A Filha da Fortuna

A Filha da Fortuna Isabel Allende




Resenhas - A Filha da Fortuna


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Leonardo 17/05/2020

Intercontinental
Eu já havia lido anteriormente uma obra de Isabel Allende, "Eva Luna". Foi uma leitura feita sob pressão para uma disciplina da faculdade, o que creio que contribuiu para que eu não gostasse da história (além da história em si). "A Filha da Fortuna" estava há anos aqui em casa, um livro que dei para minha mãe de presente de aniversário. Somados a quarentena; o fato de livros a minha volta tornando-se escassos; e a boa propaganda da minha mãe, resolvi dar uma chance a este. Decisão acertada: o li em cinco dias.

A narrativa de Allende é envolvente e fluida. Fatos históricos se envolvem com a singularidade dos personagens, feitos um tanto extraordinários casam muito bem com a firmeza e lógica dos acontecimentos, mulheres fortes e decididas tomam os rumos de suas vidas sem descaracterizar a sociedade da metade do século XIX e ir além das possibilidades de liberdade feminina possíveis daquele tempo e espaço. Em meio a toda essa concretude mágica, de modo algum parece forçar a barra que uma adolescente, Eliza Sommers, se aventure em cruzar o oceano Pacífico em direção ao hemisfério oposto em busca de um amor e acabe vivenciando algo muito mais transformador.

"- Nada é em vão. E na vida não se chega a lugar nenhum, Eliza; na vida só se faz caminhar."

Acabei me vendo muito na Eliza, em meio a este questionamento sobre o que caracteriza o nosso lar, e nessa sensação onde o caminho correto é aquele em que o desconhecido faz companhia e a zona de conforto não é uma opção. Além disso, o livro apresenta intersecções entre Europa, China, América Latina e Estados Unidos muito interessantes, fazendo com que constantemente fiquemos atordoados mediante constantes choques culturais e de formas de pensar, tamanha a heterogeneidade dos personagens.

"A Filha da Fortuna" é um livro com tanta força que ainda penso que poderia ter sido mais. Poderia ter 600, 700 páginas facilmente, explorar mais a fundo personagens como Rose Sommers, que a partir da metade da leitura senti muita falta. Entretanto, a decisão de um final um tanto como brusco é coerente não apenas com os saltos temporais do livro, mas também com a vida real, já que conclusões ideais não existem.

Recomendo muito a leitura. "A Casa dos Espíritos" que me aguarde.
Claudia.Correia 22/10/2020minha estante
Leonardo, sou suspeita para falar de Isabel Allende, ela é minha escritora preferida e li tudo dela. Se gostou de Filha da Fortuna recomendo ler na sequência Retrato em Sépia. É quase uma continuação de Filha da Fortuna e tão maravilhoso quanto.




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Maria Clara 30/05/2020minha estante
A história dos personagens continua (de certa maneira) em outo livro da autora - "Retrato em Sépia".




Jhosi 28/03/2020

Uma agradável surpresa
O livro conta a história de Eliza Sommers, abandonada ainda bebê no Chile do século XIX, criada em meio à elegância de uma prestigiosa família inglesa em Valparaíso.

Lugar onde vive até se apaixonar irremediavelmente por Joaquín Andieta, um jovem trabalhador empregado por ser tio adotivo.

Porém com a febre do ouro na Califórnia, Joaquín assim como boa parte dos trabalhadores chilenos, navegam rumo à promessa de um futuro melhor e uma sonhada fortuna, deixando para trás uma Eliza apaixonada e com a promessa de voltar assim que tiver condições de se casar com a moça.

Porém Eliza movida pela força dessa sua primeira paixão decide procurar meios de embarcar clandestinamente para a Califórnia para procurar por Joaquín e essa aventura vai transformá-la de uma menina discreta e refinada em uma mulher capaz de superar os maiores obstáculos para sobreviver.
Em seu caminho, o destino colocará o sábio Tao Chi'en que será de suma importância na condução de seu destino.
__________

Um livro muito bem escrito. Cativante em suas descrições nuas e cruas da realidade vivida à época de sua protagonista. Com uma pesquisa histórica incrível que em muito enriqueceu a trama como um todo. Personagens descritos de forma detalhada e rica.
Para alguns pode não ser um livro de fácil leitura porque em alguns momentos a trama parece arrastar-se em narrativas contendo poucos diálogos, mas ainda assim, é uma viagem prazerosa e que eu recomendo sem medo!
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Anna intimista/yt 27/03/2020

Um dos motivos da minha ressaca literária desse ano?. Fiz uma vídeo resenha no canal /literatura_intimista para poder tentar ao menos colocar para fora o que foi a experiência de ler este livro ?. Muito bom! ( Contém gritos)
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Ri :) 26/02/2020

A grande pergunta é: Pq não li Isabel Allende antes? Três dias empolgados de leitura. O que parecia ser mais um romance água com açúcar descortinou a trajetória de uma personagem forte e motivadora. O desabrochar de Eliza Summers/Chileninho/Elias Andieta através de linhas detalhistas, mas não tediosas, faz querer consumir absolutamente tudo de Allende, na esperança que o nível da narrativa dos próximos livros se mantenha. Filha da fortuna não é genial, mas é indiscutivelmente atraente.
Everton Vidal 26/02/2020minha estante
Ainda não há li justamente porque me parecía agua com açúcar. Tua resenha me animou.


Ri :) 26/02/2020minha estante
Li por conta de um desafio literário. Escolha aleatória e despretensiosa. Agora, muito rico em detalhes. Cores, sabores, cheiros, cultura, minúcias do Chile e da corrida do ouro. Para alguns pode ser enfadonho. Eu adorei!




Alexandra Marcilia 08/02/2020

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Incrível
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Polly 24/05/2019

Filha da Fortuna: história, cultura e romance (#079)
Tenho que falar que a escrita da Isabel Allende me conquistou. Me apaixonei perdidamente e agora preciso ler todos os livros que ela escreveu (e que ainda venha a escrever, tomara!). Sua prosa é intimista e completamente feminina (fora aquele toque de latinidade, que só nós, sul-americanos, sabemos dar). Não tem como não se identificar com inúmeros sentimentos e vivências de Eliza ou de tia Rose ou da espirituosa Paulina del Valle. Não tem como negar, é uma mulher nos contando a história de outras mulheres.

A Filha da Fortuna nos conta a história da jovem chilena Eliza que, quando criança, foi abandonada na porta dos Sommers e acabou sendo adotada por aquela família incomum. Rose, Jeremy e John Sommers são três irmãos ingleses tão diferentes um do outro, que é quase impossível de acreditar que tenham o mesmo sangue. Assim, Eliza cresce em meio ao alheamento da tia Rose, ao distanciamento emocional do sisudo tio Jeremy e à ausência física constante de tio John.

Eliza se apaixona perdidamente pelo idealista Joaquim Andieta, um rapaz pobre, filho de mãe solteira, honesto (ou quase) e cheio de pensamentos liberais. Joaquim, apesar de apaixonado por Eliza, o é ainda mais pelos seus ideais. E, quando surge a louca corrida pelo ouro na Américas, ele nem pestaneja, abandona tudo e vai atrás do seu lugar ao sol. Eliza fica para trás, abandonada e grávida, com uma dor de amor para curar. Mas, Eliza não se conformará com seu destino. Vai dar o seu jeito e, com a ajuda do seu novo e fiel amigo chinês Tao Chi’en, cruzará os mares e enfrentará perigos para encontrar o seu amor perdido na Califórnia.

A Filha da Fortuna é recheado de política, história e cultura. Aprendemos um pouco sobre as culturas chilena, inglesa, norte-americana e chinesa, e o quanto todas elas, cada uma a seu modo, são sufocantes para as mulheres. O livro relata ainda sobre desigualdade e sobre racismo, já que, na América, qualquer um que não seja branco é perseguido. Latinos, chineses, índios e negros estão sempre à margem da sociedade. A Filha da Fortuna é uma história cheia de reviravoltas e aventuras, e de muitos romances também, que acontecem sem nem mesmo a gente esperar (apesar de torcer por eles).

O final desse livro pode ser problemático para algumas pessoas, já que ele deixa em aberto o destino das personagens. É meio que um “Você Decide”. Eu, particularmente, gosto de finais assim, então foi tudo bem para mim. Mas, se você não gosta, A Filha da Fortuna tem uma sequência que é Retrato em Sépia, que amarra alguns desses nós desatados deixados no primeiro livro (pelo menos até onde eu li, né? Sim, eu não aguentei e já comecei o segundo livro), apesar de que a história de Eliza não é mais o assunto central deste segundo volume.

Enfim, A Filha da Fortuna já ficou entre os meus favoritos da vida e já desconfio que Isabel Allende também será uma das minhas escritoras favoritas. Fica para vocês essa dica maravilhosa!

site: https://madrugadaliterarialerevida.blogspot.com/2019/05/filha-da-fortuna-historia-cultura-e-amor.html
Alexander 24/05/2019minha estante
Interessante! Irei adquirir! Adorei a resenha!!!


Polly 24/05/2019minha estante
Eu amei! Vale a pena ler!


Alexander 24/05/2019minha estante
Já encomendei!


Polly 24/05/2019minha estante
:DDDDDD
Depois me conta se gostou!


Alexander 24/05/2019minha estante
Pode deixar!!! :D




Luiza.Thereza 08/05/2019

Filha da Fortuna
A peruana Isabel Allende foi uma das autoras que comecei a ler por curiosidade e acabei por pegar qualquer coisa dela que me caísse nas mãos. Não necessariamente por gostar de todas as suas histórias, mas por apreciar a excelência de sua narrativa.

A Filha da Fortuna conta a história de Eliza Sommers, um bebezinho de traços nativos abandonada na porta de uma família inglesa que vive no Chile do século XIX. Criada entre a elegância da educação inglesa dada por sua mãe adotiva e o terreiro dos empregados da cozinheira chilena de sua casa, ela absorve o que os dois mundos a oferecem. Apesar dos planos de sua mãe adotiva de casá-la com um bom inglês, Eliza se apaixona por Joaquim Andieta, um empregado de seu pai adotivo e nem de longe um candidato que agradasse à sua família.

Quando a febre do ouro começa na Califórnia em 1849, boa parte da população masculina do Chile não hesita em içar velas correr atrás da fortuna, inclusive Joaquim, que foi capaz de roubar seu próprio empregador para conseguir o capital que o levaria ao valioso pó dourado. Eliza, porém, não está a fim de esperar pela volta do amado e faz um arranjo para embarcar clandestinamente para a Califórnia.

A viagem, e o que se seguem a ela na busca por Joaquim acabam por transformar Eliza de uma jovem inocente em uma mulher excepcional, que aprendeu a adaptar-se e a sobreviver em meio a uma terra repleta de homens e de todos os tipos de mistérios e contradições da natureza humana sem que perdesse o senso de decência ensinada pela educação inglesa.

A progressão narrativa de A Filha da Fortuna é composta de modo a construir, de maneira muito rica, o clima social, político e cultural tanto do Chile, após sua independência, quanto da Califórnia, durante a corrida do ouro.

O livro é uma boa leitura. Talvez não excelente quando se leva em conta somente o fio básico da história, mas sim pela maneira com que Isabel Allende construiu sua narrativa (o que, alias, foi o que a destacou como um dos ícones da literatura latino-americana).

site: http://www.lerparadivertir.com/2018/12/filha-da-fortuna-isabel-allende.html
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Adriana Souto 06/05/2019

Não me convenceu
Primeira vez que leio um livro dessa escritora consagrada e o resultado foi diverso do esperado, não me convenceu.

A escrita é boa , de um modo geral, mas pense numa pessoa detalhista!!! Nossa, que coisa mais cansativa!!!! Até hoje me pergunto porque não larguei esse livro e acho que foi por esperança de que melhorasse ou de que a história desse uma reviravolta.
Em relação a história, tive a impressão de estar dentro de uma novela mexicana do início ao fim.
Também detesto quando não me apego a , pelo menos, um personagem.

Eliza é a filha adotiva de três irmãos solteirões, que moram no Chile.
A menina foi deixada na porta da casa dessa família inglesa , os Sommers, quando ainda era recém nascida.
Assim, teve uma educação totalmente voltada aos costumes ingleses, com a ajuda da criada Índia mama frésia
Eliza cresce e se torna uma mocinha, chega a hora de procurar um bom partido para casa-la.
Mas Eliza se encanta por um rapaz simples que acaba indo embora para a Califórnia em busca de ouro - é a já conhecida febre do ouro na Califórnia, em 1849.

Ponto para a autora ao descrever um importante momento histórico dos Estados Unidos, bem como inserir no livro outras culturas como a chilena e chinesa com essa riqueza de detalhes.
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Pandora 15/04/2019

A leitura de "A casa dos espíritos", meu primeiro contato com Isabel Allende, foi algo que me impactou profundamente de maneira que quando a oportunidade de ler "Filha da Fortuna" me sorriu eu abracei sem medo de ser feliz.

Em "A casa dos espíritos" inúmeras vezes eu não sabia se lia a história do Chile ou a história dos Truebas e várias vezes vi dançar Romance e História, História e Romance em uma prosa envolvente incapaz de esquecer alguém, incapaz de perder o fio da meada o talento para encantar.

Em "Filha da Fortuna" encontrei a mesma prosa mística, envolvente, poderosa. A mesma dança entre História e Romance, Romance e História. O mesmo encantamento é um pouco mais. Aqui o cenário se amplia vamos do Chile a Inglaterra, da Inglaterra a China, da China a Califórnia enquanto o romance desvenda a História horrorosa do Imperialismo praticado no século XIX, da Corrida do Ouro na Califórnia, da sociedade hierarquizada e desigual moldada pelo colonialismo europeu ao longo dos séculos.

Acompanhei Eliza Sammer, uma orfã acolhida por um casal de irmãos ingleses, em sua bravata atrás de seu primeiro amor. Me encantei com Tão Chi'en um mestre da medicina tradicional chinesa que por uma trapaça foi para no Chile. Andei com eles pela América e China. Aprendi coisas e me sinto mais velha depois dessa leitura. Parece que vivi várias vidas lendo a prosa de Isabel Allende.

Foi uma viagem maravilhosa, emotiva, mística e também rancorosa pois não consigo perdoa a escravidão, o machismo, o racismo, o massacre da população nativa da América esses temperos azedos do Processo Colonizador e do Imperialismo.

Obrigada ao #GrupoEditorialRecord pela oportunidade de ler esse clássico. Foi denso e foi mágico e recomendo.
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Biblioteca Álvaro Guerra 29/01/2019

A Filha da Fortuna
"Drama, romance e História se entrelaçam nesse livro que viaja o mundo todo – quase literalmente. A divisão dos capítulos para colocar o ponto de vista dos mais diversos personagens é um ponto alto e o final, agridoce vai ficar martelando na sua cabeça por um tempo."

Leia a resenha completa acessando este link: http://idris.com.br/blog/2018/11/30/resenha-filha-da-fortuna-isabel-allende/

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/86-286-0743-7
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Ana 27/12/2018

Meu primeiro contato com Isabel Allende foi com o livro Muito Além do Inverno, que apesar de não ter sido o melhor livro que li em minha vida, explica muito bem a fama da autora. Filha da Fortuna é um clássico que narra a história de Eliza Sommers, uma jovem chilena que foi criada por uma rica família inglesa em Valparaíso. Miss Rose Sommers deu tudo do bom e do melhor para a filha adotiva, que teve, inclusive, acesso a uma educação que outras meninas daquela época não tinham. Então, quando Eliza se apaixona por Joaquín Andieta, um dos empregados do tio adotivo, ninguém imaginava que ela deixaria tudo o que aprendeu para embarcar nas aventuras do amor.

Joaquín é um jovem com os ideais liberais, ideologia que estava, aos poucos, se difundindo pela Europa. Apesar de corresponder aos sentimentos de Eliza, ambos sabem da impossibilidade do relacionamento: naquela época, uma moça bem apessoada casar-se com um "João ninguém" era, no mínimo, uma afronta à sociedade. Sendo assim, quando surge a notícia de que existe ouro na Califórnia, Joaquín não pensa duas vezes antes de ir tentar a sorte por lá, tendo como principal objetivo voltar e dar um casamento digno a Eliza. Meses depois, após uma descoberta que mudaria sua vida para sempre, a protagonista embarca clandestinamente para a Califórnia a fim de encontrar seu amado.

Para quem gosta de livros extremamente descritivos, Filha da Fortuna é perfeito. Allende fala muito sobre a cultura chilena e diversas outras que acabam surgindo enquanto Eliza viaja escondida no porão do veleiro, o que é legal e interessante até o ponto em que se torna chato e cansativo — pelo menos para mim. A primeira parte da narrativa, que é divida em três, é a mais lenta de todas. Em muitos momentos me deu uma vontade gigante de largar o livro e procurar outra coisa para ler. E é aí que entra o dom de Isabel Allende, que começa a ganhar o leitor no decorrer do texto, como quem não quer nada.

Leia o restante no blog Roendo Livros!

site: http://www.roendolivros.com.br/2018/12/resenha-filha-da-fortuna.html
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Mariana Dal Chico 27/12/2018

“A Filha da Fortuna” foi meu primeiro contato com a autora Isabel Allende, o título foi relançado pela @bertrandbrasil esse ano com nova capa.
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A autora nos leva para três lugares diferentes do globo terrestre, Chile, China e Califórnia. A história começa em Valparaíso onde conhecemos Eliza e sua família, que é cheia de segredos e deixou Londres para prosperar no Chile. Já Tao Chi’en nasceu na China, o mais novo de 4 irmãos e teve uma vida bem diferente de Eliza. A vida dos dois acabam sendo unidas em decorrência da febre do ouro iniciada pela promessa de enriquecimento fácil na Califórnia.
O ambiente descrito é fascinante, não importa em qual local do globo, a autora deixa o leitor com vontade de conhecer os lugares, mesmo aqueles que não são muito agradáveis.
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A narrativa da autora é muito envolvente, ela prefere usar descrições e ações à grandes diálogos, quando o autor prefere mostrar a dizer, me agrada muito, mas em alguns momentos, pode deixar o ritmo de leitura um pouco mais lento.
As descrições são tão bem escritas, que fui transportada para dentro do livro, acompanhei Eliza e Tao em todos os momentos, senti frio, sede e os cheiros, que para Eliza são tão importantes.
Os personagens surpreendem com a força que demonstram ao enfrentarem todas adversidades impostas em seu caminho.
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Os temas abordados são bem desenvolvidos, aqui encontramos: violência, cobiça, quebra de padrão imposto pela sociedade, drama familiar, amizade, paixão e redescoberta do amor.
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O final pode desagradar alguns, é do tipo que deixa o leitor decidir o que virá a seguir. Eu gostei porque ele não é completamente aberto.
Vi que no livro “Retrato em Sépia” os personagens de “A filha da fortuna” se encontram com “A Casa dos espíritos", esse último já está na estante aguardando minha leitura e “Retrato em Sépia” acabou de entrar para a lista de desejados.
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Gostei demais da leitura e recomendo para quem gosta de dramas familiares com muita aventura e sem situações que provoquem o choro, mas que deixam o coração apertado.
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Instagram @maridalchico

site: https://www.instagram.com/p/Brh0nRDg1lb/
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Cheiro de Livro 19/12/2018

Filha da Fortuna
Publicado pela primeira vez no Brasil em 2001, Filha da Fortuna ganhou esse ano uma nova edição nas mãos da Bertrand Brasil. O sétimo romance da chilena Isabel Allende segue a trajetória de Eliza Sommers, uma órfã criada por uma família inglesa no Chile em meados do século XIX que foge de casa para procurar o namorado na Califórnia durante a corrida do ouro. Posteriormente a autora escreveu a sequência Retrato em Sépia, que conta a história da neta de Eliza.
O romance pode ser lido como um tradicional coming-of-age, sendo norteado pela busca por auto-conhecimento da protagonista, mesmo que inicialmente ela venha mascarada como busca pelo interesse amoroso. Nesse aspecto o livro vai muito bem e mostra uma bela jornada de auto-descoberta e amizade, mas infelizmente no final introduz um interesse romântico desnecessário.

O título pode ser interpretado tanto como uma referência à fortuna enquanto riqueza material quanto ao auto-conhecimento adquirido e à suposta liberdade do sonho americano. A temática da paixão é central, manifestando-se tanto no amor idealizado de Eliza que motiva sua jornada quanto na obsessão pela riqueza material que moveu tantas pessoas na febre do ouro. Esta por sua vez é ricamente mostrada em detalhes e anedotas históricas, de forma que fica evidente o árduo trabalho de pesquisa que a autora desenvolveu por 7 anos antes de escrever o livro.

Os personagens secundários são interessantes e por vezes muito mais delineados que a própria protagonista, que parece ser mais definida por sua jornada do que por sua personalidade. As histórias pessoais de cada um desses personagens não apenas enriquecem o retrato da época como também servem de denúncia sobre uma série de questões sociais presentes no século XIX e que ainda encontram eco nos dias atuais, tais como o machismo, a falta de liberdade e respeito à religião alheia, racismo contra chineses, negros e povos indígenas das Américas, etc.

É muito interessante a escolha da autora de incluir um personagem trans, porém essa representação se mostra problemática ao não respeitar o gênero do personagem ao se referir a ele durante a narração. É possível que isso se deva ao fato de o livro ter sido publicado em 1998, quando provavelmente ainda não havia uma discussão tão ampla sobre identidade de gênero e transexualidade, porém causa incômodo no leitor do século XIX.

A prosa é simples e direta, sem floreios desnecessários, mostrando uma clara prioridade do conteúdo sobre a forma. Há um excelente trabalho de ambientação. A narrativa é cativante sobretudo no início, porém aos poucos perde o ritmo e o final se arrasta, encerrando com questões em aberto (que talvez sejam abordadas na continuação) e dando conclusão a outras que poderiam ter sido deixadas para a imaginação do leitor. No geral, é um bom romance mas definitivamente não é o melhor que Isabel Allende pode oferecer.

site: http://cheirodelivro.com/filha-da-fortuna/
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