Nati Amend @livrosdanati 22/06/2020Matadora e ácidaJosie Schuller retorna neste 2º volume de Lady Killer mais matadora do que nunca. Com um enredo eletrizante, divertido e muito sanguinário, a HQ vem banhada de um humor ácido e uma violência vintage — se assim podemos chamar — que nos conquista desde a primeira página.
A protagonista continua dividindo sua rotina diária entre ser uma boa esposa, dona de casa exemplar e uma assassina de aluguel. Só que agora Josie está atuando sozinha então o cuidado com as cenas dos crimes precisa ser redobrado.
Mas mais do que o carisma da personagem e uma história muito mais envolvente, este segundo volume também ganha pontos ao abordar questões importantes e que talvez passem despercebidas para alguns leitores. A primeira delas é sobre a união feminina, mostrada através da relação de Josie com sua sogra e que antes era claramente um empecilho no caminho da assassina. É interessante ver como as experiências de vida ou objetivos em comum podem aproximar duas pessoas e acabar com uma rivalidade desnecessária.
O segundo ponto é com relação ao assédio sofrido pela personagem. Em alguma cenas, o chefe do marido de Josie é bastante abusivo e nojento (um porco na verdade!), enquanto o Gene continua apático e condescendente, o que vai nos irritando ao longo da leitura. Não deixa de ser um recorte bastante real do que nós mulheres lidamos diariamente e que, para muitos, parece algo banal e corriqueiro.
Com relação à arte, novamente a quadrinista Joelle Jones nos surpreende com um banho de sangue, talento e elegância em cada ilustração. A coloração antiga traz um charme para a HQ, ao mesmo tempo em que deixa as cenas de violência sujas e mais explícitas. A edição da Caveira também é um show à parte e que vem para somar com uma capa hipercolorida, material complementar e tradução impecável de Raquel Mooritz. Lady Killer - vol. 2 te fisga pela urgência da história, pelo requinte gráfico e editorial, e pela belíssimo trabalho artístico.
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