Rodrigo Brasil 01/04/2020
Um Brasil tragicômico
Devorado em três dias, Essa Gente de Chico Buarque, foi uma ótima companhia durante a quarentena.
Apesar de ser uma leitura super rápida, o livro tem um formato incomum, é escrito em forma de diário, cartas e e-mails, sem uma linearidade, aos poucos você vai entendendo como funciona e entrando na história.
Chico narra de forma irônica e bem humorada um Brasil que sofre com alagamentos, arrastões e com um presidente à favor das armas.
O personagem principal, Duarte, é um escritor que está passando por uma crise financeira e resolve perambular pelas ruas do Leblon, encontrar suas ex-mulheres e observar as pessoas na rua. Falar mais do que isso poderia resultar em spoilers, e prefiro os evitar.
Um pequeno trecho:
"A diarista chegava cedo em casa, tomava café e tinha a abominável mania de folhear o jornal antes de mim. Depois tentava disfarçar, mas eu percebia as dobras irregulares, feito vinco de calça mal passada. Também percebia o travo do café requentado, e saudade da diarista é o que não tenho mesmo."