Januariobook 06/02/2024
Tenho a péssima mania de tentar entender as pessoas.
Personagens são humanos, e humanos são personagens. Todos seguem um roteiro, porém, a questão é: quem escreveu tal roteiro? Quem ditou qual personagem você deve ser?
Evan é um protagonista que me cativou muito. O que mais fez em sua vida foi sofrer e buscar entender as coisas. Expressa sua dor na arte e desabafa em folhas de caderno. Evan seguiu o roteiro que talvez pensou merecer, aquele que parecia ser o único.
A mãe de Evan (aquela desgraçada) seguiu o roteiro que achou ser o melhor diante da vida que teve. Ela não era má porque era má, só acreditou estar correta e fez seu papel. | O pai do Evan seguiu o roteiro ditado pela personalidade da esposa. Ele realmente só queria fazer seu melhor como pai de família. Foi o suficiente? Não, não foi.
Henry é meu personagem favorito (por mais que eu nunca saiba a pronúncia correta, Enri ou Renri?). Ele é esforçado, amoroso e tem defeitos. Ou seja, perfeito. | Geremy é um imbecil babaca, não fez nada além de ser chato, e infelizmente existem pessoas como ele... que vão estar lá, no final, para te dar apoio quando você precisar. (Foi por causa da mania dele de chamar as pessoas pelo sobrenome que eu não entendi metade das cenas.)
Personagens complexos, nada rasos. Meu tipo preferido de personagem. Cheios de camadas. Nada óbvios. Mais reais. Mais enigmáticos e, paradoxalmente, mais dignos de compreensão.
Não entendi alguns diálogos, li, reli e não entendi. Talvez por causa de algo regional do escritor, ou da tradução, ou por serem jovens conversando, o que sugere: diálogos estranhos.
O romance entre Evan e Henry não me conquistou o suficiente. Principalmente por ser o contrapeso das partes pesadas do livro (agressões e tudo mais). Não houve um balanceamento, as cenas de violência tomaram o foco, e ler violência não é meu passatempo favorito.
O final deixou a desejar, principalmente porque criei muita expectativa em uma reviravolta explosiva. Não foi dessa vez.