As margens e o ditado

As margens e o ditado Elena Ferrante




Resenhas - As margens e o ditado


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Maria 26/01/2024

Amo autores falando sobre escrita. a Elena Ferrante falando do papel do outro na escrita, falando da escrita, foi divino. fez intersecções, acho que não intencionais, com estudos da fenomenologia que ando fazendo. me deu vontade de ler mais livros dela
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Pachec.o 19/01/2024

Não há verdadeira realidade ou falsidade na escrita.
Não sou boa em escrever. Não sou boa em fazer resenhas e as vezes nem sou boa em compreender as coisas que leio mas posso dizer uma coisa: Elena Ferrante sempre me desperta a vontade de cair mais.
Na sua escrita. Na literatura. Na lingua. No idioma.
No que é ser mulher e se expressar como mulher e o que é ser, de qualquer forma.
As coisas não ditas estão sempre dizendo, e as coisas ditas dizem muito mais do que aparentam. A razão entre os espaços entre as palavras ? ditas e não ditas ? finalmente se revelou nesse livro. Isso, claro, não significa que eu enxergue todo o vazio entre elas, ou mesmo que algum dia chegue a entender. E talvez por isso eu goste tanto de Elena Ferrante.

Outra coisa: Esse livro me fez enxergar Lenu e Lila como a própria personificação da escrita da Autora.
Lenu, a escrita organizada e disciplinada. Lila, a escrita impulsiva. Que foge da margem, que ignora o alfabeto, que quer degradar tudo e todos. De certa forma, dando sentido a Lenu (a escrita organizada).
O que, na minha opinião, torna a Amiga Genial ainda mais Genial.
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leiturasdabiaprado 16/01/2024

Eu amo a escrita da Elena Ferrante, mas descobri que sou apenas uma leitora que gosta do produto final e que não se interessa pelo seu processo criativo e a sua formação enquanto escritora!
Achei o livro arrastado, técnico demais, colcha de retalhos de outros autores!
Também me incomodou muito o início da Ferrante e sua então visão machista da escrita, a demora pela aceitação da escrita feminina!
Não é um livro de ficção é o resumo de uma trajetória, do amadurecer de uma escritora!
Tem pontos interessantes, como é o caso da análise de suas principais personagens, mas no mais é técnico, cansativo e direcionado a uma pequena parcela de leitores, basicamente àqueles que aspiram se tornar escritores!
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apaolacunha 16/01/2024

Para todas as mulheres que desejam escrever
"Hoje acho que, se a literatura escrita por mulheres quiser ter sua própria escrita de verdade, o trabalho de todas é necessário. É preciso abrir mão, por um longo intervalo de tempo, da distinção entre quem só faz livros medianos e quem fabrica universos verbais imprescindíveis".
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Samiradejesus 10/01/2024

Não me empolgou muito, mas ok, pistas da Ferrante.
Alguns insights interessantes, mas nada de espetacular que tenha me prendido por muito tempo na leitura ou a considere imperdível. As suas obras de ficção considero incríveis.

Tive a sensação que ela se parece com a Lenu de A amiga genial, em relação aos medos e sentimentos de insuficiência em relação à escrita.
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trizsembea 08/01/2024

Escolhi essa leitura pensando no meu TCC, que é sobre literatura e as experiências de leitor. Nunca li Ferrante, mas agora sinto que conheço um pouquinho mais dela, e de formas diferentes do que eu imagino que ela seja enquanto autora. Aqui vemos a Elena leitora, gente como a gente, e todos os processos de ideia, pensamento, e construção subjetiva que englobam isso. Algo fica claro em cada capítulo: só é bom escritor quem é também um bom leitor, e são as referências e o repertório que fazem um autor. Me senti em uma conversa de amigas, em um restaurante, depois de tomar umas taças de vinho.
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Anonima_Sorry 02/01/2024

Linha vermelha
Eu estava tão ansiosa por esse livro, e foi tão incrível que parecia que ela estava falando comigo, como se eu pudesse escutar sua voz através da escrita. Ninguém conhece sua verdadeira identidade, mas alguns especulam que Elena Ferrante pode ser na verdade um homem e eu discordo completamente. Não dá pra escrever esses livros totalmente pautados em elementos feministas, tão enraizado na vivência de mulheres e sendo capaz de transmitir isso com tanta verdade sem ter sentido na pele, sem ser uma de nós.
Amei conhecer um pouco da trajetória dela e de como ela avalia algumas leituras, foi inspirador.
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cauã 21/12/2023

Escrever.
Esse livro é incrível, só que sinto que não foi o momento certo para ler ele. na verdade nem sei se vai ter um momento certo, mas vai que eu decida algum dia escrever uma obra. aqui a elena ferrante fala sobre a escrita, sobre os passos de escrever, e também sobre a leitura que está presente na escrita. ela evidencia muito bem que sem leitura não há escrita. eu achei magnífico a forma como ela tratou a falta de representatividade feminina - antigamente - na escrita, em que a própria diz que quando escrevia queria virar um homem pois, devido a essa falta de representatividade, ela não sentia que conseguiria escrever uma grande obra sendo mulher. essa é uma leitura que deveria ser obrigatória a todo escritor iniciante.
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Flávia Menezes 21/12/2023

E DE UMA COSTELA... NASCE UMA ESCRITORA.
?As Margens e o Ditado? é um livro de ensaios que foi publicado em 9 de dezembro de 2022 de uma das autoras mais misteriosas e prestigiadas da atualidade, a italiana que é conhecida pelo seu pseudônimo de Elena Ferrante.

Para mim, Elena não é apenas uma escritora e romancista talentosa, mas também é dona de uma habilidade extraordinária para manter sua identidade real bem longe dos holofotes. O que só a coloca no rol dos célebres da literatura mundial que preferiram a reclusão (seja durante o processo criativo ou após este), como foi o caso de Marcel Proust que passou as três últimas décadas da sua vida confinado em um quarto para concluir a sua obra monumental ?Em busca do tempo perdido?.

Mas esse tipo de ostracismo dos grandes escritores chega até a ser parte da mitologia da literatura, porém, o mais brilhante aqui, é que Elena vai muito adiante nessa questão do isolamento, pois de fato sequer se sabe quem ela é (e se de fato ela é ela mesmo!), o que apenas aumenta o interesse dos leitores por suas obras.

O que Elena quis trazer através desses ensaios, e que é muito diferente de uma aula sobre Escrita Criativa, é a própria subjetividade da sua escrita.

Logo no início, Elena nos faz compreender algo muito singular de sua personalidade que é o gosto pelos limites e a organização, colocando-o em seguida em contraste com o seu desejo pela desordem quando infringe todas as normas e expectativas ao deixar que suas histórias sigam rumos tão diversos, que não tenham a mínima obrigação de seguir nenhum tipo de coerência ou coesão textuais.

?As margens e o ditado? uni três conferências realizadas em 2020 e que fizeram parte do Eco Lectures, um projeto do Centro Internazionale di Studi Umanistici Umberto Eco, que foi idealizado pelo próprio Eco no início deste século, na Universidade de Bolonha.

Por ordem de apresentação no livro temos:

1) ?A caneta e a pena?: neste capítulo somos conduzidos pela história de vida da autora, que descreve de forma poética e sentimental sobre o seu processo de alfabetização onde, entre os limites geográficos das linhas e páginas e a conquista da liberdade através do processo criativo, tem-se um processo de cisão que dará forma a duas Elenas: a Ferrante (persona) e a Greco (personagem). Aqui Elena conceitua o que é a margem (imagem gráfica) do ditado (códigos gráficos), dando um mergulho em águas mais profundas no que compõe uma palavra (ou a letra) para falar sobre a construção de uma escritora, indo ao cerne da prática literária desenvolvida por mulheres, daquela que é exercida por homens, ao longo da história.

2) ?Água Marinha?: neste capítulo, Elena fala com muita maestria sobre a concretude versus conceito, descrevendo com sensibilidade seu processo de descoberta sobre o uso das descrições, onde ela foi percebendo (conforme se dava a maturidade da idade e como escritora) que, quanto mais ela buscava uma descrição minuciosa de algo, mais se distanciava dele, percebendo assim as armadilhas da descrição, que ao mesmo tempo que pode confere ao leitor a exatidão de algo, ao mesmo tempo, se distancia das emoções que envolvem esse algo a ponto de lhe conceder tanta importância que passou a ser parte fundamental em uma narrativa.

3) ?Histórias, eu?: este é um capítulo em que Elena nos fala sobre a formação da identidade da escritora mulher. É belo quando ela fala sobre as influências de outras escritoras mulheres que moldaram sua própria escrita, mostrando o poder que esse feminino tem de evidenciar a essência da escritora.

4) ?A Costela de Dante?: através das figuras cristãs de Eva que foi criada a partir da costela de Adão, mas também referenciando à obra de Dante, Elena vai refletindo sobre as diversas leituras que fez sobre a obra do autor em diferentes fases da vida, tecendo uma análise sobre a metalinguagem e as figuras de linguagem que encerra este livro nos revelando um quadro final sobre a experiência da escrita que vai desde a parte concreta do ato de pegar a caneta e começar a escrever em um papel, até a sua mais complexa construção de sentidos.

Muito embora este não seja um livro que ensine o leitor sobre a arte de escrever, eu penso que todos aqueles que possuem esse belo dom nas veias poderá se beneficiar ainda mais, porque aqui, ao nos colocar diante do desenvolvimento da Elena escritora até atingir a sua maturidade na escrita, vamos refletindo sobre o nosso próprio mundo, singular e individual, para compreender do que a nossa própria escrita se compõe, até conseguirmos dar forma a nossa identidade de escritores, que ora se funde e ora se fragmenta da nossa identidade de persona.
Karen.V 21/12/2023minha estante
E pode ter certeza que você está entre essas pessoas que possuem o dom da escrita ? Uma resenha mais perfeita do que a outra ??????????


Flávia Menezes 21/12/2023minha estante
Aaaaaah Karenzinha!!! Você me deixou sem palavras agora! De verdade! ? Você é incrível! Obrigada mesmo, de coração, pelas suas palavras! ??




mari 05/12/2023

As margens e o ditado
3,5 ??

Mesmo indicando quantas estrelas dei a esse livro sinto que não da para avalia-lo.
Diria que se você tem interesse naquilo que constitui a complexidade de histórias, imagens e personagens construídas por Elena Ferrante esse livro é muito interessante. É marcado por suas inspirações literárias, trilhas de pensamento, invocações, críticas e visão de mundo.

É também muito marcante como esse acumulado de ideias é transferido quase integralmente na tetralogia. Acredito que Lenu e Lila foram o ápice dessa conjuntura intensa de frases, copilados e inspirações. Eu amei ver um pouco como funciona a mente de Elena!!
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Julia 19/11/2023

O livro fala sobre os processos de escrita da autora. Achei uma leitura um pouco difícil, demorando muito para finalizar...
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joaoderstand 04/10/2023

"Vocês ouviram? Minha, minha, minha. Como repetimos este pronome possessivo. Na verdade, um primeiro grande passo à frente, na escrita, é descobrir exatamente o contrário: o que consideramos de maneira triunfal nosso é dos outros. Os intercâmbios com o mundo, sim, em todos os momentos são absolutamente nossos. As palavras - a forma escrita na qual as encerramos, prestando atenção nas margens vermelhas dos nossos cadernos -, não. Precisamos aceitar o fato de que nenhuma palavra é realmente nossa. Precisamos abrir mão da ideia de que escrever é libertar de forma milagrosa uma voz própria, uma tonalidade própria: para mim, esse é um jeito displicente de falar da escrita. Pelo contrário , escrever é, cada vez, entrar em um cemitério infinito no qual cada tumba espera para ser profanada. Escrever é acomodar-se em tudo o que já foi escrito (...) e, dentro do limite da própria vertiginosa e abarrotada individualidade, tornar-se, por sua vez, escrita. Escrever é apoderar-se de tudo o que já foi escrito e aprender aos pucos a gastar aquela enorme fortuna. Não devemos nos deixar lisonjear por quem diz: ela tem um tom próprio. Na escrita, tudo tem uma longa história atrás de si. Até a minha insurreição, a minha desmarginação, a minha ânsia, faz parte de um ímpeto que me precede e vai além de mim. Por isso, quando falo do meu eu que escreve, eu deveria logo acrescentar que estou falando do meu eu que leu, mesmo quando se tratou de uma leitura distraída, a mais furtiva das leituras. E devo destacar que cada livro lido levava dentro de si uma multidão de outras escritas que, de maneira consciente ou inadvertida, capturei. Enfim, escrever sobre as próprias alegrias e feridas e noção do mundo significa escrever de todas as formas, sempre, sabendo que você é o produto, bom ou ruim, de encontros-confrontos, buscados e ocasionais, com as coisas dos outros. O erro mais grave do eu que escreve, a mais grave ingenuidade, é a Robinsonada, ou seja, imaginar-se im Robinson que se contenta com a vida na ilha deserta fingindo que os cacarecos trazidos do navio não contribuíram para o seu êxito; ou um Homero que não confessa a si mesmo que está trabalhando com materiais de elaboração e transmissão oral. Nós não fazemos, mas refazemos 'vida vida'. E assim que nos damos conta disso, se não somos covardes, tentamos desesperadamente contar a verdadeira 'vida vida'"
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Geórgia 23/08/2023

Elena ferrante é minha amiga genial
Que incrível acompanhar um pouco do que inspira e de como pensa uma autora tão interessante. As margens e o ditado é feito de quatro ensaios sobre o desejo de escrever e a ansiedade de iniciar o ato, com premissas variadas e interessantes. Foca principalmente na escrita feminina, no desafio de escrever quando (ainda) as maiores inspirações são vozes masculinas. Me lembrou um pouco ?um teto todo seu? de Virgínia Wolf, assim como ele: acho que toda mulher que gosta de ler deveria conhecer.

Um dos ensaios fala sobre o que a inspirou para criar as protagonistas dos seus principais romances , muito válido para quem já leu a tetralogia napolitana e as outras obras de ferrante.
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Daniel 19/08/2023

Me recordou Clarice
Os ensaios que formam o livro apresentam os medos, a bagagem e as impossibilidades que já existem antes de se escrever sequer a primeira letra de um livro. Elena se mostra uma escritora sensível ao seu eu autora, comprometida com a verdade dos sentimentos que precisa passar ao leitor.
No fim, o livro me ajudou a compreender melhor Clarice Lispector e seu rico contorcionismo literário, tentando dar voz aos sentimentos que por palavra nenhuma podem ser plenamente expressos. Elena me evocou Clarice ao dizer: "Hoje acho que, se a literatura escrita por mulheres quiser ter sua própria escrita da verdade, o trabalho de todas é necessário. É preciso abrir mão, por um longo intervalo de tempo, da distinção entre quem só faz livros medianos e quem fabrica universos verbais imprescindíveis. Contra a língua ruim que, historicamente, não prevê acolher nossa verdade, devemos confundir, fundir nossos talentos, nenhuma linha deve se perder ao vento."
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Lorena 06/08/2023

A voz de Elena em palavras
A figura de Elena Ferrante é, sem dúvidas, misteriosa. Através dos ensaios aqui reunidos, podemos ter acesso ao seu processo criativo, suas impressões de leitura, sua experiência enquanto escritora, entre outros pensamentos sobre a própria voz na literatura.

Um bom ponto de partida para refletir sobre escrita e literatura e uma ótima maneira de acompanhar suas obras, pois aqui Elena revela muito da criação delas.
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