Lucy Santos 13/07/2022
Só fui até o fim pelo Neil... Mas não valeu a pena
Que experiência chata. A premissa é interessante. Não sabia que toda a história se passaria no decorrer de algumas horas, então fiquei ligeiramente curiosa. Mas o que mais chamou minha atenção é o mocinho não ser um bad boy super musculoso e mulherengo que vemos na maioria dos romances. No fim, Neil foi a única coisa minimamente positiva, mas... Coitado dele.
Rowan é uma típica pessoa que fica militando 24h por dia por qualquer coisa, em qualquer situação, tendo contexto para isso ou não. Ela é insuportável. É absurda a quantidade de vezes que autora tenta a todo custo enfiar sua agenda na trama. Já disse em outra resenha: se quisesse ler sobre militância, eu não teria excluído minha conta na porcaria do Twitter. Eu leio para fugir da realidade e de discussões rasas e estúpidas que tomam conta da internet. É uma infelicidade ver esse tipo de coisa política nos livros que espero me trazer nada além de entretenimento. Isso não significa que romances não possam trazer temas difíceis. O problema é que o livro inteiro é a autora militando e usando sua protagonista para levantar sua ideologia. São diversas falas estúpidas e momentos grotescos protagonizados por Rowan. Por exemplo, ela afirma que a polícia apenas dá tapinhas no ombro de homens brancos que fazem algo assustador (por isso todos amam os assassinos de Columbine ou Hitler, não é mesmo?). Ela diz que uma das suas pessoas favoritas na escola é uma líder de um clube do livro que só escolhe autoras mulheres e de cor. Ela adora falar sobre a importância de autoras de cor, sendo que autora é bem branca para mim. E, sinceramente, quem se importa com gênero e cor quando o que realmente importa é a qualidade? Mas Rowan chama qualquer livro clássico, como Guerra e Paz, de "Homens Brancos em Perigo", já que todas as histórias antigas são exatamente iguais. Ela passa o livro inteiro falando no quanto se sente oprimida por não ter coragem de assumir que lê romances e age como se nós mulheres vivêssemos nas sombras escondendo nosso prazer em ler esse tipo de obra. Quem ela acha que avalia seus livros em sites como esse?? Que mulher se sente oprimida, além dela? Ninguém (NINGUÉM) liga para o que você lê. Sabe o que me dizem quando digo que leio romances? "Leia o que te faz bem".
Em vários momentos a autora aparenta estar em outro século, discutindo coisas que não fazem qualquer sentido hoje, como as pessoas acreditarem que mulheres não devem aceitar elogios e se convencerem de que estão criando algo importante (no caso, livros). Ela sabe que a maior franquia de magia/aventura dos últimos anos foi escrita por uma mulher, e que ninguém nunca desmereceu seu trabalho por isso? Em outra situação, há outro caso de militância gratuita envolvendo sexo... Claro que teria. Neil apenas faz uma piada e isso desencadeia páginas e páginas de como as mulheres são oprimidas por fazerem ou falarem de sexo, no quanto isso ainda é um tabu para nós (ela nunca viu trends no TikTok de mulheres falando explicitamente sobre suas experiências sexuais), falando no quanto, para nós, a masturbação é algo sujo e quanto caras como Neil são privilegiados por poderem fazer a sacanagem que for sem serem julgados. É uma cena patética que veio depois de uma simples e inocente piada! O coitado, VIRGEM, ficou completamente sem reação! Eu tive dó dele por estar com alguém tão sensível, exageradamente dramático e extremista.
Como se não bastasse essas conversinhas irritantes e chorosas, não me identifiquei em nenhum momento com esse apego dela ao ensino médio. É seu último dia de aula, mas parece que ela vai para a guerra. Ela só percebe que há mais além do colégio faltando 4 capítulos para acabar. Ela também é muito dramática por não ter feito nada do que tinha planejado em uma lista aos 14 anos de idade (parece a Barraca do Beijo e a lista de regras estúpida escrita por crianças igualmente estúpidas). Rowan também teve a proeza de me enojar ainda mais se mostrando totalmente baixa ao usar um segredo muito sensível para o Neil contra ele mesmo. Se eu já detestava essa garota, passei a odiá-la.
Neil foi, de fato, a melhor coisa. Queria saber mais dele. Ele parecia adorável e divertido (quando não era obrigado a se calar para a babaquinha vomitar suas asneiras). A autora o transformou no máximo de molenga possível sem deixar ele perder toda sua masculinidade, mas pelo menos não conseguiu destruí-lo completamente. Se ele fosse real, eu desejaria que seu "feliz para sempre" não fosse com uma pessoa tão asquerosa quanto Rowan.
E, sinceramente, demorou QUATRO ANOS para ela perceber que ele gostava dela? Esses são os alunos mais inteligentes da escola?