Kamilla 30/09/2021ConclusãoResenha de releitura – 30/09/2021
C’est fini! Chegou a hora em que todos precisaram colher as consequências de suas ações e tentativas de moldar a mundo a sua vontade. Afinal, ao longo da saga, cada um dos personagens principais tentou ao menos uma vez criar o mundo que ele julgava ideal, alguns com mais força que os outros, - não é Morgana e Gwenhwyar?! - , mas no final todos terminaram como peões no tabuleiro dos deuses.
Fiquei triste pela conclusão do Kevin, mas entendi que as decisões que ele tomou sozinho e os votos que ele quebrou foram uma forma de traição e arrogância que cobrariam o seu preço.
Achei irônico que o que deveria ser o grande Pentecostes de Camelot foi no fim o que causou a sua destruição, mas como a narrativa veio do relato das mulheres apenas, não vemos muito das ações dos cavaleiros de Camelot na busca pelo Graal.
Concluindo essa saga, e numa releitura percebo que a autora caiu em uma tendência que eu vejo até hoje, tornou todos os homens da saga fracos para deixar as personagens femininas mais fortes em comparação, algumas das ações dos personagens masculinos beiram a imbecilidade - menos Acolon, Acolon nunca errou rs - gostaria de ter conseguido ver um lado mais épico dos heróis masculinos das crônicas Arturianas, mas vou ter que procurar outras sagas para isso.
Também achei o final um tanto agridoce, sabemos que na história o Cristianismo vence as chamadas religiões pagãs, mas a consolação de Morgana não serviu para mim, não acho que a Virgem Maria possa ser comparada as deusas das religiões antigas, as deusas eram uma representação mais completa e multifacetada do que é o feminino, enquanto a Madonna cristã é mais um ideal pouco atingível de feminilidade, mas isso obviamente é muito pessoal e cada um se sente de uma forma diferente a esse respeito.
Reler a saga com olhos mais maduros foi interessante, provavelmente vou reler de novo em outra ocasião, mas daqui há muitos anos. É uma história que de certa forma me provoca um sentimento de nostalgia e tristeza por um tempo que eu nunca vivi.