Negrinha

Negrinha Monteiro Lobato




Resenhas - Negrinha


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Fernando Lafaiete 22/06/2017

Monteiro Lobato: Racista ou figura emblemática deturpada pela mídia?

Ler Monteiro Lobato é sempre uma experiência única; devido a sua escrita simples, poética e profunda. Nesta coletânea de contos, nos deparamos com histórias tristes, "assustadoras", engraçadas e algumas bem estranhas.

Monteiro Lobato foi um escritor polêmico simplesmente por ser considerado racista. Em estudos literários idealizados por críticos, constata-se que nas histórias de O Sítio do pica-pau amarelo, Lobato utilizou (e abusou) de mais de 60 termos pejorativos para se referir à uma das personagens mais querida deste clássico infantil; a tia Anastásia.

Em seu único romance o choque das Raças (posteriormente intitulado O presidente negro), Lobato passa dos limites e utiliza termos mais do que racistas em uma história onde os Norte Americanos elegem o primeiro presidente negro. Em um dos trechos, lobato se refere aos negros da seguinte forma:

“A mim chega repugnar o aspecto desses negros de pele branquicenta e cabelos carapinha. Dão-me a ideia de descascados”

Ao começar a ler essa famosa coletânea escrito pelo célebre escritor, já fui bem atento, esperando encontrar todo esse viés racista tão associado ao mesmo. E acreditem... o que eu encontrei foi exatamente o contrário. A presença de personagens negros nas histórias de Lobato, é algo comum, principalmente se levarmos em conta o período histórico em ele viveu. No famigerado conto Negrinha, que dá nome à esta coletânea, nos deparamos com uma história profundamente triste, sobre uma criança negra, órfã e ex-escrava que é criada pela sua "ex dona" (ou devemos dizer dona?). Essa criação é sustentada por maus tratos e por um ódio tremendo proveniente dessa senhora (a dona) que reforça a todo momento que aceitou criar esse "animal" por caridade. O conto possui uma forte crítica social, onde Monteiro Lobato reforça que tratarmos alguém diferente devido a sua cor de pele é algo inaceitável. O conto é famoso e considerado um clássico da literatura brasileira principalmente pela epifania presente em um momento chave da história, onde ambas as personagens (principalmente a protagonista), finalmente entende a sua posição social, e o quão cruel e injusto o mundo é.

Muitos críticos e leitores fãs da obra de Monteiro Lobato reforçam que tal conto coloca abaixo toda e qualquer possibilidade do autor ser racista. Pois com uma crítica tão forte e palpável como a que encontramos neste clássico, como podemos dizer que ele era racista e defensor da eugenia nazista?

Confesso que a maneira a qual o autor retrata os negros nos contos apresentados aqui, me deixaram pensativo. Pois encontrei uma forma narrativa bastante respeitosa e que vai totalmente contra o pensamento nazista de ser. Mas em contrapartida, o que dizer dos termos pejorativos utilizados pelo autor em O choque das Raças (o presidente Negro) e sobre a personagem Tia Anastásia? Devemos considerar suas história apenas como ficcionais e os termos apenas reflexo dos pensamentos dos personagens e não reflexo do pensamento do próprio autor? Se a resposta for sim... o que dizermos então da carta escrita por Lobato à Arthur Neiva em 1928 e que veio à tona em 2011, publicada na revista Bravo e posteriormente reproduzida pela revista Carta Capital, onde o autor diz o seguinte:

“País de mestiços, onde branco não tem força para organizar uma Kux-Klan (sic), é país perdido para altos destinos […] Um dia se fará justiça ao Ku-Klux-Klan; tivéssemos aí uma defesa desta ordem, que mantém o negro em seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca — mulatinho fazendo jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva”.

Eu ainda não tenho uma opinião final sobre tal assunto... Pois a leitura de Negrinha me deixou confuso e pensativo. Talvez o autor fosse de fato racista e ao longo do tempo foi mudando de opinião. Ou será que ele era racista e escreveu histórias com críticas à respeito do assunto apenas para conquistar uma nova gama de leitores? Eu passarei um bom tempo pensando sobre o assunto.

Agora sobre os outros contos do livro, devo dizer que alguns são excelentes como o próprio conto homônimo Negrinha. E devo destacar também os contos As fitas da vida (1920), Bugio Mosqueado (1920), O colocador de pronomes (1920) e Herdeiro de si mesmo (1939). Alguns contos possuem um clima de suspense/terror que provavelmente não causarão impacto nos leitores da nossa geração, mas ainda assim são divertidíssimos de serem lidos. Mas como todo livro de contos, este possui algumas histórias medianas, fracas e esquecíveis. Alguns possuem finais bem anti-climáticos que me deixaram cheio de perguntas e com a sensação de tempo perdido.

Todo o reflexo da época e questões políticas e sociais do Brasil são fortemente encontrados neste livro e sendo um livro bacana ou não, devo dizer que a leitura vale a pena. Ele passou longe de suprir as minhas expectativas; e em um determinado sentido, devo dizer que foi até decepcionante.

Se vocês não possuem interesse em ler essa obra (por inteira), devo reforçar que deveriam pelo menos ler o conto clássico Negrinha e se puderem leiam também os contos que eu destaquei... esses eu afirmo que valem bastante a pena!

Sendo racista ou não... Monteiro Lobato merece ser respeitado. Pois ele foi (e ainda é) um grande escritor que fez parte da infância de muitas pessoas. Além de ter formado uma grande gama de leitores, sendo eu um deles.

Não concordo com muitas opiniões expressas pelo escritor, mas devo dizer que cresci como leitor e aprendi a apreciar e criticar suas obras mesmo diante de tantas polêmicas. Ler um livro e "resenhá-lo" deve ser encarado como um desafio que vai muito além de simplesmente expressarmos nossas opiniões sobre alguma obra. Ler deve ser um processo divertido de aprendizado e reflexão. Exatamente por este motivo que afirmo que Monteiro Lobato foi um mestre; pois lê-lo sem aprender e sem refletir é algo praticamente impossível!
Thaís Damasceno 22/06/2017minha estante
Por muito tempo tive receio de ler obras do Monteiro Lobato, ainda não li, mas pretendo, exatamente para montar minha opinião sobre a obra, e poder refletir sobre esses pontos.


Fernando Lafaiete 22/06/2017minha estante
Leia mesmo Thaís... eu ainda não tenho uma opinião 100% sobre o autor como pessoa. Eu ainda vou refletir bastante sobre o fato dele ser ou não racista. Depois de ler algo dele, compartilhe sua opinião comigo... ;)


Thaís Damasceno 22/06/2017minha estante
Compartilho sim, pode deixar. Acho válido ler essas obras por diversos pontos, não só pra ter uma comparação sobre essas obras, sobre a época e sobre as questões sociais que foram levantadas depois de certo tempo.


Erick 28/12/2018minha estante
Dos livros do Sítio eu só li "O Poço do Visconde" e "A Chave do Tamanho" (e pretendo ler as demais obras do autor a partir do ano que vem com do Domínio Público) e "A Chave do Tamanho", num momento provavelmente inspirado no discurso do Chaplin em "O Grande Ditador", Emília faz uma grande crítica à guerra e a violência humana ao dar uma bronca no "Grande Ditador" encolhido...


Fernando Lafaiete 15/01/2019minha estante
Muito obrigado pelo comentário Erick. Eu também pretendo ler a obra completa do Monteiro, até para poder ter uma opinião ainda mais sólida sobre ele e sua polêmicas. Ainda não li os que citou, mas irei procurar. :)




Jade 17/04/2017

Depois de ler da até desgosto de ser branca e assim existir violentamente. Se é revoltante para mim ler a realidade de negros africanos no Brasil escravista imagine para quem é descendente ou filho do sofrimento, do banzo e da desumanização. Leitura obrigatória, triste, mas obrigatória.
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Ana Ponce 03/01/2017

Negrinha
OLÁ... Hoje irei falar sobre o livro Negrinha de Monteiro Lobato.
Este é um livro de contos que foi publicado em 1920. Para muitos leitores neste livro estão os melhores contos escritos por Lobato, sem dúvidas nele estão os contos mais emotivos do autor, enquanto que em Cidades Mortas estão os contos mais irônico e cômico.
Nessa edição da Editora Globo, estão os contos:

* Negrinha
* As fitas da vida
* O drama da geada
* O Bugio moqueado
* O jardineiro Timóteo
* O fisco
* Os negros
* Barba Azul
* O colocador de pronomes
* Uma história de mil anos
* Os pequeninos
* A facada imortal
* A policetemia de Dona Lindoca
* "Quero ajudar o Brasil"
* Sorte grande
* Dona Expedita
* Herdeiro de si mesmo


Em muitos contos há denúncias sobre a realidade dos escravos e dos escravos forros, antes e depois da chamada Lei Aurea, como é o caso de Negrinha, O jardineiro Timóteo, há contos engraçados (O colocador de pronomes, A facada imortal), há contos que assustam (O bugio moqueado, Os negros), mas todos retratam o ser humano, suas qualidades e defeitos, temas muito frequentes nas obras de Monteiro. Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima.

site: viajandocompapeletinta.blogspot.com
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Fabi 20/11/2016

A verdade nua e crua... e atual, eu diria.
Dizem que quando lemos algo produzido em determinada época, podemos sentir como as pessoas que viviam naqueles tempos pensavam. Será?
A grande questão em Negrinha passa de longe da capacidade literária de seu autor e insiste na ideia de que Monteiro Lobato era ou não, de fato, racista. Então eu penso, vai fazer alguma diferença agora? Hmmm... creio que não. Então, vamos ao que interessa.

Negrinha é uma coletânea de contos publicados em 1920 (e entre eles está o do título do livro) que mostram algumas verdades (a meu humilde ver) em uma sociedade pós-abolição. Os textos são riquíssimos em detalhes e vocabulários que mostram como era a sociedade do início do século XX. Algumas passagens são realmente chocantes, o que nos faz pensar se o autor era racista ou se meramente mostrava como era a realidade da época.
São narrativas perfeitas, verdadeiras conversas de causos com os leitores, em um grau de intimidade que me lembrou muitas vezes Machado de Assis.

Apesar dos textos serem antigos, se mostram atuais em discussões sobre preconceitos/ racismo e podem ser trabalhados em sala de aula; porém, questões de vocabulário devem ser exploradas antes para não confundir as cabeças dos alunos.

Excelente pedida!
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Gláucia 31/10/2016

Negrinha - Monteiro Lobato
A primeira edição, de 1920 tem apenas 6 contos. Foram sendo adicionados outros e na quarta e definitiva, de 1946 temos 22. Os temas aqui são mais variados que nas outras duas coletâneas mas estão presentes assuntos abordados com frequência os textos do autor como por exemplo a questão do progresso e da forma como as pessoas da zona rural o encaram.
Um de meus contos preferidos pertence a esse volume: O Colocador de Pronomes. Também merecem destaque: A Policitemia de Dona Lindoca, Sorte Grande, Dona Expedita e Herdeiro de Si Mesmo.
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z..... 16/09/2016

Os 22 contos sensibilizam o leitor para a crítica social, através de histórias impactantes (como os contos "Negrinha" e "Bugio Moqueado") ou em situações atípicas com humor sagaz (como nos contos "O colocador de pronomes" e "Dona Expedita").
O livro é do início do século passado e, entre as injustiças, o autor expõe o preconceito racial. Interessante que esse aspecto se faz notar não apenas nas situações retratadas, objetivo de vários contos, mas também na concepção da escrita, mostrando expressões preconceituosas rotineiras à sociedade de época na referência ao negro. Lobato mostra o preconceito intencionalmente e também involuntariamente (o racismo estava arraigado de muitas formas no cotidiano, reconhecendo-se ou não, e o autor expressa isso em sua identidade).

Os contos que mais chamaram minha atenção foram: "Negrinha" (triste pela situação da exploração infantil, também bonito no encanto da menina por uma simples boneca), "O Barba Azul", "O bom marido" e "A policitemia de Dona Lindoca" (exploração e anelo feminino), "O jardineiro Timóteo" e "O Fisco" (injustiça social e racial) e "Marabá" (uma história de estética indianista com certa ironia e desapego).

Segundo estudiosos, essa obra reúne os melhores contos de Lobato e o que é apontado como sua obra-prima é "A facada imortal" (irônico à vilanias e espertezas), mas o que mais gostei foi "Os negros". É o mais longo, começa como uma história de terror e desenvolve-se com a revelação de um romance em seus desdobramentos misteriosos no passado.
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Eric 27/02/2016

Nu e cru
Os sucessos de Monteiro Lobato não foram somente proveniente das famosas histórias do Sitio do Pica Pau Amarelo. O autor também é consagrado pela suas obras adultas e mais reflexivas como a coletânea de contos Negrinha.

A obra irá retratar a sociedade brasileira de maneira criticista e sarcástica. Demonstrando através de contos, os preconceitos raciais, hipocrisias, destruição ambiental, ambição, violência e entre outros temas tão comuns nas hodiernas sociedades.

Apesar de uma polêmica em cima do autor, caracterizando-o como racista, os contos desse livro quebra toda esta visão errônea que alguns críticos possuem do autor. No conto Negrinha por exemplo, o autor irá analisar profundamente, todas as marcas que a escravidão deixou dentro da sociedade. Através de uma forte e triste estória de violência e rejeição de uma menina órfã e negra, pensaremos muito bem antes de rotular Lobato como racista.

Além disso, o livro irá abordar estórias bizarras como a do Bugio Moqueado, Barba Azul e Os Negros, que introduz o terror sobrenatural com a violência em conto trágico do amor. Há também, estórias sobre a elite paulistana que são carregadas de sarcasmo acompanhada de uma grande reflexão.

Negrinha é uma obra muito atemporal e traz críticas a uma sociedade que ainda não largou os velhos hábitos, como o racismo. Se pude tirar uma grande conclusão com o término desses contos, foi que o brasileiro ainda não aprendeu a deixar de lado seus atos preconceituosos e trapaceadores para trás. O "jeitinho brasileiro" é um mal que já deveria estar sepultado há muito tempo. Monteiro Lobato consegue nos fazer refletir que os problemas da atualidade são consequências de uma má formação da ética brasileira nos antigos tempos.

Por fim, a leitura desses contos é bem compensadora, com uma escrita maravilhosamente fluída, Monteiro Lobato constrói contos que dão um verdadeiro tapa na cara da sociedade. Apesar de ter algumas estórias que não me agradaram tanto, Negrinha é uma obra de leitura obrigatória para aqueles que buscam entender um pouco das más marcas que permeam a sociedade, as quais foram deixadas por um passado de grandes injustiças.
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@KrolChacon 13/04/2014

Resenha Para Vestibular
Negrinha é um conto de Monteiro Lobato narrado em terceira pessoa. Em Negrinha, as ações das personagens estão centradas, basicamente, na figura da pobre órfã adotada e os acontecimentos ao seu redor. Desde o nascimento da órfã, a história de sua vida é contada, afinal, ela morre ainda cedo, momento em que se dá todo o desenlace do conto. A patroa de Negrinha, dona Inácia, era chamada de “excelente senhora”, principalmente pela igreja, afinal era uma mulher rica, possuidora de muitos dotes, e que contribuía regularmente com a igreja. Segundo o Reverendo, d. Inácia era uma: “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”.
Dona Inácia mantinha Negrinha como um animal doméstico, sem direito a nada, somente sobreviver. As atitudes de Inácia sempre foram com o intuito de mostrar a imagem de uma boa senhora à sociedade, mas, em casa, tratava cruelmente Negrinha, tendo em sua pobre figura uma possibilidade de expurgar suas raivas e neuras. Tudo era motivo para que Negrinha apanhasse, levasse pontapés, xingamentos etc. No transcorrer do texto, toda “ruindade” da patroa é revelada, principalmente no momento em que ela pede para Negrinha abrir a boca para engolir um ovo que acabara de sair do cozimento.
Na seqüência, duas sobrinhas de “Santa Inácia” – como enfatiza Monteiro Lobato – vem passar as férias de dezembro e, pela primeira vez, a Negrinha pôde brincar. As meninas brincam com ela, mas ficando sempre claro que ela é adotada e, portanto, diferente, um verdadeiro animal de estimação. Após o retorno das sobrinhas de Inácia, a vida de Negrinha volta a ser como era antes. Pouco tempo depois que as meninas brancas vão embora, ela falece de desgosto, fraca e delirante, relembrando das brincadeiras que teve com as meninas, bonecas e brinquedos.

O conto é pequeno e bastante emotivo. Entre os principais personagens estão:

Negrinha: Todos os fatos transcorrem á sua volta. O nome “Negrinha” (adjetivo), é colocado como nome próprio (substantivo) na narrativa, mais uma forma de Lobato destacar o preconceito visceral dos demais. O conto se encerra com sua morte, que se torna uma libertação após tanto sofrimento.

Dona Inácia: A mulher que adotou e martirizou Negrinha. Solteirona, tornara-se viúva sem ter filhos. Para a sociedade, mulher de caráter ilibado, digna, possuidora de riquezas e assídua freqüentadora e colaboradora da igreja. Mas, através do conto descobrimos quem ela é realmente. Utiliza-se do fato de ter adotado uma menina para se gabar, sendo que, na verdade, trata a órfã como um verdadeiro animal doméstico. Com a morte de Negrinha ao término do conto, ela lamenta a perda de negrinha que: “Era boa para dar um cocre” (cascudos).

Reverendo: Personagem coadjuvante ministrava na igreja em que d. Inácia freqüentava e colaborava financeiramente. Aparece no conto somente para reforçar a idéia de “virtuosa senhora”, de dona Inácia.

Criada nova: Aparece no conto no momento em que Negrinha engole um “ovo quente” após a reclamação da mesma. Em outro momento surge outra criada, mais amena e que não a destratava.

Duas sobrinhas: Aparecem do meio ao fim do conto; brincam com Negrinha, mas nunca a deixando de tratar como uma adotada. Achavam a órfã extravagante por nunca ter visto uma boneca.

Cuco: Apenas um tipo de metáfora do tempo, que aparece no conto como um elemento que traz fantasia para Negrinha, quando ele apitava as horas. No final, o cuco aparece mais uma vez, alertando que o tempo de Negrinha na terra estava findando.

site: http://krolrice.blogspot.com.br/2010/10/resenha-para-vestibular-negrinha.html
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Gabi 14/12/2013

Analise Literária do Conto A Negrinha de Monteiro Lobato
O Autor
Monteiro é influenciado pelo racismo cientifico por um curto período de tempo, 1914 a 1918, mas logo muda para ideologia de sanitarista que questiona “como evoluir se há doenças?” preocupa-se com as epidemias e o estudo da vacina.Quando retorna de sua visita do E.U.A. volta com a idéia de Industria Pretoleira e Ciderurgica. E em suas cartas demonstra-se grande feminista relatando, admirado, a independência da mulher Norte Americana. A sociedade questionava “Como ser um país desenvolvido com tantos negros e místicos?” O pensamento era influenciado pelo racismo cientifico, conhecido na Europa como fardo do homem branco, ideologia a qual se defendia que a raça negra possuía a capacidade de pensar por motivos científicos analisado nos crânios.
A Obra
A técnica de escrita Lobatiana visa descrever social e psicologicamente através das apresentações para daí então desenvolver a trama. Em uma única palavra descreve a protagonista: Fusca, que quer dizer que parece negro; sombrio; triste. Esta palavra descreve a condição física, psicológica e social da personagem. Encontra-se, também, em sua escrita a influência Machadiana, pois a descrição psicológica das personagens, quando lemos a seguinte citação de Lobato “Olhos assustados” logo vem em mente a citação de Machado “Olhos de ressaca” de sua obra consagrada Dom Casmurro.
O mesmo período que Lobado escreve o conto A Negrinha surge a psicanálise, esta influência torrencialmente a escrita Lobatiana. A personagem adulta que com sua hipocrisia pessoal, que a faz uma casca, não deixa de estar também na condição de coisa, assim como negrinha. Quando o autor diz “pela primeira vez foi mulher”, vemos aí também, a personagem tinha tudo, mas não tinha nada; ideia antropológica de que o ser humano tem que se transformar humano.
A personagem Negrinha está como condição de coisa, mas depois do episódio da boneca não é mais a mesma, pois deixa a condição de coisa para ser humana. E uma vez que se torna humana não pode mais ser coisa. É quando brinca que se torna humana, pois vive na realidade tudo aquilo que era, para ela, só na imaginação. Então Negrinha não suporta e morre de melancolia, depressão.
Paulo Neto 25/12/2014minha estante
obrigado pelo spoiler




Alessandra 11/12/2012


Esse livro é uma reunião de contos maravilhosos do meste Monteiro Lobato. É impossível não finalizar a leitura após começa-la, pois os textos desde o princípio despertam a nossa curiosidade, e nos surpreendem com o desfecho.

Foi uma leitura prazerosa :)
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Jonathan R. 21/11/2010

O melhor título brasileiro que já li!
O livro é incrível. Os contos são originais e possuem fins igualmente perfeitos. A maioria das histórias me agradou muito, o que me fez, acho que pela primeira vez, realmente gostar de estar lendo algo brasileiro.

[Spoiler a frente!]

O conto principal, "Negrinha", é realmente tocante e, de certo modo, engraçado, a maneira como ela chega à epifania e morre foi realmente inesperada - uma história sem igual; "Os Negros", "Herdeiro de Si Mesmo", "A Policitemia de Dona Lindoca" e "Dona Expedita" me fizeram idolatrar o livro, todos tem histórias originais e muito divertidas, mas não de uma forma usual, pois todos são excepcionalmente originais! Histórias ímpares que destoam dos outros vários contos brasileiros, idiotas e sem graça, que já li; O "Drama da Geada" e "Bugio Moqueado" foram outros dois contos que se destacaram, principalmente por causa dos finais tenebrosos; infelizmente, existem certos contos que poderiam ter ficado fora do livro, pois são tão sem graça e com finais tão previsíveis e básicos que prefiro apenas citar: "A Facada Imortal", "Os Pequeninos", "O Jardineiro Timóteo" e "Sorte Grande"(esse não foi tão ruim, mas o final é podre). Além desses, o livro possui outros contos, mas nenhum deles contribuiu para as 5 estrelas que dou a esse livro, apesar de serem relevantes, como "'Quero Ajudar o Brasil...'", "O Fisco" e "O Colocador de Pronomes", que falam sobre temas importantes, mas não são assim tão bons de ler.

No total, o livro é soberbo e com certeza vale a leitura, principalmente por ser uma obra nacional.
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Karine 23/08/2010

A leitura em alguns momentos torna-se cansativa, no entanto contos como: Negrinha, Bugio Moqueado, Os Negros, A policitemia de Dona Lindoca, entre outros, tornam a obra digna de elogios, refletindo a inteligência do autor ao despertar pequenas surpresas no fim de cada conto lido.
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Claire Scorzi 18/07/2010

Um escritor de muitos talentos
Monteiro Lobato e suas mil faces. Sua fama como autor de livros infantis - o primeiro exemplo de literatura infantil brasileira com uma cara própria, uma identidade própria - talvez tenha obscurecido suas capacidades como escritor para adultos. Aqui, temos o Lobato crítico social ("Negrinha", "O drama da geada", "Bugio mosqueado"), o Lobato sentimental e lírico ("Uma história de mil anos", "O jardineiro Timóteo"), e até um Lobato de ficção fantástica, beirando o terror: "Os Negros",habilmente lembrado por Heloísa Seixas no seu livro de contos do gênero, "Frenesi". Há ainda o Lobato que mescla esses variados lados com um pendor para a caricatura, ou a sátira, e mesmo o panfleto: ver contos como "O colocador de pronomes" e "A policitemia de D. Lindoca". Sem esquecer ainda "O Fisco", com seu início tão exato para retratar os subúrbios de toda metrópole (senti-me como se ele falasse dos subúrbios do meu município).
Enfim: muitos contos que merecem destaque. E que mereceriam ser mais divulgados.
Thiago275 04/05/2017minha estante
A Editora Globo, pelo selo biblioteca Azul, lançou a alguns anos os Contos Completos de Lobato. A princípio, a linguagem me assustou um pouco, mas quando dei por mim, estava mergulhado e maravilhado nas histórias que esse grande escritor contava. Realmente, só o conhecia pelo sítio, na qual passei muitos dias e dias na infância, mas os contos adultos do escritor me fazem pensar que ele é um dos grandes da literatura nacional.




Victor Rafael 29/11/2009

Inesperado...
Um certo preconceito com a obra de Monteiro Lobato não me impediu de ver as belezas de seu livro de contos.



Com um humor que, em certos momentos, lembra Machado de Assis (Vide: O colocador de pronomes e A policitemia de Dona Lindoca); com alguns contos mais sombrios (Vide: Bugio Moqueado e Os negros); e outros com uma aguda crítica social (Vide: Negrinha) a obra me surpreendeu.



Em que pese a linguagem um tanto densa da época, os contos são bem narrados, demonstrando que Lobato é realmente um bom contador de histórias.



Dica: Para quem gosta dos Contos de Machado de Assis.



o7
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Rach 19/02/2009

Negrinha e suas bonecas
livro de emocionar. Eu chorei, admito xD
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