Gente pobre

Gente pobre Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Gente Pobre


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Milena.Fratelli 16/06/2024

Personagens marcados pela pobreza e por todos os sentimentos que ela traz consigo. No caso da Barbara fica muito claro o quanto os filhos estão à mercê das decisões dos pais e o quanto isso reverbera em suas vidas.

Makar e sua ingenuidade me afetaram em muitos momentos... Consegui sentir sua vergonha através das roupas rasgadas, dos risos para si e da singeleza do olhar para os outros.

Vidas pautadas pela escassez. De dinheiro. De relações. De esperança.
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Elcimar.Matos 16/06/2024

Primeiro livro escrito por Dostoiévski.
Dostoiévski já estreia na literatura russa com um grande livro, um romance epistolar escrito aos 24 anos (minha idade ?). Foi a primeira tentativa de fazer um romance social, foi ele quem deu início para outros romances sociais serem mais aclamados, pois naquela época era mais comum o romance naturalismo.

Makar Aleksêievitch é um homem de meia-idade que troca cartas com a jovem Várvara Aleksêivna. Os dois são funcionários públicos da mais baixa classe, são pobres que moram perto um do outro e tem um certo afeto e amor um pelo outro, mesmo não sendo explícito se é um amor romântico ou do tipo fraternal, mas esse não é o foco do livro.

É retratado as dificuldades em que os dois passam, dificuldades pessoais e financeiras dos seus passados, estados atuais e preocupações futuras. O que eu achei muito legal aqui é o fato de mesmo eles tendo pouca condição, eles tentam apreciar uma boa literatura, às vezes pegando livros emprestado e até economizando para presentear uma pessoa querida.

? SPOILER A PARTIR DAQUI! ?

Duas partes me comoveram bastante, a primeira é quando a Várvara mais jovem economiza para presentear um rapaz com uma coleção de livros de qual ele ansiava, e ainda estava faltando um pouco de dinheiro para conseguir comprar a coleção. Ela se encontra com o pai do menino, o qual se encontra com ainda menos dinheiro que ela para tentar comprar apenas um livro de presente para o filho, ela sugere para o pai o resto necessário para comprarem e presentearem juntos. Depois ela incentiva o pai para apenas ele presenteia-lo, o pai fica todo feliz e presenteia o filho, alguns dias depois o rapaz morre? ?

A segunda é quando o Makar encontra uma criança na rua e lhe entrega uma carta, com uma mensagem da mãe pedindo qualquer ajuda financeira e que a sua família está passando forme. Me fez lembrar de crianças eu vejo pedindo ajuda ou vendendo algo, que por mais eu e outras pessoas ajudem, é duro pensar de que a nossa ajuda não é o suficiente para melhorar a condição de vida deles.

O livro termina com Makar enviando a sua ultima carta mostrando seu amor por Várvara e dizendo para ela não abandoná-lo, dizendo alguns empecilhos que poderiam acontecer com a esperança de fazê-la desistir, como que a carruagem iria quebrar, que estava chovendo forte e dizendo que não aguentaria viver sem ela, e que até morreria. Não sei se Makar é egoísta ou apenas demasiado dramático quando diz que vai morrer caso a Várvara vá embora?

Mas independentemente disso, essa despedida é dura e comovente. Me fez refletir bastante o fato de Várvara, que é uma trabalhadora de baixa imunidade, que estava sempre doente, acaba se rendendo e se casando com um homem, o qual ela não tem a mínima afeição e interesse genuíno. Devido sua condição pobre e enferma, ela tem a esperança de ter uma vida mais saudável, mais confortável e mais alegre, e com a esperança de amá-lo ao decorrer do tempo.

Mas conforme as últimas cartas trocadas, o seu noivo se mostra um homem com uma alta irritabilidade e controle, que acaba nos deixando aflitos e preocupados com o futuro de Várvara.

Um fato curioso desse final é que Makar cita que estava encontrando o seu estilo, e lembrei de que Dostoiévski estava escrevendo o seu primeiro livro e acho que deixou um eco sobre um pensamento de que ele estava tendo, também tentando encontrar o seu estilo?

Foi o meu segundo livro do autor e eu gostei bastante dele, é daqueles que você lê, fecha e fica pensando por algum tempo.
Evy The Creator 17/06/2024minha estante
Parabéns pela resenha, ficou simplesmente perfeita. ???? Não sei se você tem interesse, mas recomendo muito "Crime e Castigo" agora que você já conhece a escrita do Dostoiévski e gostou "Gente Pobre" com certeza absoluta você vai apreciar muito a leitura.


Elcimar.Matos 17/06/2024minha estante
Obrigado Evelyn! ??
Eu comecei com os pequenos antes de partir para este, mas como eu to amando o autor, acho que lerei Crime e Castigo mês que vem, tenho um exemplar físico dele aqui em casa ?


Evy The Creator 17/06/2024minha estante
Elcimar, você vai gostar, tenho certeza!


Elcimar.Matos 17/06/2024minha estante
também tenho hein!




regifreitas 12/06/2024

GENTE POBRE (em russo: Бедные люди; transl.: Bednye Lyudi, 1846), de Fiódor Dostoiévski; tradução Irineu Franco Perpetuo.

Publicado em 1846, GENTE POBRE foi a obra de estreia de Fiódor Dostoiévski, então com 25 anos. Trata-se de um romance epistolar, no qual acompanhamos a história de Makar Diévuchkin, um homem de meia-idade, humilde funcionário público, e Varvara Dobrossiólova, uma jovem órfã, costureira, e sua vizinha.

Através das cartas trocadas entre os protagonistas, testemunhamos as lutas diárias dos dois pela sobrevivência, contra a pobreza, a doença e a desesperança, na fria São Petersburgo do século XIX. Dostoiévski traça um retrato da dura realidade das classes subalternas da Rússia daquele tempo. Alia-se ao realismo social do autor, o aprofundamento da psicologia de seus personagens, expostos em todas as suas fragilidades, contradições e dilemas morais.

Nos últimos anos tenho me dedicado mais em conhecer a produção de Dostoiévski. Nesse contexto, esta foi a que menos me agradou, embora ela já apresente aquelas características que marcariam a produção mais madura do autor. Mesmo assim, o livro possui passagens tocantes, e os dois personagens são profundamente humanos e demonstram uma dignidade e um espírito de sacrifício comoventes.
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Murilo 12/06/2024

Lutar pela dignidade
Esse livro bate bem mais profundamente em quem joga o game do capitalismo tendo nascido em classe baixa. Mesmo que haja atualmente robustos sistemas de seguridade social mundo agora que protejam as pessoas de terem que viver miseravelmente por conta de sua condição física como Varvara, ainda é uma prática muito comum o matrimônio como aliança pela sobrevivência nas classes mais baixas.

O casamento é, claro, historicamente, uma aliança entre duas famílias com interesses mútuos. Nesse sentido, a especificidade aqui é justamente que o interesse é sobreviver. Como pensa Varvara ao aceitar o pedido de casamento de Bykov: "se alguém pode me livrar de minha ignomínia, restituir-me meu nome honrado, PREVENIR MINHA FUTURA POBREZA, carestia, é apenas ele."

Marcante. Todos nós que jogamos o capitalismo nos modos mais difíceis temos essas preocupações... Temos mães, Tias, irmãs, amigas e avós que estiveram em situações similares de precisarem de casar para terem uma possibilidade de dignidade na vida.

Livro marcante, de cabeceira. Feito pra reler várias vezes ao longo da vida, justamente por ser pequeninho.
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Marcelly.Orcai 07/06/2024

Razoável
O primeiro livro do autor e meu primeiro dele e, infelizmente, não me agradou. Na maior parte do tempo foi uma leitura arrastada. Achei Makar muito prolixo em suas lamentações, o que me entediava bastante. Senti até mais compaixão por personagens secundários do que por ele.
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Caetano.Fernandes 04/06/2024

Após ler suas duas grandes e aclamadas obras, Irmãos Karamazov e Crime e Castigo, quis conhecer melhor a obra desse autor tão renomado e não me arrependi.

A história possui alguns nuances que fazem o leitor ficar curioso e ansiar por mais detalhes ao mesmo tempo que é completamente sincero e realista com detalhes da vida miserável.

Fiquei com alguns questionamentos, sensações que gostaria de entender melhor:
1) Makar era bem sensível e afetuoso; esse era a personalidade ?comum? dos homens russos da época? Algo tão ligado à vergonha, ao afeto.
2) Existia um quê de romance entre os dois, mas muito mais sentido de Makar. Eles não poderiam ter um romance? Não pergunto nem por querer, acho que de misérias bastava a vida pobre.
3) Porque o Bikov (acho que é esse o nome) volta e quer tão rapidamente se casar com Varvara? Entendo a necessidade dela de garantir um modo de subsistência, mas e o que ele ganha/quer com isso?
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Leywyson.Ramon 03/06/2024

Resenha N°22
Genial.

Primeiro livro do Dostoievski que li e real há uma pegada filosófica, melancólica na obra dele. No caso, esse é o primeiro livro publicado por ele e em formato de troca de cartas.
É triste observar a situação da miséria de muitos personagens e que essa situação ainda é atual e real.

Dostoievski foi preciso.

Super recomendo. Quero ler outros dele.
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ninha 02/06/2024

Não sei, acho que criei uma relação meio 50/50 com esse livro? consigo ver e entender que ele é bom, mas ao mesmo tempo tbm fico meio ????? mas sei lá né
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allan.leitor 28/05/2024

Meu primeiro Dostoievski
Minha primeira experiência com a obra de Dostoievski é, justamente, o primeiro livro dele. Sobre a história, o livro apresenta uma estrutura epistolar, resultado da troca de cartas entre dois personagens ? um funcionário público de meia-idade Makar Diévúchkin e a adolescente, chamada Várvara Dobrossiélova. Ele era copista de uma repartição pública da cidade de São Petersburgo, um cargo menor e menos valorizado em seu serviço. Ela fazia bordados e alguns serviços domésticos. Pela descrição de suas vidas nas cartas, obtém-se retrato das classes populares mais baixas do país naquele momento, o que confere o título à obra. A relação entre os dois no romance parece amorosa. Eles são parentes, mas não é especificado qual o grau desse parentesco. Makar tenta proteger Varienka de que seja negociada por uma alcoviteira a se casar com um aristocrata. Isso em nome de seu interesse afetuoso, o que, de certa forma, é alimentado durante as trocas de cartas. Ele faz investidas amorosas bem sutis, mas lúcido quanto à impossibilidade da jovem o corresponder-lhe. No final, a lucidez dá espaço à forma desordenada e reticente das últimas cartas. Como primeiro contato com o autor, penso que é uma escrita excelente, o que indica que seus outros livros possuem níveis de qualidade. Acredito que a edição que li também é muito boa. Pelo menos, não percebi erros grotescos. Apesar da gratidão e carinho que Varienka expressa para o senhor Dievúchkin, no fim, o sentimento de auto-preservação fala mais alto sem pensar duas vezes... Leitura que farei novamente em um futuro próximo, para ter um maior entendimento das referências que o autor faz. ? ?
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Sarinha 25/05/2024

Leria de novo
Gente pobre, escrito por Fiodor Dostoievski, foi publicado em 1846 no início da era do Realismo na Rússia. O livro retrata a vida de duas pessoas em São Petersburgo - Makar Diévochkin e Varvara Alieksiêievna. A história segue uma narrativa epistolar da vida dessas duas pessoas, onde vemos realidades semelhantes, em que os dois ao trocarem cartas, compartilham das dificuldades e infortúnios da vida de pessoas pobres e humildes no contexto de São Petersburgo.

Esse é o meu primeiro contato com Dostoievski, sempre tive vontade de ler e decidi começar por "Gente Pobre". No começo não esperava muito, mas conforme fui lendo, fui entrando na história, o livro foi se tornando cada vez mais interessante. Acompanhar as minúcias da história de Varvara e Makar, e ver suas dificuldades e tratamento social que eles recebem, a forma como viveram e vivem, nos faz perceber as diferenças sociais, quanto ao retrato da pobreza, Dostoievski descreve com uma escrita realista sobre a vida de Makar e Varvara, nos mostrando uma vida sob condições execrável, e como isso é a realidade de mais da metade das pessoas ao redor do mundo, em específico em nosso país.


A obra como um todo, desenvolve o contexto financeiro e social em que vivem os personagens, nos fazendo nos aproximarmos, e entender, seus sentimentos, por vezes até atitudes e descontentamento.
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Jessy R. 23/05/2024

Esse foi o primeiro romance de Dostoiévski, escrito entre 1844 e 1845. Na narrativa acompanhamos a troca de cartas entre dois personagens que vivem em situação de extrema pobreza em São Petersburgo. Um homem mais velho e uma jovem (a qual sempre encontra-se doente).


É um livro extremamente triste, a narrativa é extremamente fluida e verossímil. A realidade da pobreza extrema é retratada de uma forma que sentimos o cenário e nos comparecemos com os personagens e toda a situação, por mais que algumas vezes possa parecer patética, como a cena do botão.
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Lau 19/05/2024

Gente Pobre
Livro cativante, bom, onde pode permitir ao leitor refletir sobre algumas questões, como realmente existe gente que julga o seu semelhante em como está vestido, sapatos que usa e muitas outras lições podem ser tiradas.
A história é contada através de cartas entre Varvara e Makar, em que os dois vão contando as dificuldades que enfrentam.
Uma frase que marcou foi: "quem cava uma cova para o outro, acaba caindo nela".
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iorimarch 19/05/2024

?lembre-se de que pobreza não é defeito?

1º livro que o Dostô escreveu, e ele já mete 3 tapas na sua cara.
sem comentários para esse aqui?
só desgraça, que livro triste?
leitura essencial!
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