Luciano Luíz 04/06/2019
O que dizer a não ser mais do mesmo? Um livro recheado de poemas inéditos, jamais reunidos anteriormente em coletânea. TEMPESTADE PARA OS VIVOS E PARA OS MORTOS tem tudo do bom e de melhor da poesia de CHARLES BUKOWSKI. E felizmente o que aqui tem, é simplesmente mais do mesmo em todos os demais títulos desse escritor fascinante que descrevia a vida real como nenhum outro era capaz. A miséria, o sucesso, bebida, sexo, mulheres, crianças, homens, empregos, desemprego, aluguel, governos, comportamento social em diversas camadas, seus sonhos e pesadelos. A marginalidade dentro e fora das ruas. A poesia bukowskiana é para quem ama a realidade, gosta de sentir na pele a dor da angústia, aqueles anseios que ficam cravados na mente. Bukowski escrevia poesia sobre a poesia. Gostava de retratar os escritores mequetrefes que acreditavam ter talento. Ele rebuscava com poucas ou muitas palavras situações memoráveis. Suas narrativas parecem vir acompanhadas de sua voz grave e arrastada. Um homem que sabia como ter domínio sobre a técnica da escrita, seja em manuscrito, datilografado ou em computador. Seus poemas são fusões de contos e crônicas, o que deixa tudo ainda mais excepcional. Esse livro conta com o provável último poema. O único defeito é que o volume termina. De resto é aquela viagem na realidade e imaginação do inigualável velho safado.
L. L. Santos
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