arilopes 04/11/2023
A balada do felizes para nunca
Garber tem um estilo de escrita simplista e com resoluções rápidas, o que para muitos pode ser considerado como algo que beira a monotonia, dado que não há profundidade nos diálogos e, por conseguinte, na história. Entretanto, percebi que o que mais estava buscando, ser ter essa consciência no momento, era algo assim. Rápido, simples, sem custo. Que as respostas fossem obtidas sem muito esforço.
E parte disso se deve a minha curiosidade de saber o que continha no Arco da Valorosa e o que levaria Evangeline Raposa a dar uma gota de sangue, oferecida de livre e espontânea vontade, para destrancar o Arco. Contudo, os rápidos acontecimentos do livro gera uma bola de informações para serem processadas e assimiladas. E alguns desses pontos não há explicações ao longo da narrativa, como, por exemplo ? spoiler ?, o despertar do estado de sono suspenso de Apollo e o aparecimento súbito da pedra do contentamento na Grota. Logo, é fácil o leitor se sentir perdido na narrativa por esses pormenores.
Além disso, acabei de formular uma opinião forte sobre romance slow burn: o odeio profundamente. Se com Bryce e Hunt, de Cidade da Lua Crescente, me senti a um passo de um colapso, com Evangeline e Jacks estou prestes a perder as esperanças. E com eles, não sei distinguir quando o enemies to lovers começa e termina, mas há amor, de um jeito protetor, agonizante, desleal, solitário, amaldiçoado e temeroso. E é nesse ponto que me perco, é possível amar assim?
Ademais, preciso de um adendo. O Apollo do final me pareceu muito suspeito e com medidas que não tenho certeza absoluta que foram tomadas por si mesmo. E, em seguida, insanamente, me recordei da personalidade do Grão-Senhor da Corte Primaveril, Tamlin. Sem mais para o momento.
Em síntese, A balada do felizes para nunca deve bons plot twists, o que mantém o leitor assíduo para querer mais do universo de Garber. A curse for true love, o terceiro volume da trilogia, em breve estará entre nós e estou curiosíssimo para saber como será o desfecho da balada de Evangeline Raposa e o Príncipe de Copas e o tumulto no Magnífico Norte sobre.. . já estou fazendo fofoca, Knightlinger! Ou será a maldição das histórias do Norte que não me permite continuar?
"Antes, Evangeline achava que o amor era como uma casa. Uma vez construída, daria para viver nela para sempre. Mas, agora, achava que o amor era mais parecido com uma guerra, em que novos inimigos aparecem constantemente, e batalhas estão sempre à espreita. Vencer no amor tinha menos a ver com triunfar em uma batalha e mais a ver com continuar lutando; decidir que a pessoa que a gente ama é a pessoa pela qual estamos dispostos a morrer, inúmeras vezes."
"E se deu conta da intimidade que as palavras podem conter, do fato de poderem ser ditas uma única vez, para uma única pessoa, e jamais serem ouvidas novamente."