@blogleiturasdiarias 13/02/2019Resenha | Aprendendo A SeduzirUma das primeiras leituras de romances de época — sem saber naquele momento o boom que era os romances de épocas — Aprendendo a Seduzir possui um enredo que me agradou, consagrando o nome da Patricia Cabot entre autoras favoritadas. A oportunidade de, enfim, reler chegou e me vi novamente no carrossel de emoções da narrativa.
Lady Caroline Linford pega em flagra seu noivo, o marquês de Winchilsea, com outra mulher. Sabendo que ele é um ótimo partido, nutre sentimento pelo mesmo, e ainda por cima, é o responsável por salvar seu irmão quando ninguém foi capaz, Caroline decide ir contra todas as regras e tenta manter o possível casamento. Porém, naquele pequeno deslumbre de intimidade do marquês com outra, ela percebe que os beijos e o tratamento dele é diferente. Ela também quer esse lampejo de desejo na sua vida, e assim, decide tentar aprender a arte de seduzir. E nada melhor do que ter como professor o homem conhecido pelas suas habilidades de amante, Braden Granville.
Braden inicialmente se surpreende pela proposta feita. Pensando de imediato a recusar veementemente, no final cede pois a informação que Lady Caroline pode trazer é fundamental para que possa anular seu noivado já afundado. O que eles não esperavam é que logo na primeira aula, faíscas de paixão fossem surgir. Serão capazes de aceitarem esse amor?
O que me chamou mais atenção primeiramente na obra foi o título e a sinopse. Atualmente podemos encontrar algumas temáticas parecidas, só que especificamente o ato de querer salvar o casamento na forma de sedução ainda acredito ser algo inusitado — apesar do desenvolvimento ir para o lado oposto, rs. Como é conhecimento da maioria, Patricia Cabot é pseudônimo da Meg Cabot, por isso podemos esperar uma bela obra na escrita, na ambientação e nas cenas onde a fluidez é sua amiga, praticamente devorando-o rapidamente.
"Então ele sorriu para ela. Braden Granville sorriu para ela. O que a chocou não foi o fato de ele ter sorrido, mas o que sentiu ao ver aquele sorriso, nada parecido com o que ela sentira quando ele fez a mesma coisa naquela noite na casa de Dame Ashforth." pág. 95
Diferentemente da primeira vez que li, senti uma certa inquietação lá pela metade das páginas. Provavelmente por saber como tudo seria transcorrido, algumas partes não me foram de grande importância, podendo possivelmente enxugar a obra. Não sei se é reflexo dos romances de épocas atuais, no entanto o fato da autora transcrever demais as cenas pode tornar o volume cansativo no meio. Confesso estar me acostumando com esses romances mais dinâmicos, o que acaba sendo um ponto negativo no volume.
E o maior ponto positivo em minha opinião, é a inserção de vários outros elementos. Além do óbvio drama e romance, teremos elementos investigativos, de suspense, de mistério e até mesmo de ação. Um prato cheio para querer terminá-lo logo, com maestria todos as pontas e informações se conectam. Inicialmente teremos capítulos que talvez não faça tanto sentido analisados isoladamente, contudo mais a frente começaremos a entender as interligações.
Sobre os personagens, só tenho elogios. Tanto Braden quanto Caroline são protagonistas fáceis de nos agradar pela personalidade, pelas atitudes, e que condizem com a ambientação. O bacana também de citar são os personagens secundários, que um ou outro ganham importância por assuntos pertinentes em sua volta — por exemplo a melhor amiga da Caroline é envolvida com o sufrágio feminino, o que sabemos ser um grande tabu na época.
Sempre é bom falar também que apesar de Patricia Cabot ser pseudônimo de Meg Cabot, — famosa pelos seus romances infanto-juvenis — estamos lidando com um conteúdo adulto. Temos cenas eróticas sim, e elas não são leves.
"Era verdade o que ele lhe disse, que estava interessado nela. Mas teria sido mais verdadeiro dizer que, desde a primeira vez que ela fora ao seu escritório e o chocara completamente com sua proposta nada condizente com uma dama, ele a queria... em seus braços, em sua cama, em sua vida. Mais do que a qualquer outra mulher que já conhecera." pág. 184
De uma forma geral, adoro Aprendendo a Seduzir e recomendo muito. Talvez não seja novidade para aqueles que acompanham o mercado literário dos romances de época tem um tempo. Entretanto, se está iniciando por agora e gostando do universo, aqui está uma dica! Prepare-se para se emocionar, dar risadas, ficar tentando a descobrir os segredos e fatos, torcendo para o casal.
Sobre a edição, a minha é da capa antiga — lançada em 2010. Houve uma nova edição com uma capa mais moderna pois o exemplar estava esgotado, contudo particularmente prefiro a minha. A diagramação é bem espaçosa e limpa, com detalhes nos inícios dos capítulos, nas numerações da borda que dão um charme a mais. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos pontos de vistas tanto do Braden quanto da Caroline.
Confesso que não estava nos meus planos realizar a releitura. Como tinha lido ele tem muitos anos, e não foi em um exemplar físico, no impulso acabei o escolhendo e fui feliz. Foi bom rever velhas protagonistas queridos. Espero que tenham gostado!
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