ihsoyk 14/05/2024
O verão nunca acaba.
"Quando minha mãe abriu este lugar, ela me disse: ?Filho, você precisa criar um lugar para chamar de seu?. Então, eu criei um lugar para chamar de nosso."
Vocês não tem noção do quanto tempo eu levei pra ler esse livro. Meu Deus. Em parte pq o meu ritmo de leitura desse ano é TOTALMENTE diferente do ritmo do ano passado e em parte pq eu esperava bem mais desse livro.
Quem me conhece sabe o quanto eu VENERO vermelho, branco e sangue azul. Aquilo é uma obra de arte que eu tenho vontade de emoldurar cada página nas paredes do meu quarto. É mais que um livro de cabeceira (que eu nem tenho físico, infelizmente), é um estilo de vida. Por isso, quando eu vi esse livro de capa consideravelmente bonita, com uma história interessantíssima, com uma sapadrão punk e escrito pela mesma pessoa que escreveu vbsa, eu só pensei "dentro".
Aí levei meses e meses e meses e meses. E finalmente terminei.
Eu esperava bem mais pq o livro poderia ser bem mais, tinha um potencial imenso pra isso. No começo, só focava em trem (tipo, ok, mas ainda assim), era cada detalhe inútil sobre a linha Q que parecia um guarda me dando instrução todo santo dia de como andar numa linha que eu nunca pegaria na vida. Foi tenso. Então teve os personagens, que de primeira eu já tava empolgadíssima e realmente achei que me apegaria a eles, mas não foi tanto o caso.
Os personagens não parecem tão bem apresentados ou vivos. Eu não sei dizer, mas eu não consegui criar uma conexão forte nem com a Jane. Tipo, eu até consigo ver o que ela é e acho incrível, mas eu não consigo sentir isso. E esse foi um dos pontos fracos.
A história é profundamente interessante e foi muito do motivo que me fez ler até o fim. Eu precisava saber como tudo aconteceu e o que iria acontecer no final e posso dizer que até fiquei bem impressionada com essas partes, me ajudou a conhecer um pouco de história também.
No geral, é uma história interessante, mas peca muito no desenvolvimento e na falta de conexão com os personagens (ainda mais quando os demais personagens somem por séculos só pq não são parte do casal, o que me deixa levemente que muito decepcionada). A escrita continua impecavelmente jovem e divertida, o que é uma delícia de ler. O livro fala sobre família, sobre pertencimento, sobre o seu lugar no mundo. Carrega algumas lições bem interessantes e é bem profundo em vários momentos, o que é legal também.
Um beijo punk pra você, Jane Su.
"E lá estava eu, punk, asiática, sapatão. Em qualquer lugar que eu fosse, alguém me amava. Mas, em qualquer lugar que eu fosse, alguém me odiava."