nanda 02/04/2022
Seres humanos e supostos deuses
"? Alan parece um super-humano.
? O problema é que os super-humanos também desabam."
'Felicidade Roubada' é um incrível e objetivo romance psicológico. É uma história que busca deixar o leitor a par da concepção de que por mais que um ser humano pareça inalcançável, inabalável e um deus, ele ainda é um ser humano. E um ser humano é suscetível a erros e ao famigerado sofrimento, além da incompreensão daquilo que devia ser prioridade, seu cérebro, órgão vital para a vida. O medo, ciúme, egoísmo e egocentrismo são quase instintos humanos, e é inteligível que escapar desses "instintos" exige aprendizado e disciplina. O ser humano tende a ter medo do desconhecido, então porque não ser corajoso e conhecer seus próprios fantasmas e domesticá-los?
A relação entre pai e filha e principalmente o ceticismo quanto a transtornos da mente que afetam a emoção são com certeza os pontos centrais da narrativa. É importante entender o que leva alguém, com um histórico tão imperturbável, ver tudo fugir de seu controle e o quanto ser um bom profissional pesa em um tratamento. Que todos são grandes candidatos a passar por algo parecido e o quanto a compreensão dos eventos da mente são imprescindíveis em sociedade.
Um ótimo livro para nos fazer refletir sobre nós mesmos e, até mesmo, a capacidade de ver os outros com um olhar mais humanizado.
"? (...) só há um médico que pode causar mais dano do que um cirurgião: um psiquiatra. O primeiro, quando é um mau profissional, destrói o corpo, mas o segundo destrói a mente."