A fúria

A fúria Silvina Ocampo




Resenhas - A fúria


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bella 30/04/2024

Deus ou o mundo vai tirá-lo de você.
Esperava mais, sinceramente. entretanto, como todo livro de contos, alguns são bons e outros não. os que eu gostei de verdade valeram os que não foram tão legais e surpreendentes.gostei da capa. nunca tinha lido nada dela e acredito ter começado por uma porta de entrada bacana. valeu a experiência.
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Drika.Zimmermann 14/04/2024

Bizarro e sinistro ???
Já tinha lido sobre a autora e estava louca pra ler Silvina Ocampo! Adorei que achei 2 livros dela na biblioteca do Sesc e acabei pegando esse primeiro.

Um livro com 34 contos bem curtinhos, já sabia que a escrita dela era diferente, digamos assim kkk confesso que imaginava que fosse mais puxado pro perturbador, mas não achei tanto assim.

Ela traz fatos relacionados a morte, traição, relações de forma muito natural.

Alguns contos eu tive que reler porque parecia que estava lendo em outra língua hehe

Mas os contos preferidos foram:
O rebento, A casa de açúcar, Mimoso, Nós, A fúria e As ondas.
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GiuLaganá 17/03/2024

A furiosa fúria de Silvina Ocampo
Silvina sabe como tirar das profundezas de nossos pensamentos aquilo que temos de pior, que em geral fica escondido. Conforme o livro vai se desenrolando, os contos vão ficando mais difíceis, mas mais decifráveis, a ponto de se saber que o fim sempre será uma pancada em nosso senso de bondade.
Inusitado, inquietador.
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Cintia.Peruci 11/02/2024

Difícil.
Que leitura difícil, confesso que me interessei pela obra por ser uma mulher latina e pela capa maravilhosa! Mas sofri muito para ler, são contos curtos, mas alguns não achei sentido algum, achei chato, se fosse para eu escolher 5 contos bons, eu escolheria apenas um e o resto ficaria com deus. Acho importante dar espaço para autoras mulheres e latinas, só não me conectei com Silvina. Não gostei.
A escrita é excelente, apesar de tudo, talvez alguém mais maduro e menos mente fechada ame essa obra, pra mim foi um não.
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Ana Sá 20/12/2023

Sobre a esquecida no rolê hispano-americano ou uma ode às resenhas do Skoob!
Cheguei a este livro da argentina Silvina Ocampo (1903-1993) por um caminho inusitado: primeiro, cruzei com a sinopse da biografia da escritora ("A irmã menor", de Mariana Enríquez) e me senti imediatamente atraída! Adquiri a obra, mas em seguida, numa das resenhas do Skoob, esbarrei com um alerta do tipo: "a biografia é ótima, mas eu lamento não ter lido nada da produção ficcional de Ocampo; acho que assim teria aproveitado melhor a leitura de sua história de vida". Pois bem, conselho bom dado é conselho bom recebido! Voltei a colocar a biografia na estante e iniciei a leitura de "A fúria", uma coletânea de pouco mais de trinta contos publicada originalmente em 1959.

Como em todo livro que reúne um vasto número de contos, em "A fúria" nem todos os textos são memoráveis, alguns são inclusive descartáveis. Porém, como em todo bom livro de contos, a liga que justifica a coletânea é facilmente percebida: Ocampo é uma escritora do insólito, que (com as suas muitas personagens perturbadas!) vem perturbar a leitora e prendê-la numa zona de desconforto!

Relações fraternas e amorosas são tema frequente, sendo quase sempre conduzidas por ou culminando em estranhamento ou espanto: o casal que se muda para uma casa cheia de fantasmas (talvez metafóricos, talvez nem tanto); a esposa-escritora que confunde marido e personagens; o protagonista que faz amizade com um jovem vidente. Também os animais não são esquecidos por Ocampo: a mulher cuja descrição se confunde com a de um cavalo; a corrida de uma lebre que dribla inusitadamente uma matilha. Ou então simplesmente uma mulher presa num porão, nos dando a angústia de não entendermos nem qual é a profissão que ela afirmar ter, nem se ela estará a salvo de um desabamento iminente. Por fim, as ruas de Buenos Aires como cenário, diferentes crianças como personagens e sutis conflitos de classe enriquecem o combo!

Quem gosta da literatura fantástica de Cortázar vai se sentir em casa com Ocampo, com a diferença de que em muitos de seus textos encontramos uma dose a mais de ironia, humor ácido e morbidez. Em comum com o autor de "Bestiário" (1951) temos aquela atmosfera de um suspense que não demanda solução porque a graça da narrativa está precisamente naquilo que não deve ser explicado.

Aliás, por falar em Cortázar, é por aqui que começou o meu interesse pela biografia da autora. Pertencente à classe média alta, Ocampo não poderia ser mais íntima do cenário literário hispano-americano do qual o autor fazia parte: ela era casada com Adolfo Bioy Casares, foi muito amiga de Borges, e, dizem, chegou a ter uma caótica relação amorosa com Alejandra Pizarnik. Pensa então nessa biografia?

Também sua biografia literária não deixa a dever: trata-se de uma autora muito elogiada por nomes como Roberto Bolaño, Italo Calvino, Camus e próprio Cortázar, o que reforça o estranhamento diante de seu apagamento literário quando comparado ao alcance de alguns de seus contemporâneos argentinos. É o mantra: nem todas as mulheres, mas sempre uma mulher esquecida no rolê literário, não é mesmo?

Sigo para a leitura da história de vida de Silvina Ocampo agradecida à skoober que sugeriu que sua obra ficcional viesse primeiro. Agora, não mais reproduzirei os erros cometidos pela crítica literária ao colocarem holofotes na vida em detrimento da obra. Tiro da estante a biografia de uma ótima escritora, e não mais a de uma mera amiga de Borges e esposa de Adolfo Bioy Casares.
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Raul Maciel 17/12/2023

Com tudo que implica ser irmã de Victoria Ocampo, casada com Adolfo Bioy Casares e amiga de Luis Borges, Silvina Ocampo esteve por muito tempo nas sombras dessas importantíssimas figuras da literatura latino-americana, tendo as suas obras bastante ofuscadas não apenas à época, mas por muito tempo. Ela, que viveu entre 1903 e 1993, apenas muito recentemente começou a ter mais espaço no Brasil.

Originalmente publicado em 1959, A fúria e outros contos chegou a nós em 2019, e As Convidadas, de 1961, em 2022, ambos pela Companhia das Letras. Antes da publicação dessas duas coleções de contos — com 34 contos e 224 páginas e 44 contos e 264 páginas, respectivamente —, havia apenas a tradução de poucos contos e isolados.

Em A fúria e outros contos, há uma diversidade enorme nas formas, em narradores e narradoras, bem como em personagens (diferentes gêneros, classes, idades, modos de viver e de ver o mundo — o que inclui até a confusão dos próprios gênero e personalidade por quem escreve, como em A continuação), ambientes em que se os contos se passam e nos conflitos apresentados ao longo das histórias.

Muitos textos são cenas do cotidiano que, em tese, não caminhariam para um desfecho espantoso, mas o fazem. E mesmo quando já passamos da metade do livro e nos acostumamos com a escrita e com a construção das histórias, os contos não se tornam previsíveis ou menos chocantes. Cabe destacar que embora apresentado como literatura fantástica e sendo a maioria dos textos do livro pertencentes a esse gênero, há textos que não carregam elementos fantásticos.

O teor geral dos textos é o de causar um estranhamento, mas não como se neles houvesse a intenção de provocar um certo desconforto ou uma angústia, pois tudo soa natural e real aos personagens. O estranhamento é menos pelas situações e mais pelo modo como os personagens lidam com eles. Há histórias em que tudo é narrado com naturalidade mesmo quando pessoas ao redor demonstram um incômodo com o que a personagem central faz, como em Mimoso, um cachorro que falece e é embalsamado pela sua dona e a relação que se desenvolve passa a incomodar o seu marido e outras pessoas.

O horror e o humor caminham juntos, sendo As fotografias um dos textos que melhor demonstra isso. Nele, as pessoas convidadas levam à exaustão Adriana, a aniversariante, que é cadeirante, para que ela tire fotos e faça poses para fotografias.

"- Ela tinha que ficar de pé - disseram os convidados.
A tia objetou:
- E se os pés saírem mal?
- Não se preocupe - respondeu o amável Spirito -, se não ficarem bem, depois eu corto.
Adriana fez uma careta de dor e o coitado do Spirito teve que a fotografar de novo, afundada em sua cadeira, entre os convidados." (trecho de As fotografias)

"Quando vimos pela primeira vez Ángel Arturo brincando com o revólver, nós três, meu irmão, Leticia e eu, nos olhamos, certamente pensando a mesma coisa. Sorrimos. Nenhum sorriso foi tão compartilhado nem tão eloquente." (trecho de O rebento)

Em diversos contos, são descritas detalhadamente características físicas ou de expressões de personagens, já indicando um certo julgamento de caráter de quem nos conta a história, e também os espaços e cômodos em que as histórias ocorrem, tornando alguns textos bastante imagéticos. Muitas histórias se passam em Buenos Aires, o que percebemos por menções a bairros, ruas e pontos da cidade, mas que também percebemos mesmo quando a escritora não o faz explicitamente.

Algumas vezes, a realidade parece ser apresentada com uma camada fina que pode ser rompida a qualquer momento. Em outras, não há uma ruptura do real para o fantástico, são como um só. Quando há a ruptura, não é como se o desfecho contrariasse a lógica ou negasse a realidade, mas, ao contrário, ele é a própria lógica. E também há situações em que a transição é gradual, como em A casa de açúcar, em que o fantástico se apresenta de forma gradual no tempo, nos processos de cada personagem e também na nossa condução pela leitura. Juntam-se às histórias o misticismo (como em A sibila, em que três amigos vão roubar uma casa e uma menina prevê o desfecho da história), bem como sonhos e delírios (em O mal, em que um doente reflete — ou: tenta — sobre sua internação, seu estado de saúde e sua vida).

"- O que você está fazendo aqui?
- Dando uma espiada. Gosto de ver as vias daqui de cima.
- É um lugar muito sombrio e não gosto que você ande sozinha.
- Não acho tão sombrio. E por que não posso andar sozinha?
- Gosta da fumaça preta das locomotivas?
- Gosto dos meios de transporte. Sonhar com viagens. Ir embora sem ir embora. “Ir e ficar, e ficando, partir.”" (trecho de A casa de açúcar)

"Sonhou que tinha fome. Não havia nada para comer; então tirava do bolso um pedaço de pão tão velho que não conseguia mordê-lo; banhava-o em água, mas continuava igual; finalmente, quando o mordia, seus dentes cavam dentro do único pão que tinha arranjado para se alimentar. O caminho em direção à saúde, em direção à vida, era esse." (trecho de O mal)

Questões materiais e de classe aparecem por meio do confronto de personagens ricas e personagens pobres, da precariedade, do materialismo, mas também quando más condições financeiras limitam as possibilidades e influenciam os rumos dos personagens e quando vemos, por outro lado, que boas condições não as garantem ou são acompanhadas por outros problemas.

As idéias de disputa e de vingança aparecem em diversos textos, como naqueles que abordam relacionamentos entre casais, nos quais ainda vemos o amor e o ódio lado a lado, ciúmes, traições e, às vezes, uma obsessão assustadora por si só.

A perversão e a perversidade aparece em muitos personagens, inclusive nas crianças, que ocupam um lugar muito importante no livro, aparecendo em contos em que são as personagens centrais e em histórias narradas por pessoas adultas que retomam algum acontecimento ou aspecto da sua infância. Em ambas situações, geralmente não há qualquer tipo de julgamento moral, seja pelo fato de haver uma perversão praticada pela criança do conto ou pelo fato de um adulto retomar algum trauma da sua infância, caracterizando um certo tipo de quebra de expectativa com o fato de as crianças não serem ingênuas e de suas maldades também serem completamente normalizadas. Aqui, o infantil nega aquele que idealizamos.

Além dessa capa sensacional, alguns dos textos que mais me chamaram a atenção:

- A casa de açúcar, um casal se muda para uma casa e a mulher passa a mudar seus comportamentos e a sua personalidade, a descrição da evolução e do desenrolar é um espetáculo;
- A casa dos relógios, a relação de adultos e um provável assassinato pelos olhos de uma criança;
- O porão, uma mulher (que, tudo indica, é prostituta) mora em um porão com os ratos; forte do início ao fim, um dos melhores do livro (e cheio de mensagens em apenas três páginas);
- As fotografias, comédia e tragédia; conto riquíssimo na construção das duas situações: a de pessoas preocupadas com fotos e a da aniversariante que vai se cansando; e como uma afeta a outra de forma gradual sem que o final seja percebido ou evitado;
- A propriedade, uma mulher que é funcionária de uma mansão que parece um hotel spa (ou algo assim) e tem uma relação de gratidão em relação à sua patroa, é prejudicada por um novo funcionário e depois se demonstra grata a ele quando ele se torna o seu patrão, mostrando como opera a lógica que faz com que ela se comporte assim;
- Carta perdida em uma gaveta, com um começo marcante (Faz quanto tempo que não penso em outra coisa a não ser em você, imbecil?, você, que se intromete nas linhas do livro que leio, na música que escuto, dentro dos objetos que vejo.), é um dos textos do livro em que amor e ódio caminham juntos;
- O vestido de veludo, uma criança de oito anos acompanha uma modista durante a prova de um vestido de veludo por uma madame, a evolução se torna bem previsível e o que se destaca é como a diferença de classes grita nas falas da madame e como a criança vê a situação toda;
- A paciente e o médico, trata de dependência emocional e obsessão apresentadas por dois pontos de vista;
- Voz ao telefone, não deixem fósforos nas mãos das crianças;
- O castigo, acertar as contas com o passado, hiperproteção que guarda violências e se torna abuso;
- Relatório do Céu e do Inferno, "As leis do Céu e do Inferno são versáteis. Ir a um lugar ou ao outro depende de um ínfimo detalhe".

site: https://medium.com/@raulmaciel/sobre-a-f%C3%BAria-e-outros-contos-da-silvina-ocampo-56ec1e2791f6
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Nay__ 19/11/2023

Amei, recomendo muito!
Gosto muito de literatura fantástica (de fantasma) e realismo mágico. Ela conseguiu trazer toda a atmosfera de mil maneiras em contos rápidos e densos ao mesmo tempo.

Acho incrível que lembro de muitos dos personagens, mesmo eles aparecendo em 3 ou 4 páginas.

Por causa dela comecei a ler a Mariana Enriquez que tá me impressionando tanto quanto.

Conheçam essa mulher e a escrita dela!
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Ana Julia 08/10/2023

Com certeza, foi uma experiência bem estranha, mas, apesar da leitura arrastada, o saldo foi positivo
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Faluz 10/09/2023

A fúria. - Silvina Ocampo
Contos surpreendentes.
A autora nos provoca estranhamento e surpresa com relatos narrados com palavras simples mas combinadas com ações "diferentes". Isso nos deixa sempre numa situação de perplexidade, tentativa de acomodação da narrativa. Além disso, Silvina Ocampo não se coloca em descrever situações concatenadas, nos causa surpresa mesmo em relatos com crianças e o mal associado nos confunde.
Leitura de descobertas interessantes, de maneiras de sentir-se.
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Lilian 02/08/2023

Um tanto macabro
Os contos tem um quê de obscuros, um quê de macabros, e não curti muito. Não por conta do tema, mas a escrita não imprime os contos na gente, são fáceis de esquecer
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andrealog 05/06/2023

Perturbador mas super indico
Foi minha primeira leitura da escritora Argentina considerada uma das grandes em seu país no realismo fantástico. O livro e uma série de contos, de situações um tanto prosaicas e corriqueiras, muitas vezes com pessoas comuns, como aquelas com as quais cruzamos cotidianamente, mas há sempre um surpresa, um final ( ou início ou meio) que faz nosso estômago se apertar. A autora nos mostra que o terror pode estar em qualquer lugar, mesmo nas crianças ou num animalzinho simpático como a lebre do primeiro conto
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Marcos Paulo 27/04/2023

Depois que conheci e li livros onde os contos são insólitos, A Fúria não me assustou e só me fez querer mais esse tipo de leitura. Principalmente porque é uma leitura que foge da literatura brasileira e estadunidense, uma literatura universal.
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Bruna 29/03/2023

A Fúria
É um bom livro pra passar o tempo... não consegui me conectar com nenhum dos contos, embora alguns tenham tido um final interessante.
Estava esperando contos mais fortes sobre mulheres.
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Josi 13/03/2023

A fúria
Diferente de tudo que eu ja li. Os contos são lindos e alguns chegam a ser perturbadores. Tive muita dificuldade pra me adaptar a escrita e achei muita coisa confusa mas quero muito ler mais coisas da autora.
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LetAcia 09/03/2023

Genial
Ler Silvina Ocampo é sempre uma experiência que nos leva por um turbilhão de sentimentos. Nesse livro é possível perder a maturidade da autora em relação ao seu encontro com sua forma de escrita. Como dito no posfácio: "Silvina Ocampo convida à fantasia e à imaginação sem escrúpulos nem preconceitos; presenteia-nos com a possibilidade do sonho acordado para um despertar mais agudo, mais crítico e menos iludido, mais consciente, cara a cara com um mundo desprovido de máscaras".
A obra só reforça a genialidade da escritora que infelizmente é ainda tão pouco conhecida em nosso país.
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