Fábbio (@omeninoquele) 19/06/2022Bom relembrar dessa história.#OMeninoResenhando
"... Nem prazer, nem desprazer, pois o trabalho era tão constante para ele quanto a necessidade de acumular e ter dinheiro. E era daquela gente que o dinheiro vinha..."
O português, João Romão soube muito bem aproveitar todas as oportunidades que a vida lhe deu. Ele trabalhou muito quando mais novo, e quando seu antigo patrão também português resolvera voltar pra sua terra, dá a ele como pagamento um conto e quinhentos reis que foi o pontapé para seu sonho de prosperar e fazer aumentar a grana.
Logo ele conhece a negra Bertoleza, que vive escrava em uma fazenda, mas sonha com sua alforria, e onde João Romão vê a oportunidade de agarrar mais uns trocados, que a pobre juntava pra comprar seu passe de liberdade. João tem lábia, e convence de que havia comprado a liberdade de Bertoleza, e ela toda feliz passa a enxergá-lo como salvador e a partir daí cai nas garras do inescrupuloso ambicioso.
Pouco tempo João Romão compra um terreno e passa a construir o que depois seria O cortiço, que reúne todo tipo de gente, que não tendo uma solução foi parar ali por última opção. É engraçado de ver que esse povo, é o que molda a sociedade como um todo, no cortiço há de tudo e essa heterogeneidade é o que dá liga na história e mostra as camadas sociais que existe.
João Romão é o típico cara que faz tudo pra se dar bem, e que visa somente poder ter dinheiro, não importa em cima de quem tem que passar. Quando surge a oportunidade de poder se casar com uma moça de família ilustre, ele não hesita de por pra escanteio, a pobre que tanto lhe ajudou desde o início. E esse tipo de amor que é idealizado por Bertoleza e que é quebrado facilmente é uma das características marcantes do realismo/naturalismo brasileiro, momento literário em que o romance foi escrito.
Os personagens são muito marcantes e caricatos, e que carregam traços de personalidade bastante realistas, mas o que falar do Cortiço que passa a ser um dos personagens mais importantes nessa história? É lá onde tudo dá início e é lá onde as coisas acontecem.
De frente a uma pedreira, o Cortiço surgiu com objetivo de abrigar os trabalhadores locais e como é uma habitação popular diz muito sobre as pessoas que vivem lá. Quando penso nesse livro, a figura clara de um lugar sempre cheio de pessoas das mais diferentes classes me vêm a mente.
Confesso que o quadrinho é bem mais fraco do que imaginava eu gostei porque matei a saudade dessa história e de personagens que já conhecia. Ele é uma ótima pedida pra alguém que quer adentrar nos clássicos nacionais, mas não quer ler os textos na íntegra, mas só como uma porta pra a obra original que ele serve. Eu já conhecia o livro e o recomendo muito. Se for ler a HQ, que ela te desperte o interesse de ler o romance.
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