DéboraMP 11/08/2022
Um quadrinho sobre o corpo feminino
Já tem muitos e muitos anos que a sociedade encontra meios de sabotar, de oprimir e subjugar o corpo feminino.
Desde pequenas somos condicionadas a nos comportarmos como meninas: sente direito, isso não é coisa de menina, use roupa de menina.
A sociedade como um todo dita o que é melhor para o corpo feminino e daí vem a ideia de corpo público.
Por exemplo, desde pequenas aprendemos em casa como uma mocinha deve se comportar. O ginecologista diz qual é o melhor método contra cólica, o melhor anticoncepcional e, em alguns casos, não apresenta alternativas, só empurra goela abaixo.
As revistas, redes sociais, programas de televisão, etc, ditam o que deve ser o corpo ideial: magro, mas nem tanto, depilação em dia, cílios, lábios, sobrancelha, cabelo, unhas, melhor exercício pra entrar em forma, o que comer, como ser uma super mulher de negócios, como cuidar dos filhos, da casa e do marido, qual roupa usar sem ser vulgar, seja sexy, mas nem tanto, dê risada, mas não alto demais, tome atitude, mas não seja atirada. E por aí vai.
E há relacionamentos onde o marido quer ter filhos, mas não leva em consideração tudo o que isso envolve, o quanto a mulher abdica. Nem sempre há divisão das responsabilidades. Em geral, quem sai perdendo em todos esses jogos são mulheres.
Decidir o que fazer com nosso corpo deveria ser algo individual, não deveríamos justificar por quê escolhemos isso ou aquilo. E escolher diferente do que é imposto também não deveria nos excluir, nos diminuir.
E quem te deu o direito de tocar meu corpo sem permissão? Não é não. E o que nos dá o direito de ver uma grávida e sair logo passando a mão na barriga dela, sem pedir licença? Grávida ou não, é o corpo dela. Mulheres tem desejos, vontades e isso é normal tanto quanto é para um homem. Não é feio, nem nojento, nem menos importante.
Existem excessões e as coisas mudaram (um pouco). Mas, se pararmos pra analisar, tem muita imposição disfarçada, muita coisa dita em entrelinhas.
Mulheres, conheçam seu corpo. Não é pecado, nem vergonha nenhuma. Decida o que você quer pra ele. Ele é seu e só seu.