mahfranxx 31/03/2024
A prostituta mais famosa do país
Três amigos e uma bela prostituta.
Um jornalista comunista ativista na luta;
Um frade, religioso incentivado pela família;
Um jovem ator com o sonho clássico Hollywoodiano.
Roberto Drummont foi sagaz na escrita de Hilda Furacão, que é praticamente uma fofoca sendo contada na época mais difícil do militarismo brasileiro, recriando o cenário social moralista-conservadora da época e a tensão política que agitava os últimos anos que antecederam o golpe militar de 1964.
A garota pura do maiô dourado, se tornar a maior prostituta de Belo Horizonte, e o motivo então desconhecido. O santo, o frei mais amado pelas religiosas e senhoras de idade, largar a batina, por um amor que nunca sentiu em sua vida.
O surgimento de Hilda Furacão coincide com uma manifestação para acabar com os prostíbulos da Zona Boêmia, e transferir seus habitantes. O projeto precisava ser votado na câmara e dividia opiniões e pós em confronto, de um lado, os defensores da Zona Boêmia, sobretudo os habitantes do grandioso Hotel ? entre eles Hilda, a prostituta Maria Tomba-Homem e o travesti Cintura Fina ?, e, de outro, a Sociedade Defensora da Moral e dos Bons-Costumes, liderados pela moralista Loló Ventura, e é aqui que nosso querido Santinho entra, prometendo exorcizar Hilda Furacão.
Porém, ao contrário do que se é induzido pensar, Hilda não é a principal personagem. O livro vai misturando realidade e ficção, centrando-se na história do seu próprio narrador.