Criança 44

Criança 44 Tom Rob Smith




Resenhas - Criança 44


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Isabel 01/12/2012

Como solucionar uma série de crimes em um país cujo governo nega a existência dos mesmos?
É essa a pergunta que Liev Demidov se faz. O leal agente da MGB – polícia secreta soviética –de Stalin torturou, adulterou e matou em prol do regime, do tal do “bem maior”, de uma desejada paz e justiça social.
Contudo, Liev é acusado de traição sem razões aparentes, e é isolado com sua esposa Raíssa em uma cidade do interior, onde ele é “rebaixado” da elite do funcionalismo público soviético para um mero soldado de uma milícia –como não se admitiam a existência de crimes “comuns” na URSS de Stálin, a milícia teoricamente funcionava como uma espécie de “segurança” para coisas simples como brigas de bar, rixas de família e outras coisas do tipo (mas obviamente acabava fazendo muito mais).
Quando, depois de uma caminhada, ele encontra o corpo de um garotinho, Liev entra em choque: meses antes ele havia convencido a um de seus subordinados que a morte de seu filho – dada nas mesmas condições e com as mesmas características do garotinho que Liev encontrou – não era um assassinato, e sim um mero acidente de trem – afinal, afirmar ao contrário seria traição, uma transgressão que seria vista como uma dúvida da competência do estado e ameaça à paz social.
Como forma de se redimir moralmente e, acima de tudo, de encontrar uma razão para viver, Liev começa a investigar os assassinatos, descobrindo que eles não ocorreram somente naquelas duas situações – cerca de quarenta e quatro pessoas, em sua maioria crianças, foram mortas nas proximidades de estações de trem por toda a União Soviética, tendo em comum um punhado de sujeira na boca e um barbante no tornozelo.
E é essa versão tosca das idéias de Marx, Engels e outros grandes que Tom Rob Smith nos apresenta: a União Soviética. Embora o livro apresente a consciência de que vários problemas sociais foram resolvidos, não deixei de lembrar de 1984, de George Orwell: a descrição do medo do povo em geral de acabar em um gulag (campos de trabalho forçado, usados muito no stalinismo) por um crime qualquer (que nem sempre de fato foi cometido) não se diferencia das apreensões de Winston Smith. Viver cercado, sem poder questionar ou nem sequer reclamar: era isso que, aos olhos do autor, era reservado aos soviéticos.
A “cegueira” do governo soviético quanto aos crimes chamados “comuns” e “oriundos de uma sociedade capitalista” é também bem trabalhada: segundo o regime, assassinatos e roubos eram efeitos colaterais de uma sociedade capitalista desigual (sim, estou sendo redundante). Concordo em parte com essa lógica: creio sim que a maioria dos crimes seja cometido por pessoas desesperadas, que transmutam uma personalidade com princípios morais para uma sem escrúpulos diante do desespero. Contudo, ignorar completamente o tal do banditismo por pura maldade é extremamente perigoso.
Mas é claro que tais crimes não poderiam passar em branco, sem uma justificativa: seria muito suspeito, e fugindo a qualquer tentativa de controle social. Para isto, eram usados bodes expiatórios: doentes mentais, homossexuais e supostos “inimigos do estado”, anunciados como espiões contratados pelo ocidente que objetivavam acabar com a estabilidade da sociedade soviética. Descobrir esse tratamento dado aos homossexuais, aliás, foi bastante chocante para mim – não consigo associar nenhum posicionamento verdadeiramente de esquerda ao preconceito, mesmo sabendo que, nos anos 50, o termo “homofobia” ou qualquer noção de o quão errado isto era existia.
Criança 44, como um bom thriller, não te deixa respirar – tão logo que um mistério ou um problema é resolvido, outro, ainda mais complicado, vem a tona, e tudo se amarra numa perfeita e coerente teia de acontecimentos. Não sei se é minha falta de familiaridade com o gênero, mas não vi nenhum grande defeito em Criança 44 – além do supracitado, o livro é bem-escrito e parece ter demandado uma grande pesquisa por parte do autor.
Mesmo não acreditando no sobrenatural e sabendo que a possibilidade de que um serial killer me ache é mínima; não gosto muito dessas coisas. Sei que não é real, mas quando estou sozinha no escuro, toda a racionalidade é deixada de lado, o impossível se torna real. De forma positiva, Criança 44 foi leve o suficiente para não tirar meu sono – então, provavelmente me aventurarei mais no nem-tão-fantasioso reino dos serial killers no futuro.
Publicado em http://distopicamente.blogspot.com.br/
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Karen 22/11/2012

Tem muito a acrescentar!
Um livro que retrata a vida dos russos no governo de Stálin e em como era díficil ir contra uma política que se dizia perfeita, a punição para quem se atrevia era a morte. Em meio a tudo isso Liev que era agente da MGB, um alto cargo do governo, contrária essa política que via a todos como traidores, ficando no lugar dos que antes eram perceguidos por ele.
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Fabricio268 14/10/2012

Sensacional
Logo nas primeiras páginas do livro percebi que estava de frente para um incrível romance policial, com um enredo forte e de muito suspense. Estava certo. Porém, a obra é muito mais que uma história policial. O leitor sente em cada página a opressão da Rússia sob o comando de Stalin. A fome, o desamparo, a exploração, as imensas dificuldades para sobreviver em um país pós-guerra, a desconfiança das pessoas, que por medo ou patriotismo, perdem todos os escrúpulos. Todo esse fato histórico está bem evidente em todo livro.
Mas, também, principalmente, a coragem de algumas pessoas, personagens fortes, que afastam o terror e encontram forças para buscar a verdade, ou em alguns casos, se transformar em humanos melhores.
Como enfrentar o poder do Estado? Quando deixar de sentir medo e se preocupar, verdadeiramente, com o próximo?
O livro é de um suspense sensacional, e ao mesmo tempo triste e muito emocionante. Vale muito a leitura.
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Josy-chan 01/10/2012

Resenha: Criança 44
(...)
O que posso dizer? Acho que todas as pessoas do mundo deviam ler o livro.

É bem verdade que o sistema comunista da Ex-URSS e a Alemanha Nazista são tratadas de forma muito semelhantes (para não dizer iguais!), e a forma de alienar o povo também era bastante parecidas. Coibir opiniões, torturar qualquer pessoa que se manifestasse de forma contrária aos horrores praticados, obrigar as crianças a “Amar Stalin”, etc, eram apenas exemplos do que acontecia dentro do sistema.

A história é rica, perfeita e simplesmente eletrizante. Tom Rob criou (não... não só criou, ele construiu) um texto com personagens completamente humanos. Pessoas que sofriam, choravam, tinham duvidas e medos. A fome (de comida e pela sobrevivência) é bem tratada nas linhas, e até a vilania e maldade de alguns (que final foi aquele? Simplesmente espetacular saber quem foi o assassino!) era completamente justificada pela loucura de uma época em que só aqueles sem consciência podiam aguentar as pressões.
(...)
LEIA O RESTANTE EM http://fic-lovers.blogspot.com.br/2012/10/resenha-crianca-44.html
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Edna 22/09/2012

Surpreendente
Este livro foi simplesmente um empurrão como eu diria é a visão crua e nua dos sobreviventes da Russia na época das guerras diante de tanta crueldade ainda conseguem cultivar o amor pela familia e a vontade de viver.
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Laura 29/07/2012

Outro lado da Rússia revolucionária
Livro muito bom, daqueles que te acompanham madrugada a dentro. Para quem gosta de história e ao mesmo tempo de bons e invocados personagens, essa é uma boa pedida. Ritmos e franqueza fantásticos, com uma história cativante em vários sentidos.


Pamys 24/07/2012

Inteligente, instigante, envolvente.
Faz um tempo que não faço uma resenha, estou até meio enferrujada, mas está aí um livro que merece.

Por onde começar? Talvez pelo "inteligente". Com certeza já é muito difícil fazer um thriller, ainda mais fazer com que ele seja interessante do seu começo ao fim para aqueles que o leem. Esse conseguiu atingir o objetivo proposto pelo gênero. Você se surpreende no mínimo umas cinco vezes, ou até bem mais, a cada coisa que o autor vai revelando. A forma como o texto se manteve linearmente estável, sem perder seu foco, isso é de surpreender. É notável desde o princípio, que o autor sabia o que estava escrevendo e onde chegaria. Mas, acima de tudo, o que eu quero dizer com tamanho adjetivo, é que além de conseguir trabalhar tão bem sua história, ele ainda conseguiu adicionar a isso, fatos históricos muito interessantes.
Confesso que sou suspeita, amo o cenário apresentado, a Rússia de Stalin, mas mesmo aqueles que não sejam tão chegados, com certeza vão sentir que a história é quase real, de tão bem colocada em seu meio. Percebe-se a quantidade de pesquisas feitas e bem trabalhadas. Isso é ótimo, mostra o interesse profundo do autor de realmente nos colocar na história, sentirmos todas as emoções que ele foi capaz de passar.

Instigante. Esse livro te leva a fazer tantas perguntas, ir e voltar, te leva a querer cada próxima página avidamente. Gosto de livros assim, que nos fazem realmente querer prosseguir, que nos fazem pensar nele quando não estamos lendo. Isso sim é o mais gostoso de uma leitura.

Envolvente. Avalio a qualidade do que eu leio, na maioria das vezes, pelo quanto ela me envolve. E esse livro, com certeza, mereceu entrar para um de meus favoritos.

Sobre a história, para quem gosta de suspenses assim como eu, é um prato cheio. Recomendo pra qualquer um que me perguntar. Agora vou aproveitar que comprei o vira-vira, virar o livro de ponta cabeça e começar a ler o outro lado dele - O Discurso Secreto. Expectativas grandes sobre ele.
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Celia 10/07/2012

Criança 44
Suspense é meu gênero preferido, mas comprei esse livro por ter me lembrado de algo que li sobre ele ser baseado numa história real. Se é não pesquisei mais. O livro impressiona desde a primeira página. O cenário, União Soviética de Stalin, é inusitado, fazendo com que a nossa noção de distopia fique meio borrada pela realidade. A maneira fácil de narrar, a bela construção das personagens, o suspense alto o tempo todo e a história muito bem amarrada são atrativos que não permitem que se largue o livro antes de terminar.
E quando terminamos de ler fica um gosto amargo, porque é de verdade, o cenário é real, as certezas de Liev desaparecem ao longo da história e as nossas também. Livro para ler e pensar depois.
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Dan 04/07/2012

Leva o leitor a realidade da época, seu problemas e sistemas
Um livro que deveria ser lido por todos os alunos que se interessam por história e que gostariam de ter uma perspectiva diferente do sistema socialista(mesmo sendo escrito por um inglês).
Durante anos, tive contato com a questão socialista de uma maneira muito didática e pouco convidativa á exploração e ao questionamento.
A ideia de um Estado infalível e incontestável que não dava espaço para a duvida e/ou reflexão dos fatos é muito bem trabalhada neste livro de Tom Rob Smith. É verdade que o sistema capitalista também não é um dos mais igualitários, porém a ideia de um equilibrio social infelizmente não conseguiu e dificilmente conseguirá ultrapassar a barreira do individualismo.
Tais conclusões só foram desenvolvidas gráças a leitura. Nunca fui um árduo leitor, entretanto venho observando a gravidade da situação e percebendo que tenho que retomar o tempo perdido e passar a ler mais e mais.
A importancia da leitura deste livro, ou melhor, a importancia da leitura de qualquer livro está no simples fato de levar o indivíduo a viajar num mundo de suposições, fantasias, personagens, sensações que dificilmente são encontradas e incentivadas. Este exemplar é uma ótima forma de se chegar nesse nível de viagem e reflexão.
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Lincoln 04/06/2012

Incrível
Esse é daqueles livros que se começa e você não quer deixar de lado.
Podemos perceber um pouco o quanto era horrível o regime do partido comunista, fome, miséria, falta de liberdade, ausência da justiça. Fico pensando sobre o desespero dessa gente. O final é surpreendente, recomendo a leitura.
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Tayla 08/04/2012

Criança 44
Com poucos diálogos, bem detalhado e sempre deixando claro a tensão que cada ambiente e personagem contem... Essas são características marcantes de "Criança 44". A princípio, o primeiro capítulo não faz sentido com a história principal que ocorre alguns anos na frente, contando a vida do agente Liev Demidov que é casado com Raíssa e agente da MGB (polícia secreta do período socialista que caçava e aprisionava todos que fossem acusados de acreditar no capitalismo). Ele pensa que o que faz é correto, mesmo com os problemas de saúde que sua função causam.
Porém, em um certo dia de trabalho, o filho de um funcionário da MGB é morto por um trem e quando Liev vai a casa do colega para convencê-lo de que o garoto morrera por fatalidade, o pai diz que há testemunhas que viram um homem arrastando o menino. Então outros corpos começam a surgir com as mesmas características: amarrados com barbante, barriga cortada...
Liev se aprofunda no caso, tentando achar o assassino dessas crianças, não por maneiras mais nobres, diga-se de passagem, mas por motivos pessoais que é melhor descobrir durante a leitura.

Cheio de perseguições, traições, assassinatos de crianças - algumas até inocentes - torna o clima de cada capítulo tenso e cativante. Há passagens do livro que contêm certas críticas - de maneira bem elaboradas e indiretas - ao socialismo, além de narrativas de fatos históricos bem interessantes.

O grande suspense não é a identidade do assassino, que é revelada logo no meio do livro. Mas sim o porquê de Liev estar tão empenhado nesse caso, mesmo sem querer algumas vezes. O que para ser honesta, não é tão surpreendente assim se ligar A mais B, porém não tira a genialidade e certa singularidade da obra.

Recomendo para todos aqueles que gostem de suspense policial. Para os fracos, que não gostam de ler sobre estripamentos, digo logo que fique longe.

Espero que tenha instigado alguém a ler está obra fantástica
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Instagram: @leitor_eduardo 01/04/2012

Criança 44
Finalmente li meu septuagésimo livro! E até aqui li 25.523 páginas. E graças a Deus tenho conseguido escolher coisas boas para ler. Claro, me equivoquei em alguns casos, mas acertei na maioria e com Criança 44 não foi diferente. Que livro radiante. Para quem começou assim, começou bem – é o primeiro livro de um jovem autor. Incrível imaginar todos os detalhes, os processos, o modo de vida e a realidade russos. Passei a ter certa paixão pela ex-URSS após a leitura do livro. Não porque tenha sido um país de comportamento exemplar durante o período do pós 2ª guerra mundial, mas sim porque através do livro me ensinaram que ninguém conhece ninguém e que devemos confiar, mas conferir. Ansioso por ler a continuação em O DISCURSO SECRETO.
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Elo 26/03/2012

Suspense policial eletrizante em tempos de muita repressão
O assassinato de uma criança é o ponto de partida para uma corrida contra o tempo. Corrida esta que tem como protagonista exatamente aquele que menos se espera ...e mais, muito mais, surpresas ao longo do caminho. Cada capítulo é um susto e uma vontade de continuar. Excelente livro !
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Júlia 22/03/2012

Criança 44 - muito bom!
Investigação policial ambientada na Rússia comunista. Os elementos propícios para eu gostar do livro estavam lá. E, ainda bem, foram exemplarmente desenvolvidos por Tom Rob Smith.

Na Rússia de Stalin, não há crimes. Estes decorrem do perverso sistema da sociedade capitalista. Afirmar que houve um homicídio é o mesmo que questionar o Estado. Com esta premissa em mente, criou-se o ambiente opressivo da história de “Criança 44″.

O agente Liev Demidov é interpelado por seu chefe para uma tarefa que lhe parece indigna de suas funções: convencer seu subalterno, o inconsolável Fiodor, de que seu filho não foi assassinado, mas sim vítima de um acidente fatal nos trilhos do trem.

Liev acredita na ideologia stalinista e nos métodos do trabalho policial, sejam quais for, desde que sirvam “à causa socialista”. Sua crença na estrutura russa o auxilia na tarefa de convencer Fiodor a não mais insistir na tese de assassinato. Quando acontecimentos posteriores indicam a possibilidade de existir um serial killer de crianças, que fez do filho de Fiodor uma das vítimas, esta mesma confiança no sistema torna difícil a assimilação da realidade. E ainda mais árdua e perigosa a tarefa de investigar, à margem do que é oficial, o que está por trás das estranhas mortes.
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