As margens e o ditado

As margens e o ditado Elena Ferrante




Resenhas - As margens e o ditado


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Leila de Carvalho e Gonçalves 29/01/2023

Você É Fã De Elena Ferrante?
As Margens E O Ditado poderia ser dividido em duas partes. A primeira consistiria de ?três conferências que Elena Ferrante escreveu para serem apresentadas na Universidade de Bolonha, em 2020, sobre assuntos relacionados à sua atividade como escritora, à sua poética, à sua técnica narrativa ou qualquer outro tema de seu agrado, e que são de interesse de um grande público não especializado.? Entretanto,a pandemia suspendeu a realização do evento e um ano depois, em novembro de 2021, a atriz Manuela Mandracchia, nas vestes de Elena Ferrante, exibiu as três no Teatro Arena del Sole de Bolonha.

Já a segunda parte, exibiria outro texto da escritora. Trata-se de A Costela de Dante, escrito a convite da ADI, Associazione Degli Italianist, e que foi lido em 29 abril de 2021 pela estudiosa e crítica Ticiana de Rogatis na conclusão de uma conferência da associação sobre Dante E Altri Classici.

Sobre as conferências, a primeira é A Caneta E A Pena que aborda a ânsia de escrever e duas modalidades de escrita que Ferrante acredita conhecer melhor: a aquiescente e a impetuosa.

A segunda, intitulada Água-Marinha, pauta uma regra que a escritora se impôs entre entre os dezesseis e os dezessete anos: ?Quem escreve tem o dever de colocar em palavras os empurrões que dá e que recebe dos outros?. Inclusive, a escritora reforçou tal formulação com uma citação: ?Diga a coisa como ela é?, proveniente do livro Jacques, O Fatalista, E Seu Amo, de Denis Diderot.

Já, a terceira conferência ? Histórias, Eu ? aborda o tema da escrita que, estimulada por outra escrita, pode encontrar a sua verdade. Nela, é apresentada a conclusão da proposta das palestras e Ferrante discute com maior profundidade sua obra, em especial, A Tetralogia Napolitana.

Finalmente, o último texto, A Costela De Adão, é uma homenagem da escritora ao Florentino Dante Alighieri (1265 d.C. - 1321 d.C.), considerado o primeiro e o maior poeta de língua italiana e apontado pela escritora como a maior expressão do cânone literário ocidental. Por sinal, o trecho abaixo, extraído do texto em questão, sintetiza sua opinião:

?A Divina comédia, dessa maneira, me pareceu uma armadilha extraordinária, minuciosamente preparada por muito tempo. Ainda hoje acredito que nenhum autor, nos últimos setecentos anos, conseguiu transformar a análise viva e esmerada do próprio tempo, e a memória ainda mais esmerada dos escritos do passado, em uma jaula tão repleta da vida de todos e, ao mesmo tempo, tão singularmente pensada, tão apaixonadamente pessoal, tão minuciosamente local-universal. Alguém de índole generosa citou Proust e tentei me convencer. No entanto, não consegui.?

Divirta-se!
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Matheus656 29/01/2023

nesta obra de não ficção, elena ferrante usa toda a sua linguagem cheia de força e potência para falar sobre o ?fazer literário?, a literatura escrita por mulheres e suas repercussões, temas que desde que iniciei o mestrado em teoria da literatura me chamam bastante a atenção.

mas vamos à obra.

não há nada que ferrante não possa escrever. a autora concebe as suas histórias de um modo que vai além do realismo que eu estou habituado a ler. a essência de cada um de seus livros, a maneira como ela faz o leitor se conectar com as emoções de seus personagens e, mais do que tudo, a maneira como ela cria. como autora, eu acredito que ferrante revela o que todos os escritores devem ou deveriam sentir e vivenciar.

durante a leitura, questionei também demasiadamente a dificuldade masculina de se deslocar ao lugar do outro, do feminino e de verdadeiramente compreender e acolher a essência da mulher. interrogações que venho considerando enquanto realizo as minhas leituras desde que li a autora pela primeira vez em ?a amiga genial?, primeiro volume da tetralogia napolitana. ferrante causa essas coisas na gente.

enfim, era para ser um livro sobre escrita e, para mim, acabou sendo sobre a vida. uma dessas leituras que a gente descobre que sempre foi urgente (e indispensável) ler.

?as margens e o ditado? é uma jóia. profundo, informativo, brilhante, e inconfundivelmente ?ferrante?. cada vez que revisito os (muitos) trechos marcados, acho-o mais novo, mais essencial e cada vez mais cheio de sentido e de propósito.

um livro sobre relacionamentos e encontros na literatura, sejam eles dentro ou fora das ?margens?.
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Nayara 27/01/2023

Mais um Ferrante para a minha conta! Neste livro a autora fala algumas peculiaridades sobre seu processo de escrita. Em breve solto a resenha no blog!
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Jesielly 27/01/2023

Dentro da genialidade da Elena Ferrante
Neste livro, a Elena divide com os seus leitores mais sobre sua escrita, processo de se tornar escritora e suas referências.
Vale muito a leitura!
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Yasmin O. 23/01/2023

Encantada com esse livrinho potente, que é um deleite para os leitores apaixonados de Elena Ferrante. Tem muita coisa para pensar sobre ele, muitas referências literárias (quero ler A autobiografia de Alice B. Toklas da Gertrude Stein tipo agora) mas o que mais me emocionou foi a relação que a autora traçou entre a dinâmica de Lenu e Lila e o seu próprio caminho literário, o ordenado e o convulso, as margens e a desmarginalização, se completando e se fundindo, uma escrita que estimula o início de outra escrita, "habitar as formas e depois deformar tudo". Amor renovado.
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Karol 22/01/2023

Ensaios
Elena Ferrante desnuda suas influências e seu processo criativo nestes quatro ensaios escritos para uma série de palestras na Universidade de Bolonha. Por óbvio, ela não compareceu, mas enviou os textos, que foram encenados por uma atriz e que, transformados em livro, trazem um pouco da alma da autora que tem encantado o mundo com suas histórias e com a força de suas personagens femininas.
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Lua 18/01/2023

Educada a estar entre margens
Ler Elena Ferrante é, para mim, uma espécie de terapia. Como se eu estivesse ouvindo a alguém muito querido me dando conselhos sábios a serem levados para a vida toda.
Neste livro, a autora convida o seu leitor a entender de onde veio sua veia ?escrevinhadora? trazendo referências literárias e do próprio campo pessoal de sua realidade.
Assim, é possível compreender que a força da sua escrita está pautada em bases fundamentais de estrutura literária, mas o que realmente move sua narrativa é a subversão dos caminhos, o tumulto, o realismo da vida em choque constante com a rotina. Especialmente no que envolve o feminino.
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Natália 16/01/2023

Que delícia saber mais de Ferrante pela própria Ferrante. Desde o Frantumaglia venho coletando dicas de leitura e, neste, ela fala também mais sobre o processo de escrita. Gostei muito, como sempre
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Carol 15/01/2023

Impressões da Carol
Livro: As margens e o ditado {2021}
Autora: Elena Ferrante {Itália}
Tradução: Marcello Lino
Editora: Intrínseca
128p.

Na prefácio que escreve à edição da Cia das Letras de "Léxico Familiar", de Natalia Ginzburg, Alejandro Zambra afirma "que há livros que provocam em seus leitores o desejo de escrever". É este o caso de "As margens e o ditado", de Elena Ferrante.

São quatro ensaios breves acerca do processo de escrita de um livro, das referências da autor, de suas inspirações, de suas reflexões, de seu cuidado com a própria obra. Na forma de um bate-papo casual.

Em "A caneta e a pena", ela observa Cecília aprendendo a escrever, para refletir sobre uma escrita aquiescente - ordenada, que aprendemos na escola e, geralmente, "masculina" - e uma impetuosa, desmarginalizada, convulsa. É o meu ensaio favorito.

"se eu queria ter a impressão de escrever bem, devia escrever como um homem, mantendo-me firmemente dentro da tradição masculina; mas sendo mulher, eu só podia escrever como mulher se violasse o que estava procurando diligentemente aprender da tradição masculina." p. 26

Nos ensaios "Água-marinha" e "Histórias, Eu", Ferrante nos dá um vislumbre de seu processo criativo. Como criar suas primeiras narradoras e enxergar-se nelas, permitiu-lhe imaginar: "a eu que escreve não como uma mulher que, entre suas muitas outras atividades, faz literatura, mas como exclusivo fazer literário, uma autora que, gerando a escrita de Delia, Olga, Leda, gera a si mesma." p. 56

Como lendo um livro de Adriana Cavarero, reparou na expressão 'a outra necessária' - este impulso das mulheres para se narrarem e sobre o desejo delas de serem narradas. E a partir da leitura de "A autobiografia de Alice B. Toklas", de Gertrude Stein, a amizade entre Lenu e Lila tornou-se mais corpórea, era a "Tetralogia Napolitana" formando-se em sua mente.

Por fim, Ferrante nos brinda com uma análise refrescante de A Divina Comédia, na figura de Beatriz, em "A costela de Dante". Como diz minha amiga genial @tatianne.dantas, os clássicos nos interessam à medida que possam ser profanados.

Leiam Elena Ferrante. Gênia.
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Rebeca.Waltenberg 14/01/2023

Para quem já conhece a obra de Ferrante
Sempre emocionante ler sobre as intenções que originaram personagens tão queridas, como Lenù e Lila. Interessante conhecer um pouco sobre as referências literárias de Ferrante e o momento histórico que a formou. A autora aborda também o desafio de ir contra "a língua ruim", que historicamente não acolheu a verdade feminina, reconhecendo o desafio de todas nós, mulheres, de escrevermos, não desperdiçamos nossas "linhas ao vento". Um capítulo do livro é dedicado ao seu amor por Dante e pela sua Divina Comédia. Recomendo o livro para quem já leu outros livros da autora.
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Carol2488 13/01/2023

Ler e escrever com prazer
É engraçado que o subtítulo deste livro seja "Sobre os prazeres de ler e escrever" porque nos quatro ensaios que o compõe, a Elena Ferrante aborda o quanto foi/é difícil o processo de escrita. Para quem leu os romances dela, é um livro muito esclarecedor, pois se debruça sobre a concepção deles, sobre decisões, erros e acertos. Para quem gosta de ouvir escritores falando sobre processo criativo, é um prato cheio.
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Tamires 12/01/2023

As margens e o ditado, de Elena Ferrante
Lançamento de janeiro deste ano pela Intrínseca, As margens e o ditado, de Elena Ferrante, já era esperado com grandes expectativas pelos leitores brasileiros, visto que o livro de ensaios já vinha sendo publicado em outros países desde 2021. Se você perguntar para qualquer #ferranter, com certeza grande parte vai afirmar ter reservado o livro na pré-venda, tamanha a vontade de ler algo novo da escritora italiana.

Talvez esse seja o problema das grandes expectativas: com a régua muito alta, a gente pode se frustrar.

Calma, não vou dizer que o livro é ruim, de jeito nenhum! Mas ele não é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o como eu pensei que seria. Não é incrivelmente profundo e revelador como Frantumaglia, por exemplo. É um bom livro de ensaios-da-Elena-Ferrante. E só.

“Escrever é apoderar-se de tudo o que já foi escrito e aprender aos poucos a gastar aquela enorme fortuna”. Ensaio Histórias, eu.

Meu ensaio favorito é A caneta e a pena, justamente sobre as margens da escrita: começando com as das folhas dos cadernos escolares, seguida das margens do pensamento. Me veio à memória o conceito de desmarginação, tão explorado não só tetralogia (explicitamente), mas escrita de Ferrante em geral.

Em Água-marinha, o ensaio mais interessante, Ferrante nos mostra como usou o lema diga a coisa nos limites do possível em seus romances mais curtos Um amor incômodo, Dias de abandono e A filha perdida e como o entrelaçamento de histórias e o uso da primeira pessoa como estrutura sempre autobiográfica foi o caminho que ela trilhou na escrita de A amiga genial. O próprio genial do título do primeiro volume de sua tetralogia talvez tenha vindo por influência da Autobiografia de Alice Toklas de Gertrude Stein. Nós sempre saímos de uma leitura de Elena Ferrante com mais sugestões de leitura, isso é (um ótimo) fato!

Além desses dois ensaios, também integram o volume Histórias, eu e A costela de Dante. As margens e o ditado é um livro de leitura rápida, para fazer calmamente em uns dois dias. Se você estiver de folga ou de férias e puder ficar por conta, até menos que isso. Apesar das expectativas levemente frustradas, é sempre muito interessante toda oportunidade de ler Ferrante “fora da ficção” (as aspas se devem por um pseudônimo ser, de todo modo, uma forma de ficção). Como Frantumaglia (ou uma extensão desse livro), é uma leitura que agradará principalmente aos leitores da autora italiana, os (carinhosamente nomeados) #ferranters do início da resenha. Li no e-book, liberado na Amazon antes da data da pré-venda; foi a minha primeira leitura (de livro inédito) de 2023. Antes dele, reli A vida mentirosa dos adultos. Posso dizer que comecei o ano literariamente muito bem.

site: https://www.literaturablog.com/resenha-as-margens-e-o-ditado-de-elena-ferrante/
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Anderson 12/01/2023

Coletânea de ensaios de Elena Ferrante em que a autora discorre sobre questões de seu processo enquanto escritora. Para quem já leu Frantumaglia, fica parecendo mais um complemento. Acredito que este livro tenha sido publicado na esteira do nome consolidado de Ferrante, sendo mais um produto comercial, apesar de seu inegável valor ensaístico.
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Gab 12/01/2023

Sobre os prazeres de ler e escrever
eu gostei bastante, me surpreendi, ela escreve mto bem, até agr só li "a filha perdida", são livros bem diferentes dos q ela publica, é sobre ela basicamente, sobre sua escrita, suas influências, muitas citações incríveis, e é um livro pra entrar na mente de Elena Ferrante, marquei algumas citações, algumas frases, achei bem interessante e bem legal
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Rahrt 10/01/2023

Deve ser muito bom viver na cabeça da Elena Ferrante
O livro trás quatro ensaios incríveis que te fazem abstrair de tudo por duas horinhas. É quase como se você puxasse ali uma cadeirinha, sentasse pra tomar um café e ficasse ouvindo Elena Ferrante falar sobre seu processo de escrita - e tudo o que vem com isso.
Leitura muito agradável e fluída. Essa mulher é genial.
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