Capitães da Areia

Capitães da Areia Jorge Amado




Resenhas - Capitães da Areia


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Elane.Medeiross 30/06/2021

Capitães
Que obra linda, Jorge Amado deu um show de empatia e sensibilidade ao escrever esse livro, fiquei muito impressionada com a construção tão detalhada dos personagens .
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Luiz Paulo 21/01/2021

Meu coração se foi como um trapezista de circo
É impressionante a capacidade de cada história que se entrelaça pelas esquinas mexer tanto no peito como dessas crianças.
A injustiça cega e cruel, o Deus bondoso e atado e a paixão de encabeçar Alinda festa dos pobres que é a revolução.
É doce morrer no mar!
vicqs 21/01/2021minha estante
Eu preciso dar mais uma chance a esse livro, eu não consegui gostar da história


Luiz Paulo 21/01/2021minha estante
Essa foi minha terceira tentativa Vicqs


Janaina 21/01/2021minha estante
Li esse livro quando ainda era adolescente e me apaixonei. Ótima leitura!




Lu_Augusto 03/01/2024

Um livro especial.
Comecei a leitura sabendo mais sobre o autor que a obra, confesso que não esperava muita coisa, mas a cada página lida, a cada capítulo passado eu me apaixonei mais pela história.
Jorge Amado é um autor fantástico. Incrível como ele consegue criar uma historia envolvente e que também está cheia de crítica social, assim como também de fatos históricos, acho que muito por isso que o livro me conquistou.
Um livro essencial para compreendermos que a desigualdade social no Brasil não é algo novo e que não irá ser extinta sem que o sistema que a sustente também seja, o autor deixa isso bem claro.
Uma história onde você começa indiferente aos Capitães da Areia, passa por momentos odiando eles, mas no final ama todos eles a partir do momento em que compreende suas fragilidade e sua humanidade, a partir do momento que compreende que são vítimas de um sistema perverso.
Matilda_books 05/01/2024minha estante
O simbolismo da passagem dos Capitães da Areia no carrossel me emocionou de uma maneira inenarrável! Por trás daqueles garotos vistos como bandidos pela sociedade, existem crianças que só querem amor e serem ingênuas...


Lu_Augusto 05/01/2024minha estante
Sim! Esse livro é muito tocante quando a gente tem uma mente aberta para refletir sobre os temas propostos




Anacarly.books 25/08/2020

Esse livro é um ícone brasileiro, bem como o autor. História de pessoas humanas, história de luta e extremante verdadeira. Jorge Amado é poético em narrar a realidade. Belíssimo ??
João 25/08/2020minha estante
Eu fiz uma peça na escola sobre esse livro ??
Foi muito legal


Maria1524 25/08/2020minha estante
Adoroo esse livro




R o s e 26/09/2020

Carrosel de sentimentos
O livro, que é dividido em três partes, apresenta nos primeiros capítulos a história dos meninos que moram no trapiche abandonado, conhecidos como Capitães da Areia. São crianças que vivem de roubos à casas de burgueses e de pequenos furtos nas ruas. São crianças abandonadas pela família, pela sociedade e que encontram no bando de Pedro Bala, chefe do grupo, o amor e o companheirismo que nunca tiveram.

As histórias desses personagens despertam no leitor diferentes sentimentos, e um dos mais tristes é a do menino Sem-Pernas, que recebe esse apelido por ser coxo. Sem-Pernas é uma criança traumatizada, que desde muito pequeno guarda muito rancor e ódio por nunca ser amado, por ser muito maltratado por aqueles que deveriam protegê-lo. E mesmo quando encontra o amor no carinho de D. Ester, está embutrecido demais para aceitá-lo.

O capítulo mais simbólico é o de Pirulito, que tem o sonho de ser padre, e quando vê a imagem do menino Jesus numa loja, o vê como sendo feio, magro, com cara de fome, ou seja, o próprio retrato de Pirulito e dos meninos que moram no trapiche. Pirulito entra em conflito quando sente vontade de roubar a imagem, pois, comovido com o sofrimento do menino Jesus, quer levá-lo para poder dar cuidados e amor, sentimento que ele sempre quis e nunca pôde ter.

Um dos mais repugnantes é o capítulo do estupro de uma jovem negra, cometido por Pedro Bala. No livro, as mulheres são vistas como objeto, como dizem os capitães: "Negrinhas para serem derrubadas no areal". A personagem Dora é a "exceção", e acaba conquistando a confiança dos meninos, tornando-se mãe, amiga e irmã.

E o mais lindo é o capítulo "As luzes de carrossel", onde as crianças andam e se encantam ao girar num carrosel velho da cidade. Um momento que pode parecer simples, mas que mostra que os meninos de Capitães da Areia são apenas meninos. São crianças que sonham e se sentem plenas e livres como todas as crianças quando estão girando num brinquedo.

Capitães da Areia é um livro repleto de questões sociais muito bem discutidas, como a questão das lutas de classe, em que o chefe Pedro Bala acaba se juntando aos doqueiros para fazer a revolução, para lutar por melhorarias e pelos pobres. Isso, junto com as situações tidas como imorais pelo regime da época, rendeu a Jorge Amado a queima de exemplares de seu livro. Ao falar da problemática de meninos de rua na Bahia dos anos 20, a obra se torna atual em muitos aspectos.

Uma curiosidade é que Jorge Amado foi dormir no trapiche com os meninos de rua, escrevendo, assim, um livro que traz "um olhar de dentro", como disse Zélia Gattai Amado, com uma riqueza de detalhes impressionante. Talvez, por isso, o sentimento que mais nos causa na história seja o da empatia. Porque podemos não concordar com todas as ações dos personagens, mas é impossível não sentir empatia pela luta diária dos Capitães da Areia.
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Jéssica 10/01/2022

Inda ressoam as gargalhadas dos Capitães da Areia
Um dos maiores da literatura brasileira, e não é para menos. Com uma leitura muito envolvente, que devagarinho vai nos chamando e nos prendendo a ponto de querer devorar o livro, Jorge Amado nos põe na estória, mas não somos retirados dela, ele faz questão que ela permaneça ainda viva conosco. A criação das personagens, suas particularidades, características, valores, desejos e carências são postas de uma maneira muito próxima a nós, e talvez por isso às vezes nos percamos entre realidade e literatura.
Foi uma leitura que apesar de adiada desde os tempos de escola, se mostrou para mim extremamente significativa, que me encheu os olhos ora de admiração ora de emoção, e me fez ter uma empatia quase imediata com os pequenos meninos-homens que carregavam nas costas o peso do abandono. Unidos pela miséria, como aborda no posfácio Milton Hatoum, eles constroem um elo em favor da sobrevivência dentro de uma cidade que financia o extermínio do que considera por “vagabundos, delinquentes e ladrões”.
O desenrolar da trama mostra o contínuo amadurecimento dos Capitães da Areia, a fidelidade para com seus códigos morais, as dificuldades do cotidiano − e do próprio viver −, o crescente ódio pelas autoridades e uma vontade que parece que assola a todos, e que desmascara esses homens em corpos de meninos, e mostra suas reais faces infantis: a ausência de carinho. Buscam-no, pois, no ódio, na fé, na promiscuidade, na arte, etc. A chegada de Dora ao trapiche só realça a falta que sentem, e enxergam nela a mãe, a irmã e a esposa que lhes faltam.
Pedro Bala, Professor, Gato, Volta Seca, Boa-Vida, Sem-Pernas, Pirulito, e todo o restante, refletem uma situação que não mudou, mas evoluiu conjuntamente à sociedade. Jorge Amado consegue enfatizar essas realidades com bastante facilidade, e é também nas figuras do padre José Pedro, João de Adão, Don’Aninha e Querido-de-Deus, que demonstra o pouco auxílio que recebem essas crianças, tanto financeiro, educacional ou mesmo afetivamente, sobrando do Estado apenas a perseguição e a opressão. Em suma, vale recordar o forte desejo que tinham de mudar seus destinos, de transformar a vida dos pobres, de lutar por e para os pobres.
13marcioricardo 10/01/2022minha estante
Tenho esse livro na lista para este ano. Estou muito curioso pois sempre ouvi falar muito bem dele... Com a tua resenha fiquei ainda mais..


Jéssica 10/01/2022minha estante
É uma leitura imprescindível. Livro espetacular e muito sensível!




Gustavo Ferreira 29/04/2021

“Vestidos de farrapos, sujos, semiesfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.”
Como esperar que crianças ajam como crianças quando lhes é exigido que ajam como homens? Como esperar que meninos brinquem como meninos quando já conhecem os prazeres da vida adulta? Como esperar que garotos suportem as dores de tal vida quando são apenas garotos?

O ódio é um dos principais ingredientes dos Capitães da Areia, a manifestação e consequência desse sentimento pode ser vista de diversas formas ao longo da história, seja no ódio do Professor com o “homem de sobretudo preto”, de Volta Seca com a polícia, ou de Sem Pernas com o mundo. Sem Pernas que é, de longe, a personagem mais complexa e interessante da história, é quem retrata da forma mais cruel o resultado do abandono, da miséria, da exclusão social e dos traumas na vida de uma criança.

Esse ódio, que muitas vezes se confunde com o medo e se manifesta através da hostilidade, só parece ser amenizado quando os Capitães encontram outro sentimento de mesma grandiosidade, o amor. Amor que os próprios capitães sentem uns pelos outros de forma fraternal. Amor que Dora os proporciona como nunca experimentaram antes.

Os garotos do bando não eram bons e nem inocentes, pelo contrário, a malícia do mundo já havia os corrompido e, por muitas vezes, deixavam aflorar aquela maldade característica dos homens. Porém, por que meio e por qual motivo haveriam de se manifestar a maldade e o ódio, se no lugar de fome houvesse fartura, se no lugar de miséria houvesse luxo, ou, mesmo na pobreza, responda-me, que amargura de maldade ousaria não seria adoçada pela bondade de um seio materno?

“Mesmo não sabendo que era amor, sentiam que era bom.”

Esse livro é uma daquelas obras que proporcionam a imersão que só os livros proporcionam. Leia e sinta-se valente como Pedro Bala, companheiro como João Grande, astuto como Professor, elegante como Gato, malandro como Boa Vida, sinta a fé de Pirulito, o ódio de Volta Seca com a polícia, ou mesmo, o ódio de Sem Pernas com o mundo.

A obra de Jorge Amado é um livro de aventuras pelo qual, por vezes, me peguei vidrado, por vezes ri alto, mas ainda assim, é uma história triste, como uma história real. É impossível enxergar o livro como sendo apenas um romance, se trata, na verdade, de um livro de extremo impacto social, não por menos foi perseguido pelo Estado Novo desde seu lançamento. Não é uma obra simplesmente sobre crianças, é uma obra sobre uma sociedade desestabilizada.

Morando em São Paulo, faz parte da rotina ver garotos nas ruas do centro e nas quebradas, pedindo, roubando ou simplesmente sobrevivendo. Se assim posso chamá-los, os “Capitães do Asfalto”. Escrevendo essa Resenha me recordei desse trecho de uma música dos Racionais MCs:

"Se eu fosse aquele cara que se humilha no sinal, por menos de 1 real, minha chance era pouca. Mas se eu fosse aquele moleque de touca que te atira e enfia o cano dentro da sua boca…”

Mas, talvez, os Capitães da Areia, que estavam muito mais acostumados a escutar o samba das ruas da Bahia, se identificariam mais ainda com esse trecho, de Jorge Aragão:

“Deus é um cara gozador, adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado me botar cabreiro
Na barriga da miséria, nasci brasileiro”.
Bianca.Carolina 29/04/2021minha estante
A melhor resenha que já li! Muito poética e sensível... tenho certeza que irá iluminar os olhos de potenciais leitores, como fez comigo. Parabéns!




Fred Vasconcelos 04/06/2022

São meninos ou são homens os que enfrentam seus terrores na rua, sem pai ou mãe ou as paredes de uma casa e telhado? Jorge Amado nos mostra a realidade de um outro tempo que ainda continua encarnada em nosso tempo.
Pedro Bala, o líder dos meninos, tem uma concepção muito própria de lei e de ordem. No entanto, Jorge Amado o joga na vala comum na cena da violência sexual do areal. Naquele momento, Pedro Bala é um bicho e o leitor tende a repudiá-lo.
Pedro Bala na cena de violência sexual é um bicho e é um bicho como qualquer um olhado de dentro das grades de nossos vidros de nossos carros e casas. Sem-Pernas é um deficiente que só busca amor e a paz no amor, mas que não é confiável, e quem poderia ser confiável vivendo em uma situação como a dele e querendo o que ele quer sem compreender o que quer?
Volta Seca é o que não consegue calar a sua vontade por vingança, mas vingança pelo quê se não pela sua própria vida ou mesmo existência?
Pirulito, o papa-hóstias, beato de raiz, místico, vítima de um maniqueísmo ingênuo. Dora, a sobrevivente, filha de pais mortos por varíola, acaba por se tornar “mãe” dos meninos. Dora é até mesmo desgostada por aquele que a quer possuir como um objeto, ao descobri-la “quebrada”.
Não tem livre-arbítrio quem não tem pai e mãe e casa. O acaso é o senhor da miséria. Não existe vencedores onde não há regras estabelecidas.
Marli Angelotti 04/06/2022minha estante
Eu li nos tempos do colégio,reli depois,achei sensacional.




Eduarda.Siqueira 24/03/2021

Capitães da areia
Um livro que deveria ser recomendado a todos os brasileiros; ele busca uma realidade não tão distante e mostra a situação de muitas crianças. Pesado, mais tudo diante a realidade, então não recomendo para menores de 12 anos. Te envolve com a história e enredo dos personagens, e provavelmente vai tirar suas lágrimas mais sinceras :).
Ebenézer 24/03/2021minha estante
Já estava na minha lista. Vc me deu uma forcinha: passei na frente de alguns. Valeu!!!




Rafaela 24/10/2020

Provavelmente o melhor livro de 2020
Quando eu estava no colegial comecei a leitura de capitães da areia, mas acabei largando a mão no meio do livro. Esse ano quis resolver essa pendência, e eu estou eternamente grata por isso.
Que livro meus amigos. Que livro. A leitura é tão bela e triste que as vezes parecia um poema. Jorge Amado me encantou com seus personagens, com sua escrita e com a sua ideologia. Eu chorei, eu ri e muitas vezes eu me encantei. As vezes fiquei tão fascinada que imaginava meus olhos se tornando pequenas estrelinhas.
Recomendo a todos.
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Mell 22/05/2011

Link direto para a resenha em meu blog: http://croissantparisiense.blogspot.com/2011/04/resenha-capitaes-da-areia.html

O clássico conta a estória de uma grupo de marginais juvenis que usam do cais (mais precisamente o trapiche) como moradia e vivem de roubos, furtos, assaltos, entre outros crimes. O grupo é liderado por Pedro Bala, um jovem com lá seus quinze anos que tomou a liderança por meio de uma briga. Sua esperteza e astúcia lhe foram a favor, e essas eram as características que o destacava do grupo, além da coragem e um certo ar de superioridade.

Ao longo da narrativa, somos apresentados aos diversos personagens que compõem o grupo. O mais perceptível é a diferença existente entre todos os meninos. Aí percebemos que somente a pobreza os une. Nada mais. Pois enquanto um deseja entrar para o seminário, ser padre e largar de vez toda a vida de pecado em que está situado (Pirulito = devoto, cheio de imagens de santos e sempre rezando), outro parece mais é querer sentir o prazer da carne, das drogas e da vida boa (Gato = possui uma amante muito mais velha, trapaceia em jogos) sem sequer mover um dedo.

É de se espantar a fidelidade desses garotos para com o grupo. Eles pensam como uma família, em todos, num conjunto. Muitas vezes os vemos agindo não por proveito próprio, mas sim pelos "irmãos". Parte daquilo que conseguem através dos crimes não fica com eles, e sim para o grupo. Pedro Bala, o líder, é o que mais evidencia isso: está sempre pensando em todos, não somente nele, e sempre coloca as necessidades dos outros em primeiro lugar, como doenças, brigas, fome, entre outras situações.

É nesse ambiente de pura violência que o autor insere Dora e seu irmão, ambos órfãos e ainda muito jovens, entre os Capitães da Areia. Inicialmente, Dora é vista como um objeto qualquer de desejo sexual, pois os garotos estavam acostumados a usar de virgens sem dó nem piedade. É o desejo sexual que supera suas razões, atitudes que os aproximam de meros animais. Mas com o passar do tempo, e com uma certa dose de proteção, a garota começa a ser vista como uma mãe por todos (aliás, quase todos). Podemos ver claramente aí o que o autor quer nos dizer: esses jovens, apesar de marginais, são totalmente desprovidos de amor e carinho, e não é por conta do fato de viverem da violência que os tornam mais propensos a repelirem esses sentimentos - pelo contrário. Em toda a estória, em todos os perfis dos personagens, notamos a carência de amor. Todos eles buscam o amor, cada qual com sua forma. Todos necessitam de cuidados... E por isso Dora passa a ser vista como a mãezinha de todos; ela cuida, ensina, lava, coze, brinca etc., em troca de moradia e comida (ela não vive a vida do crime - até certo ponto - em troca de seus serviços domésticos.)

Mas para Pedro Bala, Dora é vista não como uma figura materna, mas principalmente como uma amante. Surge um romance doce e ingênuo, paradoxalmente ao contexto em que as personagens estão encaixadas. Há uma brusca oposição de sentimentos: Pedro Bala estuprava garotas pelo areial até ele se ver apaixonado por Dora e não saber como agir diante da sexualidade dos dois. Ele passa a querê-la ao seu lado, e a respeitá-la.


Capitães da Areia é um grupo heterogêneo, formado por diversos garotos de diversas personalidades, com suas intransigências básicas, mas cada um tentando superá-las à favor do bem-estar do grupo. Há sentimentos genuínos em meio a sentimentos ignóbeis. São verdadeiros paradoxos que confundem o leitor, e o deixa sem saber qual lado tomar: o da justiça, que condena os criminosos, ou o dos criminosos do grupo Capitães da Areia, que necessitam dessa vida de crimes para sobreviver; é impossível não se comover com a situação deles, nem de se ver "em cima do muro". Uma vez ciente da vida, do caos, e da necessidade dos garotos, não há como julgá-los de forma tão fria e estoica quanto antes.


A escrita é fácil, fluente e recheada de gírias. Com certeza, é o livro mais "fácil" requerido pelo vestibular da Fuvest/Unicamp. E, também, um dos melhores livros nacionais de todos os tempos!
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Fernanda.LeAncio 21/03/2021

Realidade
Nesse livro acompanhamos a história de Pedro Bala e os meninos Capitães de areia.
Crianças e jovens sem família e sem perspectiva de futuro que se unem para praticar furtos e se proteger da maldade da cidade.
A escrita de Jorge Amado é fácil de se acostumar, apesar de ser um livro escrito na década de 30, se mantém atual.
Nos apresenta os conflitos sociais existentes desde que existe divisão por classe social. Alguns com mais que outros e a injustiça da pobreza e do abandono familiar.
São tocantes as histórias, com muita clareza dos conflitos enfrentados pelos protagonistas, suas qualidades e defeitos.
Eu recomendo, mas já vai sabendo que não é fácil de se ler o sofrimento que crianças apresentaram na obra que são duros de pensar que ainda são atuais.?
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Douglas Hinckel 17/06/2020

@dhinckel
Após um período demorado — por conta de semanas bastante atarefadas — finalizei a leitura de Capitães da Areia (1937), do importantíssimo grande escritor brasileiro Jorge Amado. Livro este que teve a primeira edição apreendida e seus exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura do Estado Novo, com a justificativa da leitura possuir teor comunista (inclusive Amado também foi preso por essas autoridades). Entretanto, foi relançado anos depois, deixando um legado para várias gerações de brasileiros que sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais.

O enredo se passa no nordeste brasileiro, na cidade de Salvador, onde nos é apresentado os Capitães da Areia — grupo formado com aproximadamente 100 jovens delinquentes que foram abandonados pelos pais ou órfãos vítimas da “bexiga” – mais conhecida na atualidade por varíola. O líder é Pedro Bala, um garoto loiro de 15 anos com um cicatriz no rosto, que se viu nessa vida após perder sua família. Mas nos é apresentado muitas outras histórias sofridas como essa de meninos carentes (Sem-Penas, Professor, Gato, etc.), interligados por momentos de tristeza, alegria, aventuras e tensões.

Me encantei bastante pela escrita do autor. Eu não tinha ainda a experiência de ler uma obra de Jorge Amado, e fiquei bastante surpreso em observar a forma de narrativa do escritor, misturando lirismo, texto descritivo e algumas páginas em formatos de leads de jornais, deixando a leitura bastante fluida e dinâmica. Foi com certeza uma aula e aprendizado sobre escrita pra mim.

É uma leitura obrigatória para estarmos sempre refletindo e construindo nosso senso crítico quanto a vida marginalizada desses jovens, assim como o cenário de descriminalização jogado a eles pela sociedade burguesa. Sociedade esta que ao invés de ajudar esses pobres garotos, julgam, prendem e o menosprezam. A obra apresenta inúmeras críticas de um Brasil de muitos anos passados e que ainda podem ser utilizadas na contemporaneidade. Recomendo FORTEMENTE essa leitura para quem está querendo buscar uma obra brasileira para se aventurar.

site: https://www.instagram.com/dhinckel/
Mauro 17/06/2020minha estante
Tinha lido esse livro para fazer um trabalho na escola... Realmente muito bom , sou da terra de Jorge amado




ira_rafael 16/03/2021

Os Capitães da Areia é um grupo de jovens garotos abandonados, entre 9 e 16 anos, que vive livre em uma grande cidade. São jovens à margem da sociedade, obrigados a cometer não tão pequenos delitos para sua própria sobrevivência.

Acompanhamos a trajetória de alguns personagens, como João Bala, líder do bando, Professor, único letrado do grupo, João de Deus, aspirante à seminarista e Dora, irmã, mãe e noiva, dentre outros. Ao longo do romance, percebemos o desenvolvimento psicológico de cada um; são personagens complexos e o sentimento que nos causam são, também, complexos: ora nos cativam, ora nos causam ojeriza. Os personagens, apesar da pouca idade, são ?adultos?, em razão de toda sua dura experiência de vida.
Escrito quase 90 anos atrás, o livro se faz atual, com duras críticas sociais.

A leitura deve ser feita com ressalvas, pois é possível observar algumas questões problemáticas como homofobia, misoginia e estupro.
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