spoiler visualizarSushizinha 30/05/2024
Estou com o anzol na boca, mas sem ser fisgada
Para mim, esse livro tinha tudo para ser bom, mas acabou sendo só ok. Eu gostei bastante do universo e da premissa, eles possuem muito potencial, mas a condução em si não me chamou atenção.
A leitura flui muito bem, mas não me prende. Os personagens têm potencial, mas não me cativam.
Inclusive, me incomoda como colocam o Kell como "o todo poderoso", mas não mostram isso para nós, então só fica na fala mesmo de que ele é "o poderoso", mas eu fico esperando ele ser "o poderoso" e só recebo ele se ferrando e sem tomar decisões interessantes. Apenas no final que eu senti uma postura mais instigante do personagem, mas teria sido apenas por causa da pedra ou a autora vai desenvolver isso melhor?
E a Lila apenas passava muito uma vibe "eu sou diferente das outras garotas". A autora não conseguiu me fazer crê na essencialidade dela para a narrativa desse primeiro livro, só estava lá para nos explicar como esse mundo funcionava e criar um romance muxoxo. Me parece que ela só vai ser realmente aproveitada nos próximos volumes, pois ao que parece, pelo olho de vidro e pela magia não despertada, a autora quer fazer uma revelação de que ela é uma Antari, então talvez a partir daí ela desenvolva mais a personagem.
Além disso, o romance não tem química alguma, era melhor que eles ficassem apenas como amigos quase irmãos. As mortes não tiveram emoção e a sensação de perigo durante a jornada também não foi alcançada.
O único que conseguiu me cativar mais foi o Holland, mesmo sem ter tanto tempo de aparição como os outros e possuindo aquele final que eu não engoli muito, pois posso entender a lógica, mas do modo como ela construiu o personagem não achei que foi um comportamento que combinou com ele.
Afinal, parecia que, no fim do livro, a autora estava com preguiça de resolver conflitos morais e decidiu só estabelecer um sentimento de alívio com a morte, uma resignação ou um desejo dos personagens de se libertarem, ai me fala "ah, essa londres é cruel todo mundo esmaga todo mundo pelo poder, por isso ninguém tem lealdade a ninguém", ok, mas cadê essa garra pelo poder, por ser o vitorioso, pois no final só fizeram todo mundo entregar os pontos e os únicos a continuarem com essa premissa foram os irmãos tiranos.
O final foi meio morno, para mim, mas funcional, porém não tem cara de que teria continuação, ficou faltando aquele gancho para o próximo livro. Só espero que o volume seguinte não seja muito parado e a autora consiga desenvolvê-lo melhor, até porque mesmo tendo sido "concluído" há pontos soltos durante a narrativa. E talvez o que me faça continuar a saga (tirando o fato de eu já ter comprado o box todo) é a esperança de que haja um desenvolvimento da Londres Preta, inclusive, com o Holland, já que foi o personagem que eu mais gostei e ela reiterou várias vezes que antaris são difíceis de matar.
Em resumo é isso, um potencial não aproveitado.