Resenhas - Bento

Aline Michele 14/07/2021

O livro dos Bentos
Uma noite como outra qualquer entra para a história quando metade da população adormece de forma inexplicável, gerando um pânico enorme que aumenta quando os que estão acordados descobrem que a outra metade se transformou em vampiros. Com o passar dos anos, surge uma profecia dizendo que quando o trigésimo bento despertasse, ele conseguiria colocar um fim nos acontecimentos decorrentes do que ficou conhecida como a Noite Maldita.

Este livro tem altos e baixos. Momentos muito, muito bons e outros que deixam a desejar.

A parte boa é a história. Achei genial essa tal da Noite Maldita onde as pessoas dormem, acordam anos depois, um tanto sem memória porém sem sequelas, onde não existem mais nascimentos, onde ninguém mais fica doente e todo mundo vive com medo. Achei meio distópico e não lembro de outro livro brasileiro ter essa temática.

Aliás acho que o André Vianco é meio que pioneiro em escrever sobre vampiros em solo brasileiro. O que eu também acho muito legal.

O ponto alto para mim é a história dos bentos. Quando peguei para ler, ou melhor quando comprei para um ex-namorado eu achava que contaria a história de um vampiro chamado Bento e continuei achando isso por muitos anos até finalmente ler.

O fato é que bento são homens que despertam como guerreiros, que tem como objetivo matar vampiros. São mais letais, conseguem transformar água em água benta e seu sangue é como se fosse ácido para os vampiros. E no caso do trigésimo bento, ele conseguiria derrotar os bebedores de sangue. Esse bento é o Lucas, um protagonista que no começo era meio apagado, mas que do meio para o final, quando realmente assume o protagonismo rende ótimos capítulos.

Eu sempre gostei dessa coisa de indumentária (o figurino dos bentos não deixa nada a desejar aos cavaleiros do Rei Arthur rs), espadas e aquele homem normal que se torna um guerreiro e tal. Aqui temos alguns exemplos, os bentos que a história da espaço para conhecer melhor são interessantes, pena que são mal trabalhados. Gostaria muito de saber o que acontece com o bento Vicente por exemplo. Apesar que os livros têm continuações, então pode ser que eu ainda descubra.

Aí começam (ou talvez continuem?) os pontos negativos.

Existem muitos personagens, tipo muitos mesmos. Nem dá para decorar o nome de todos. E sempre que eles são apresentados, em sua maioria na verdade, tem um breve relato de sua vida de antes e de agora. Com o tempo fica meio cansativo já que o livro é longo. E não achei de muita relevância conhecer a história deles, já que a maioria nunca mais é citada.

Outra coisa é que o livro começa com um plot, existe um plano, uma arma secreta e gente trabalhando para ler esse “plano” adiante, dispostos a matar e morrer por isso, mas em nenhum momento sabemos que “arma” é essa. Eu fiquei curiosa.

Mas o que mais me incomodou foram alguns diálogos. O Brasil é imenso, e temos muitos sotaques diferentes e cada canto desse país tem o seu regionalismo, porém a forma de falar não é a única forma de representar os estados. Já li livros onde a gente sabe onde a história se passa sem precisar ficar usando toda hora uma palavra repetida. Tinha horas que eu pensava estar vendo uma novela da Globo que se passava no Marrocos onde de cinco em cinco minutos alguém falava “coluna do templo” ou “Insha’Allah”. Nessas horas eu me sentia lendo o primeiro livro escrito por alguém.

Como descobri depois de terminar de ler que o livro foi relançado e virou uma série, as pontas soltas poderão ser amarradas nos próximos, mas se não tivesse continuação ia ser bem chato ficar sem saber o que aconteceu com o Cantarzo e seu caixão e outros vampiros pouco trabalhados.

Fora isso, para quem gosta de livros com o tema eu recomendo.

Daniel Pedrosa 21/02/2022

Um ótimo Livro...
Um dos melhores livros de vampiro na minha opinião.
Ambientado no Brasil, com personagens cativantes e um plot fantástico.
Recomendadíssimo...
Resenha em vídeo no link:https://youtu.be/Y0XIqlfvVMg

Adriana F. 30/08/2010

Abençoado seja o predador!
No início, o autor começa a narrativa com frases curtas, o que deixou a leitura um pouco cansativa, mas depois ele abandona o estilo e a história flui com muita naturalidade. Uma ótima história, diga-se de passagem, que, a despeito das frases curtas e diversos errinhos de revisão, prende desde as primeiras linhas. O suspense é na medida certa e o leitor não consegue parar de ler e especular o que está acontecendo naquele novo mundo pós Noite Maldita.

A linguagem é simples, com muitos brasileirismos, palavrões, coloquialismos, que considero importantes para dar identidade a uma obra nacional. Tal simplicidade torna a escrita rica, neste caso. Até um ou outro clichê é muito bem aceito no contexto de Bento. E existe música! Vale citar a passagem lindamente descrita de Nivaldo e seu precioso CD! "Trilha sonora" muito bem escolhida!

Cada personagem cativa, cada um com suas particularidades. Lucas com sua determinação e fé, Cantarzo com sua voracidade e sagacidade, Francis com sua racionalidade e bondade, Vicente com sua bravura e devoção, Duque com sua força e otimismo, Adriano com sua obediência, garra e coragem, Matias e sua consciência ecológica... até Teodoro cativa com seu jeito irresponsável e cômico.

O autor é um tanto maniqueísta na sua narrativa, fator que dá margem para reflexão: será que podemos realmente separar os bons dos maus? Será que seria tão simples viver numa sociedade onde todos dentro de uma fortificação são bons e fora dela, todos são maus? Isso me lembrou muito A Vila, de M. Night Shyamalan e seu desfecho brilhante.

Outra margem excelente para reflexão é a questão ambiental. Aliás, essa foi a grande sacada do livro, na minha opinião. Como seria um mundo após 30 anos sem interferência do Homem? A vida seria melhor durante o dia, aterrorizante durante a noite. Os homens seriam solidários, unidos num mesmo ideal. O autor sabiamente lança a pergunta: foi uma Noite Maldita ou uma Noite Bendita? Resposta que ele deixa para o próprio leitor elaborar.

Bento é um livro de terror, mas acima de tudo, é uma obra que traz críticas importantes a uma sociedade destrutiva, má em sua essência, egoísta e antropocêntrica, que precisa urgentemente rever conceitos e tomar uma atitude que mude o rumo das coisas, que impeça a destruição.

Por isso, abençoado seja o predador que veio ao mundo para dar ao Homem uma nova perspectiva, a fim de tornar este planeta um lugar melhor.

Fernando.Francisco 13/03/2021

Noturnos num Brasil caído.
Uma distopia de apocalipse, quase nos moldes de histórias de zumbis, mas a regra aqui são monstros noturnos que afligem os sobreviventes humanos (veja que fugi do termo vampiro, pois é tão original nesse quesito que penso mais atrapalhar que ajudar na definição). O diferencial é a ambientação no Brasil aonde a organização social e modo de viver mudou drasticamente, dando ares de um tipo de feudalismo, aonde os invasores bárbaros que estão de fora dos muros, são os inimigos.
Existe um ponto crucial e que torna essa história e a saga dela, tão especiais: o que significa BENTO, mas penso ser um spoiler, parte crucial do mote central, e prefiro não estragar a surpresa.

Leandro Radrak 05/04/2010

Um Best Seller que deveria ser filme.
Se fosse americano, este livro já teria virado filme e o Vianco seria conhecido internacionalmente. Sério mesmo.
Este era meu comentário, repetido várias vezes enquanto lia esta obra da metade para o fim. A história tem alguns baixos, mas ela possui a fórmula perfeita daqueles blockbusters com sacadas originais que nos divertem até o fim.
Assim é o livro do brasileiro André Vianco. Uma montanha russa de acontecimentos que grudam nossos olhos nas páginas e nos fazem mergulhar de cabeça no novo mundo criado por ele.
Bento narra a história do herói Lucas, um cara comum que acorda após um sono de 30 anos. Ainda aturdido pelo longo sono, ele descobre que o mundo conheceu um apocalipse incomum e que agora a raça humana está oprimida, resistindo como pode para não ser completamente consumida por um mal que agora assola a Terra: Vampiros! Uma familiaridade com “Eu sou a lenda” pode ser vista até aqui, mas adianto que a semelhança acaba aí. Os Bentos, que dão título ao livro, são a criação mais interessante. Verdadeiros predadores naturais das criaturas da noite, os Bentos são homens despertos que possuem poderes especiais, concedendo uma incrível capacidade de luta contra os vampiros. Poucos, eles constituem a trama principal da obra.
Mais importante: O cenário apocalíptico vai das falésias de Natal ao centro de São Paulo, onde o autor nos presenteia com um cenário familiar e único, de desolação e morte, tudo passado no nosso Brasilzão.
O linguajar do autor é direto e a leitura flui muito bem, dando dinamismo cinematográfico às cenas exibidas a cada capítulo. Um livro que você acaba “assistindo” ao invés de ler. Um diferencial do autor que eu mesmo procuro atingir em meus textos.
Os personagens, principais ou secundários, são muito bem detalhados. Prova disto é a afeição que se adquire pelos coadjuvantes e figurantes. O autor sempre nos presenteia com o passado de cada um deles, não importando se morrerão naquele mesmo capítulo ou se continuarão na história até o fim.
Vejo uma única “falha”, digo entre aspas, pois é algo puramente pessoal, que consiste em não dar uma batalha final digna ao livro, cena que parece reservada para os livros seguintes “Vampiro Rei” e “Vampiro Rei 2”.
Enfim, um livro que é obrigatório para fãs de vampiros ou batalhas épicas ou apocalípticas. Uma caixa de emoções, do humor ao suspense, da aventura ao drama, pronta para ser aberta.

Pris 11/02/2010

RUIM
Eu não gostei deste livro, e para falar a verdade eu não gosto muito dos livros deste autor,até mesmo porque ele literalmente rs acaba com a essencia verdadeira do Vampiro, a escrita literaria é muito vulgar, não sei se o autor se expressa da mesma forma que escreve, mas na minha opinião é muito triste,e as historias dele se perdem em um monte de bobeira; ele quis inovar implantando um vampiro brasileiro rs, nada com nada rsrs.O Brasil ja não é expansivo com genero terror,suspense e ainda o autor não ajuda? rs, bom mas eu ainda torço para que venham gente nova.

Caique.Taguti 20/03/2023

Ótimo, mas O Sete e Sétimo ainda ganham, livros do mesmo Autor.
Por mais que não ganhe da saga Dos sete vampiros do rio Douro, está saga é a melhor em mitologia. A atmosfera pos-apocalíptico criada pelo André Vianco, é certeira e o melhor, nas terras tupiniquins, citando Rio de Janeiro, angra, são paulo, natal etc.
O livro é bem divertido e te faz querer devorar as páginas, um pouco parado no meio, porém primeiro e terceiro atos são sensacionais.
Não consigo falar muito deste livro sem dar muitos spoilers, quem quiser conferir não vai se arrepender.

Ancalak 15/01/2022

És um Bento
Por mais que me ocorreu a estranheza por não estar acostumado com fantasia em que se passe em território nacional, esse livro foi uma grata surpresa, muito boa surpresa, uma coisa que me agradou foi não explicar o que foi exatamente a Noite Maldita, não gostaria que tivesse uma explicação o mistério que da o tempero, muito boa a história e se fecha em si a não ser que queira saber o que ocorrerá com Cantarzo. Boa leitura

Bel 06/05/2021

Nem sempre são bonzinhos
Estamos tão acostumados a romantizar vampiros e outras criaturas que as vezes é até estranho uma obra nos lembrar da realidade: nem sempre são bonzinhos.
Excelente livro. Adoro a escrita e a ambientação que o André Vianco cria em seus livros.
Recomendo a quem no o conhece a começar com o primeiro livro que li dele: Os Sete. Leiam e depois me digam o que achara.

vannybs 10/05/2021

Em um futuro depois da noite maldita, o mundo não tem mais sinal de rádio, de tv, de satélite. Os vampiros dominaram várias cidades e o trigésimo Bento acorda pra cumprir a profecia. Muito boa leitura.

Amanda Alexandr 21/08/2011

Que pena...
Quando lia sobre André Vianco, via que ele era sempre qualificado como um excelente escritor tupiniquim, do tipo que te faz ter orgulho de ser brasileiro e manda qualquer complexo de vira-lata pro espaço. E lá fui eu, comprei uma a obra completa dele na promoção do Submarino e comecei, toda empolgada, a ler "Bento", aquele que eu programa ser o primeiro dos 9 livros que leria.

E o resultado foi a decepção. Sim, o livro começa muito bem, com um cenário confuso, estranho e eletrizante, mas depois descamba para um moderno heroísmo romântico típíco de muitos best-sellers caça-níqueis americanos que existem por aí. A psicologia dos personagens é simples e a perspectiva de um futuro apocalíptico está longe de ser original: já foi usada em inúmeros filmes e HQs.

Torcia muito para que achasse André Vianco realmente essa "Coca-Cola" toda, mas ele não passa de mais um produtor de best-sellers: usa fórmulas manjadas (vide "A jornada do herói") e personagens óbvios. Figura bem entre livros produzidops em série, mas não chega a ser literatura de alto nível. Que pena.

Elaine.Rios 10/05/2020

Bento
Nunca tinha lido livro de vampiros, confesso que não gostei, eu amei na verdade... Uma saga de três livros que fala sobre a noite maldita, que depois dela humanos se tornam vampiros, e a luta pela sobrevivência dos que não se tornaram começa... E o melhor de tudo, toda a história se passa no nosso querido país BRASIL... Super indico....?

Carol 04/04/2021

15 anos! E o amor continua! ?
Tem 15 anos que li esse livro pela primeira vez e ele continua sendo o melhor livro sobre vampiros que eu já li na vida k! Sem exagero! A saga de André Vianco me ajudou muito no interesse pela leitura e me introduziu ao tema! Sempre vai estar no meu pódio de leitura kk.

Ellie 31/07/2021

Deita corno
Tem muita coisa legal no livro, inclusive me senti mais próxima dos personagens porque umas coisas que aparecem lá é a cara do Brasil, por exemplo o nome da metralhadora "deita [*****]" só podia ser coisa de brasileiro.
Mas ao mesmo tempo senti que todas as mulheres foram jogadas pra segundo plano, tem até uma justificativa, mas pra mim essa justificativa só significa que o autor não sabe nada sobre o corpo feminino. Lamento.
O nível de testosterona nesse livro é bem alto, a maioria dos personagens são masculinos e eles sempre tem um aprofundamento, o pessoal não tá lá só pra tampar buraco (a não ser algumas mulheres).
Bento é um livro de 2003, seria interessantíssimo ter esse livro reescrito com mais representatividade, consertando a parte de biologia feminina e algumas pontas soltas que seria bem legal de entender o que rolou mais a fundo.

Biel 09/12/2009

Quem disse que autores nacionais não são bons?
O mundo muda, literalmente, do dia pra noite. Pessoas, aparentemente de forma aleatória, começam a se tornar vampíras. Nada eletrônico funciona há mais de trinta anos. Mas Lucas acaba de acordar, e todos tem fé de que ele poderá salvar o mundo de tudo isso - apesar dos fatos estarem um pouco contra isso.
André Vianco vem pra provar literalmente o contrário do estereótipo que alguns têm - inclusive eu, aliás - sobre os autores nacionais. Com uma forma de escrever interessante, usando um palavreado brasileiro típico, pode-se dizer assim, ele cria uma história incrivelmente fascinante. sobre vampiros.