Barbara.Schirato 21/03/2023
Jamais peço desculpas por me derramar
Ler Ryane Leão é sempre uma experiência ímpar. Eu me lembro que quando comprei esse livro eu ainda estava no Pará, final do meu descanso, eu peguei ele e um livro da Brené, pensando que eu gostava de ver a combinação das duas capas porque eu estava me sentindo azul, ou precisando me sentir azul, azul da cor do céu e do mar em Barreirinha nas últimas férias de verdade que eu tive, em que eu respirei feliz e parecia que o ar de fora caia bem cada vez que entrava nos meus pulmões, quando eu olhava os artesanatos de conchas e me sentia feliz.
Eu demorei bastante pra ler esse livro, pra ser sincera leituras que se fazem sentir muito precisam ser levadas com calma; isso me lembra da Jane Austen falando que aqueles que apreciam a poesia de verdade e a compreendem são os que mais precisam ler com moderação e tomar cuidado; tem muitas passagens bonitas e muitas que doem, na verdade elas são bonitas e doem ao mesmo tempo, mas também nos trazem esperança e o que me deixa mais feliz na escrita dela é que não me faz ter esperança em outras pessoas, no mundo, ou em qualquer coisa fora do meu alcance, me faz ter esperança em mim e confiança no meu processo. Identificação é tudo e sinceramente se a Ryane Leão está desejando que eu recupere meus reinados e busque meus alicerces então eu abraço e confio e digo que vou ter paciência comigo e com tudo o que eu fui, sou e ainda vou ser. Eu sei que muitas pessoas vão reconhecer o quanto isso é importante. Então eu digo:
Leiam, Leiam, Leiam, do fundo do meu coração mergulhem sem medo.
Eu vou tentar me lembrar de tudo e quando não conseguir eu vou pegar meu exemplar e voltar nas partes grifadas e circuladas, e nas minhas anotações. Ryane, eu vou prestar atenção nas coisas que me movem e que movimentam tudo aqui dentro, como você mesma disse: ?o que te traz de volta a vida?