Flávia 31/01/2021Reflexão é a palavra chaveA Valsa Eterna é a segunda obra do autor brasileiro Evezel, publicada originalmente em 2018 como produção independente e agenciado pela AZO. A trama se passa, em sua maioria, em um Brasil fictício entre os anos 80 e a atualidade. É nela que conhecemos as várias encarnações de Sirius Silva.
A narração se dá em terceira pessoa e é dividida em quatro partes. Pode ser encontrado em livro físico (com o próprio autor) e em e-book (distribuído pela Amazon). A diagramação é simples e bastante confortável a leitura, contando com belíssimas ilustrações ao longo do livro.
Sobre a história: a trama nos envolve em uma mitologia onde não existe apenas o Karma (as consequências dos atos), mas também o Dharma (o ato propriamente dito) e juntos eles julgam tudo e todos baseado em o quanto de culpa aquele ser carrega em seu coração. A evolução ou reencarnação depende disso. E assim o fazem com Sirius, desde quando era apenas uma forma etérea de energia emocional até alcançar a vida humana.
Acompanhamos a trajetória do protagonista a partir da sua infância (onde conhecemos um garoto brilhante e esforçado), findando na idade adulta (onde todo esse brilhantismo repercute em sua vida acadêmica e profissional). Conhecemos também o seu grande amor, bem como a sua maior rival e parceira: Sophia.
A Valsa Eterna é um livro denso em suas cento e vinte e cinco páginas. Não digo denso de difícil leitura, muito pelo contrário. Me refiro a capacidade do autor em nos fazer refletir sobre aquilo que existe além da morte, além desse plano material. A política e a ciência são retratadas com maestria, bem como a percepção sobre a religião e a origem da força motriz maior. É uma obra que instiga a busca pelo desconhecido e que conseguiu me arrancar muitas lágrimas, o que é bastante difícil em se tratando de leitura.
Recomendo a todos que querem algo rápido, mas que te faça parar para meditar a cada capítulo finalizado.