Resenhas - A fúria

Camila.Szabo 20/01/2022

Desconcertante
O que achei mais interessante nos contos dela é como ela desconcerta o leitor. Algumas vezes nos deixa na dúvida com sua escrita que muitas vezes deixa espaço para ambiguidade, outras vezes pela forma natural que trata situações de crueldade. Fiquei boquiaberta com alguns contos.
Crianças, idosos, animais e religiosidade são temas de muitos dos contos deste livro. Inclusive ela trata as crianças como seres ambíguos também colocando-as como protagonistas de algumas situações maldosas e até absurdas.

Fer . 05/01/2022

Rápido como um piscar de olhos
Incrível como a autora conseguiu me fisgar! Uma das diferenças entre contos e romances é a rapidez com que o autor precisa situar o leitor. Em um romance, isso pode durar vários capítulos para que o leitor seja capaz de compreender o contexto da história. E Silvina Ocampo consegue fazer isso em um ou dois parágrafos. E assim, me via presa na leitura de cada conto, imersa no mundo em que a autora queria me levar.

Debora 22/12/2021

Livro de contos mais uniforme que já li
Os contos de Silvina Ocampo são excelentes, começam como histórias despretensiosas, mas, de repente, vc percebe que não é tão simples assim. Sem mudar o tom, sem peripécias narrativas, o fantástico, o absurdo entram na narrativa, nos fazendo parar para pensar no que acabamos de ler.
Há como que um confronto entre o ambiente rotineiro e a extravagância imaginativa (como nos diz o Posfácio)
Só teve um conto que me pareceu mal resolvido. Dos outros gostei bastante, em especial o que dá nome ao livro, A fúria, O castigo, A casa de açúcar e TB O rebento (a violência familiar entranhada)

brentlejuice 05/12/2021

Não sou a maior fã de contos, mas esse livro me surpreendeu positivamente!
Teve alguns contos que precisei parar pra digerir, pensar depois (e outros que não gostei tanto).
Uma boa surpresa de fim de ano, e a nota foi baseada nos que eu mais amei mesmo.

marimounasc 23/11/2021

Livro de contos com pegada de realismo mágico latino americano, que mistura fantasia e horror a cenas do cotidiano, em situações bem kafkianas. Mariana Enriquez, contemporânea de Silvina, também faz isso muito bem em "as coisas que perdemos no fogo".

MachadiAninha 26/09/2021

Me puxou pra outro lugar que não o agora
Me senti na Argentina, principalmente. Foi como se eu tivesse renascido, e mesmo não sabendo de alguns eventos da cultura em específico, expressões e coisas do tipo, ao virem à tona, foi como se eu tivesse sido parida lá. Silvina faz um trabalho com o tal "realismo fantástico" que encanta e te tira de uma zona de conforto enorme. Contos curtinhos, que dão pra ler em uma sentada, e que nos fazem pensar em mil coisas e em coisas nenhuma. Houve momentos em que pensei ser um coelho, um homem, uma criança, e ahn! Essa troca de expectativas em relação a alguns padrões são bem legais. As crianças dos contos, por exemplo, são tudo, menos boazinhas e inocentes.

Mirela Ugioni 17/09/2021

Criei muita expectativa sobre esse livro, e talvez isso tenha atrapalhado um pouco. Gostei bastante de uns 3 contos, os outros nem tanto assim.

Mika Busch 08/08/2021

Leitura diferente e incrível
Muito diferente de tudo que eu já li, foi um ótima surpresa, contos estranhos e bizarros e ao mesmo tempo com assuntos super comuns do cotidiano familiar, como se vistos de uma forma distorcida que só acontece dentro da nossa cabeça. Quando terminei senti que preciso ler de novo e de novo.

Segen 12/07/2021

O estranho mundo novo
Silvina escreve suas breves narrativas como quebra-cabeças. Quase invariavelmente você se sente perdidoso iniciar um conto. E ele vai passando a fazer sentido ao final. Ou mesmo ao voltarmos ao seu início para lê-lo novamente. A forma é o que mais chama a atenção. O conteúdo, por vezes brilhante é frequentemente engrandecido pela forma. E isso é grande literatura. Nem todos os contos me agradaram. Mas, acredito, que com uma nova leitura, em alguns anos, tudo pode mudar. E isso é grande literatura.

pinksuricato 17/02/2021

Fantástico, brilhante e criativo
Em "A Fúria e Outros Contos", é possível conhecer a intrigante literatura de Silvina Ocampo, escritora argentina que viveu entre os anos de 1903 e 1993, casou-se com também escritor Adolfo Bioy Casares e foi muito amiga de Jorge Luís Borges, outro importante autor de sua época.

Não li este livro tão rápido, e por um motivo especial: após a leitura de boa parte dos contos presentes no livro, eu precisava parar para respirar e digerir o que havia acabado de ler. Contos como "A Casa de Açúcar", "O Casamento" e "Nós" me deixaram marcada pelo humor extremamente único, pela criatividade empregada e pela leveza com que coisas tão absurdas são contadas. As histórias, inclusive, se parecem muito com aqueles sonhos diferentes que de vez em quando nós temos durante a noite e que nos fazem passar o resto do dia nos perguntando como o nosso inconsciente consegue produzir coisas tão surreais.

Intrigante e envolvente, histórias epistolares e contos que soam mais como a transcrição de um monólogo maluco e revelador compõem essa antologia. Sendo o único livro solo de Silvina Ocampo a ser publicado no Brasil, as páginas finais deixam uma enorme sensação de vazio e um sentimento gigantesco de "quero mais".

O livro é incrível, uma ótima porta de entrada para a obra da autora ? que, dentro da literatura argentina, é bastante conhecida e importante. Recomendo para quem esteja procurando uma leitura leve e interessante, e deixo aqui registrado meu desejo de que outras obras de Silvina sejam traduzidas e publicadas no país.

Bel 313 20/01/2021

Me apaixonei
Fiquei encantada com o estilo dessa escritora.

Com contos ora singelos e poéticos, ora brutais e cruentos. Mas sempre uma escrita fantástica tanto pela qualidade da escrita pelo quê além do real e cotidiano.

Ler este livro me fez querer mais e desejar conhecer a fundo produção de Silvina Ocampo.

nadia 19/01/2021

"As vezes, morrer é simplesmente ir embora de um lugar."
Contos de suspense, misticismo, absurdo, horror, maldições, relações e, também, um humor aqui e ali. Tudo isso com a 'aura' do contexto latino-americano, especificamente argentino, como uma forma de identificação da literatura da região. São várias as situações apresentadas, desenvolvidas das mais absurdas formas e, por mais que já começamos alguns contos adivinhando seu fim, os desenvolvimentos das histórias tornam o desfecho apenas um detalhe em comparação com o que o causa. Com uma escrita impecável, Silvina Ocampo constrói contextos que transmitem diversas (e esquisitas) sensações e representa uma das mais finas literaturas da América Latina.

paulofonsecamj 11/01/2021

MARAVILHOSOOOO
A Fu?ria.
Silvina Ocampo
Nota: 10/10
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Resenha: Publicado em 1959, A fu?ria e? considerado ?o mais ocampiano? dos livros de Silvina, um obra reunida em diversos contos curtos em que a autora encontra sua voz u?nica e inaugura seu universo alucinado. A fu?ria e? uma das reunio?es de contos mais intensas da literatura argentina. As leituras deste livro podem suscitar mal-estares, mudanc?as de a?nimo, deslumbramentos. Certas frases e uma ou outra palavra violenta desencadeiam a perplexidade e a inquietude fi?sica.
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Opinia?o: Depois de muita espera eis que chega um livro inteiramente de Silvina Ocampo no Brasil e: QUE LIVRO SENHORES. A fu?ria e? um livro absurdamente INTENSO, apesar de curtos cada conto demora um tempo extremo a ser digerido. Seriam esses contos que da?o vozes as invisibilidades ou a crueldade humana inocente e obli?qua? Eu, honestamente na?o saberia responder.. O fato e? que, a fu?ria explorada no livro nas atividades mais corriqueiras e humanas e? despertada no leitor a cada novo conto, Ocampo explora um universo na?o explorado, e nos tra?s uma infinidade de inco?modos e sensac?o?es, sem mera de du?vidas uma das melhores leituras que fiz em muitos anos, magnifi?co.
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Dicas do Paulo: Mais um livro incri?vel escolhido pelo clube de leituras do Belas. Eu posso dizer infinitamente bem dessas livreiras responsa?veis pela curadoria aqui, e de cada uma dessas participantes o quanto somam mensalmente em minha vida, me dando aulas de empatia e novos conhecimentos, tudo isso de maneira divertida, despojada e descontrai?da, na melhor das energias possi?veis. (Ainda que tenhamos lidos muitos homens nos u?ltimos meses, rsrs, brincadeira) @livraria_do_belas muito obrigado por sempre e tanto ??
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Citac?a?o: Somos um compe?ndio de contradic?o?es, de afetos, de amigos, de mal entendidos ? Somos monstros. Quando estou com voce?, sou diferente. Somos tambe?m o que as pessoas fazem de no?s. Na?o amamos as pessoas pelo que sa?o, e sim pelo que nos obrigam a ser.
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Lucy 30/11/2020

Insólito
Uma boa surpresa conhecer um pouco da imaginação e da escrita da Silvina Ocampo. Entre crianças perversas, amigas de infância mal resolvidas, animais empalhados, mortes repentinas e outros personagens insólitos, ela traz alguns contos muito interessantes e outros fragmentos. Muitos em ambientes domésticos, privados, familiares, nos aniversários - é nesse lugar de conforto onde surgem as questões e o horror.

Alguns carregam certa semelhança com nossa Clarice, com fluxos de consciência, momentos corrosivos e finais que parecem estranhos, inacabados. Impressionante como ficou tanto tempo desconhecida aqui, sendo ela admirada e contemporânea de nomes como Borges, Bolaños, Cortázar, Bioy Casares

Meu único ponto é que, por alguns contos serem abstratos demais, nem sempre a atenção fica plena e precisei voltar para reler e entender a história. Mas nada que prejudicasse a experiência e a descoberta de Ocampo.