PorEssasPáginas 03/01/2020
No geral, a história realmente não me decepcionou. Quando eu começo uma história e não consigo gostar de cara dos protagonistas, eu tento sempre me colocar no lugar deles, para tentar entender o que estão passando ou sentindo. Às vezes é bem sucedido, outras vezes…
Roa e Dax se conhecem desde crianças, mas Roa tem um forte ressentimento em relação a ele, por considerá-lo responsável pela morte de sua irmã gêmea, Essie. Porém, quando viu a oportunidade de ajudar seu povo a se ver livre da opressão de Fingaard, ela decidiu fazer uma aliança com Dax e lhe propôs casamento, que logo foi aceito. Assim, os dois se tornam rei e rainha, porém ela não é vista com bons olhos pelos nobres e uma parte do povo de Fingaard, por ser estrangeira.
Além disso tudo, temos uma parte mais voltada a lendas, em relação à irmã de Roa. Essie não faz a passagem para o mundo dos mortos, seu espírito agora habita o corpo de um falcão e Roa descobre que existe uma maneira de trazê-la de volta. O único problema é que isso custaria a vida de Dax.
Então temos aqui um conflito de interesses: Se Roa assassinasse Dax, ela perderia qualquer chance de ajudar seu povo a sair da miséria, mas teria sua irmã de volta. Se perdesse sua irmã, ela poderia beneficiar muitas pessoas e ajudaria a escrever uma nova história.
A parte mais complicada é que… Roa focou muito em seu sofrimento, no sofrimento do seu povo, em sua mágoa por Dax parecer um rei irresponsável… Os dois não tinham sintonia – e sei que a autora fez isso propositalmente, mas tinha uma hora que cansava.
Dax, que tem muito mais do que um rosto bonito e o charme que só um príncipe pode demonstrar, não tinha certeza se poderia confiar em Roa. Afinal, ele sabia que ela se casou apenas em benefício de seu povo, não por amor. Sabia de seu ressentimento pela morte da irmã e, pior, sabia que ela tinha um envolvimento com Theo, um jovem de outra tribo que era prometido de Roa antes do casamento. Assim, os dois seguiam por caminhos diferentes, e só lá no final é que as cartas são postas à mesa.
Interessante notar que a história não é simplesmente sobre romance ou jogo político. Fala de família, companheirismo e a dor do luto, a dor que deve ser sentida e que se transforma com o tempo em ferida cicatrizada. Mas Roa nunca deixou que essa ferida cicatrizasse e agora estava arriscando muito alto para ter sua irmã de volta.
**resenha completa no blog***
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