras, e um passo errado em qualquer direção pode custar minha vida."
Eu amei o primeiro livro dessa série, mas demorei para começar a leitura desse segundo. O motivo foi que li muitas resenhas dizendo que esse segundo livro deixou a desejar e, como estava com as expectativas lá nas alturas, resolvi esperar elas baixarem para começar a ler. E funcionou porque comecei a leitura esperando encontrar apenas um final digno para a maravilhosa história criada pela autora e acabei encontrando muito mais que isso, tanto que devorei o livro em um dia e continuo achando que a Marie Lu não tem o devido reconhecimento que deveria ter. Por isso não poderia deixar de dar nota máxima para o livro, apesar de não ter favoritado como aconteceu com o primeiro por motivos que explico a seguir.
No primeiro livro temos uma história que em sua maioria que se passa em uma realidade virtual, mas especificamente dentro de um jogo, o Warcross. Nele vemos uma garota excepcionalmente inteligente sendo um verdadeiro coringa e movendo as peças de um jogo que ela nem sabia estar jogando. E o motivo de eu não ter favoritado esse segundo livro foi que não consegui ver o mesmo "brilho" em Emika nesse segundo livro. Ela ainda é uma personagem incrível, mas perdeu um pouco de seu protagonismo e não foi a mesma garota do primeiro livro, e confesso que esperava mais dela, ainda mais o título desse livro sendo Wildcard. Mas isso não me impediu de amar o livro e dar nota máxima para ele.
Mas não reclamo muito de Emika ter ficado mais em segundo plano porque Zero e Hideo também são personagens muito interessantes e ver os dois se enfrentando foi como assistir a luta de dois gigantes. Ainda mais que não estava em jogo só a competência e inteligência de cada um, mas tinha muito sentimentos rolando. E confesso que chorei várias vezes e em muitas cenas. E não foram só nas cenas com os irmãos não. Me emocionei com os Phoenix Riders e com a Jax. Acabei virando uma manteiga derretida e me vi torcendo para dar tudo certo no final e todo mundo ser feliz hehe. Porque é assim que termina livro bom hehe.
E nesse segundo livro a história não acontece praticamente dentro do jogo como no primeiro. Ainda temos os personagens conectados o tempo todo, mas foi como se eles parassem de "brincar" e fossem viver as consequências na vida real. E a autora levantou vários debates ao longo dessa trilogia, como a ética na tecnologia e uma que me fez pensar muito que foi a famosa frase "os fins justificam os meios". Desde o final do livro anterior com o que Hideo fez eu me pego pensando nisso. E nesse livro mais ainda. Quando a gente assiste telejornais e vemos a quantidade de crimes absurdos que são cometidos e então surge uma "forma" de isso acabar como Hideo encontrou, é impossível a gente não repensar o assunto.
Agora falando sobre o Hideo. Eu me apaixonei por ele no primeiro livro e não conseguia acreditar no que aconteceu no final e queria a todo custo que houvesse uma forma de mudar aquilo, porque eu precisava que eles ficassem juntos. Olha eu aqui que sempre amo os mocinhos indo para o lado errado da força. Mas enfim, vou parar por aqui porque estou louca para soltar um spoiler. Só me resta indicar o livro para quem curte o gênero. E para quem ainda não conhece a escrita da autora. Leiam, vocês vão se surpreender. Quanto a capa, segue no mesmo padrão da primeira e diferente de Warcross, que seguiram o modelo americano. Ainda bem porque a capa de Wildcard achei bem feia.
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