spoiler visualizaraillia 14/11/2023
Interessante, mas fraco...
Comecei o livro com muita expetativa, já que é difícil encontrar livros de fantasia que não seja de uma saga ou trilogia. Na minha opinião, a história foi mal desenvolvida, mesmo com um grande potencial.
Sobre o enredo, apresenta alguns furos. Em determinado momento descobrimos que a narrativa não está repartida em tempos cronológicos, mas se passa apenas no presente com algumas cenas que são “previsões’ de um possível futuro parte de um plano que está sendo arquitetado. Alguns furos cruciais: para as memórias serem gravadas nos chips de comunicação com tantos detalhes, o Mackiel e Anabela teriam que ter a planta do castelo, além de saber exatamente onde as rainhas, o que não faz sentido nenhum, pq não tem como prever isso com exatidão. As cenas dos assassinatos são completamente ridículas. A morte de Corra (Como a rainha do quadrante da tecnologia não tem um sistema ou sensor contra incêndio? O quarto dela deveria ser o mais minimalista como os do quadrante dela, igual ao de Varin, e daí não teria como o fogo se alastrar rápido daquele jeito. E que dificuldade é essa dos guardas em quebrar uma janela?) e da Marguerite (Como uma rainha ia beber alguma coisa sem que fosse provada, sendo que ela era a última sobrevivente de uma onda de assassinatos?) são as piores.
Os quadrantes são mal descritos, nós não sabemos quase nada sobre os quadrantes, é uma descrição muito superficial. O quadrante Ludia nem é descrito direito, mal sabemos como as pessoas vivem lá.
Os personagens não são carismáticos. A narrativa é feita através da ótica da personagem principal e das rainhas, e mesmo assim não consegui gostar ou sentir empatia por nenhuma delas, achei bobas, supérfluas e egoístas. Acho que as narrações de Corra foram as melhorzinhas. A Keralie (personagem principal) é muito chata, claramente não se arrependeu do que fez, só lamenta que o pai tenha sofrido as consequências do que ela fez, mas não consegui sentir o arrependimento da personagem, até pq ela gostava e queria a vida estava levando. Varin (o mensageiro) foi o único personagem que eu “gostei”, mas o pobre só fez sofrer mesmo. Inclusive, iria melhorar muito a história se parte dela fosse narrada por ele e Mackiel.
De certa forma, o universo da história e o plot é interessante, mas mal desenvolvido. Teve muitas narrações desnecessárias, era muito cansativo estar na mente de personagens chatas. Parte dos pensamentos eram para “encher linguiça” e poderiam ser cortados e substituídos por mais descrição dos quadrantes. A autora simplesmente joga nas nossas costas o papel de imaginar as coisas sem muita base para isso, sendo que essa é a parte mais legal de uma história de fantasia, ser apresentada a um mundo novo.