spoiler visualizarxie meaw 09/10/2021
"Você não pode salvar todo mundo."
Eu lembro de ter pensado “como o Xie Lian foi prepotente” quando foi superficialmente explicado nos capítulos iniciais do livro 1 o motivo dele ter sido banido dos céus pela primeira vez. A impressão que eu tive era de que ele realmente era um deus presunçoso que descumpriu as regras do céu por vaidade - mas agora me sinto absurdamente culpada por pensar isso. A única razão dele ter descumprido as leis foi porque ele genuinamente era uma pessoa muito, muito boa e que literalmente queria salvar todo mundo.
E é desesperador ver como apesar do Xie Lian ser imensuravelmente justo, no fim ele acabou sendo visto como alguém injusto aos olhos do seu povo.
Eu gostei bastante desse livro, mas foi uma leitura muito dolorosa, principalmente quando passei a enxergar a diferença de personalidade entre o Xie Lian atual e o de 800 anos atrás. Apesar de continuar sendo uma pessoa boa e justa, o Xie Lian do passado era muito confiante, dava ordens e tinha consciência do seu valor. No entanto, após todas as perdas, traumas, descrença e dor, ele se tornou alguém autodestrutivo e passou a se enxergar como um fracassado.
“Quebrar uma perna realmente não era nada, e logo curaria. Todavia, desde aquele dia, foi como se Xie Lian tivesse se tornado uma pessoa completamente diferente. Era como se ele tivesse perdido seu espírito e não fosse mais divinamente invencível."
“Xie Lian sabia que um rumor tinha começado a se espalhar entre eles: ‘De que forma ele é um deus marcial? É mais como um deus do infortúnio!’. Contudo, ele não podia retrucar, apenas porque ele próprio havia começado a se perguntar: ele realmente, talvez, se transformou em um deus do infortúnio?”
No começo da história ele parecia um guerreiro invencível, totalmente diferente do Xie Lian no qual nós fomos apresentados no livro 1. Isso me deixou muito triste.
Também fiquei muito tocada pela forma como o Xie Lian salvou e deu esperança tantas vezes ao Hua Cheng, o que fez com que o menino passasse a adorá-lo profundamente. Tanto que, após a queda de XianLe, enquanto todos chamavam Xie Lian de “deus do infortúnio” e queimavam seus templos, Hua prometia que iria construir muitos outros.
“— Seus pavilhões e templos foram queimados, mas… não fique triste. Eu vou construir para você muitos templos no futuro; maiores, mais elegantes, melhores do que o de qualquer outra pessoa. Ninguém será capaz de competir com você. Eu vou construir!”
"Em meio as lágrimas que derramavam, ele gritou:
— Eu nunca vou esquecer. Eu nunca esquecerei você!"
Deve ser muito triste para o Hua Cheng atual ver o Xie Lian sendo maltratado por tantas pessoas e se autodepreciando constantemente. Odeio refletir sobre isso.
Enfim, também achei muito linda a passagem sobre o guarda-chuva e como o Hua Cheng o guardou após tantos séculos. Adorei todas as referências entre passado e presente.
A única coisa que odiei e fiquei ?????? foi o capítulo 80 e 81 e aquela situação da Terra da Ternura, completamente desnecessária e de mal gosto.
Fora isso, a construção da história foi incrível, sofri e chorei bastante.