Você já deve ter ouvido falar este nome: Moby Dick. É assim que foi batizada a baleia mais famosa da literatura. E o título que Herman Melville escolheu para o seu grandioso romance — o clássico deste mês do Clube de Literatura Clássica.
Publicado em 1891, Moby Dick conta a história de um navio que parte em uma longa viagem para fazer dinheiro com a pesca de baleias. O navio é comandado por Ahab, um homem que perdeu uma perna atacado por uma gigantesca cachalote branca — a baleia Moby Dick.
Ahab tem uma única ambição: vingar-se de Moby Dick. E ele é capaz de tudo para satisfazer seu desejo de vingança. Isso é o que nos conta Ismael, um jovem tripulante da embarcação de Ahab e que narra as aventuras a bordo desse navio.
Conforme a história se desenrola, somos apresentados a um romance muito mais profundo do que o simples relato de uma aventura em alto-mar. Moby Dick é impregnado de simbolismo: desde a escolha dos nomes (em geral, de origem bíblica) até os números e cores presentes na obra, tudo comunica uma realidade que vai muito além da mera viagem marítima.
O narrador oferece descrições precisas sobre a pesca às baleias, apresentando ao leitor essa realidade tão inusitada e pouco conhecida atualmente. Além disso, Ismael é um observador atento e reflexivo, que carrega a sua narrativa com instigantes reflexões sobre a natureza humana.
Suas reflexões dão densidade à obra, que ultrapassa o mero conflito físico entre Ahab e a baleia: trata-se de um conflito existencial entre o homem e seu destino. Não é à toa que Moby Dick se popularizou com o seu reconhecimento por filósofos e psicólogos do início do século XX — como Albert Camus, o autor existencialista de O estrangeiro.
Muito mais que uma aventura pelo oceano em busca de uma enorme baleia, Moby Dick é um mergulho nas profundezas da natureza humana.
Ficção / Literatura Estrangeira