Malu 19/12/2021
if a body catch a body coming through the rye
Como uma adolescente de 16 anos presa na linha tênue entre infância e a maioridade, eu consigo entender o porquê de eu achar esse livro interessante e até mesmo divertido de ler. Nosso personagem principal, Holden, foi expulso (novamente) da escola e decidiu ?perambular? por Nova York por alguns dias antes de ir para casa e enfrentar seus pais. Ao longo dessa jornada, nós percebemos sua solidão, assim como seu senso de humor e visão de mundo mordaz- especialmente com o uso constante de palavras coloquiais e negativas, como ?phony?, ?dull? e ?lousy?.
Eu não posso negar que o Holden pode ser um personagem desagradável, que parece somente um adolescente rico e rebelde com complexo de superioridade (que ele é rs), porém, a forma que o livro foi escrito ajuda o leitor a submergir na história e até mesmo se conectar e entender alguns dos pontos de vistas do Holden (pelo menos para mim) e desejar que as coisas permaneçam as mesma para evitar o futuro/ o desconhecido/ a vida adulta. Outro aspecto que eu gostei foi a relação a maneira que o Holden vê seus irmãos, especialmente a Phoebe no final do livro e do Allie, que (de certa forma) conseguiu trapacear o destino da vida e somente viver no ?campo de centeio?, de uma maneira que o Holden não consegue.
Considerado um tabu na década de 50 e ainda atualmente, não acho que esse livro foi um marco na minha vida como na de muitos outros, mas tenho que admitir que lá no fundo todos nós conseguimos nos conectar com a metáfora do ?apanhador no campo de centeio? e o desejo de ser uma criança novamente, repleta de inocência e tempo, e fingir uma última vez que somos jovens e sem pressão e responsabilidade nas costas; poder viver em um lugar como a Terra-do-Nunca (só que nesse caso com um Peter Pan depressivo rsrs)
É um livro que eu mal posso esperar para ler quando for adulta e ver quanto que minha visão sobre ele irá mudar.
bookgram: @thelostmarchsister