Felipe 19/12/2020A família Trueba é cheia de pessoas peculiares, mas o destaque maior é para as mulheres. Duas de cabelo verde, cada uma com sua beleza, sendo a Rosa quase que uma divindade, e Alba uma alma muito forte. Clara, claríssima, clarividente, a que mantém a casa dos espíritos cheia de vida e harmonia. Nívea, a primeira com ideias de direitos para as mulheres. Blanca, a que tem uma ligação forte com Clara. Sobretudo, esse é um livro de muitos exemplos de mulheres fortes, com todas as suas inseguranças, mas acima de tudo, com todas as suas ideias e formas de engrandecer a história de um país, que passa por inúmeras mudanças.
O tema da ditadura chilena retratado aqui - Isabel Allende era filha do primo do então presidente assassinado pelos militares - é muito intenso. Dado o grau de brutalidade da intervenção no Chile, os eventos aqui
são muito intensos, e o leitor tem de estar preparado para as "pancadas" da narrativa.
No contexto geral, o livro tem realismo mágico, intrigas familiares, romances, lutas por direitos sociais, acontecimentos históricos do Chile, e uma ode as muitas mulheres da narrativa, que em especial na família Trueba, são sempre muito importantes.
Enquanto a Esteban Trueba, ele tentou se redimir no final da narrativa, mas eu não perdoo ele não. É daquele tipo de pessoa que deveria ser lembrada somente por fazer parte do grupo que compõe o lixo da História. Ele que vá dar bengaladas na casa do chapéu ?