Patricia Yumi 19/05/2024
Escrita simples e poética, mas um pouco confusa
Uma história sensível que aborda temas importantes, como preconceito, homofobia, exclusão social e a importância da alfabetização. O livro tem uma escrita simples e bonita, mas que em muitos momentos achei meio confusa, não sabendo quem está falando o que, ou se é no passado ou presente... Apesar disso, a leitura vale muito! (Nota 3,5/5)
"É bom a gente poder ler. [...] ruim demais não saber, é quase ser cego podendo enxergar"
"E essa mania de desafundar memória velha? e uma vai puxando a outra, só atraso isso, de ficar lembrando, acaba se esquecendo do mundo, olha aí, vou me atrasar, tem jeito não, que tem lembrança que parece noda de caju, fica na gente nem que você queira"
"na poesia uma palavra diz muito mais do que diz, é a palavra que se estica então, isso sim, onde a palavra sozinha não vai, com a poesia vai, voa, que nem os passarinhos, passarinho que escuta de longe o silêncio que é tão alto, silêncio alto, abrir amanhecer, encolher rio, esticador de horizontes, só a palavra mesmo!"
"A voz que afaga, a voz que afoga."
"não tinha cabimento era forçar caber dentro da gente o que os outros pensavam que tinha dentro da gente e não tinha"
"o fim certo é que é bom, é o fim certo que empurra a gente, não fosse a certeza do fim, a gente ia viver igual todo santo dia?"
"não tenho mais tanto tempo assim, a vida vai se fiando de um dia mais frágil que o outro"
"e o rio sabe o futuro que tem? talvez, pelo menos até o horizonte, ou não, nem isso, e nem por isso ele para de correr"