Ellen628 23/01/2024
Ninguém vai tocar em você, nenhum maldito
homem vai colocar as patas sujas no que é meu?
avisou, a voz rouca e baixa carregada em ameaça e raiva.
A abordagem literária da autora tem seus méritos, no entanto, as cenas do livro perderiam sua força se tivessem uma coerência mais consistente. Raika é apresentada como uma policial íntegra e astuta, mas suas decisões questionáveis, especialmente ao se aproximar do assassino de seus amigos, carecem de uma transição convincente entre a defensora da lei e uma possível cúmplice criminosa. A narrativa deixa a desejar ao explorar superficialmente o dilema moral da personagem.
Killian, o mafioso com princípios morais contraditórios, acaba sendo um personagem peculiar, mas a escrita não consegue explorar suas complexidades de maneira eficaz. Suas atitudes, como a aversão ao estupro enquanto lidera o tráfico, não são integradas de forma coesa na trama, resultando em uma narrativa que parece mal construída.
O romance entre os protagonistas carece de fundamento sólido, sendo moldado por impulsos inexplicáveis e desprovido de um desenvolvimento autêntico. O desfecho da história é criticado pela falta de impacto e pela sensação de superficialidade, sem proporcionar uma conclusão satisfatória.
Em última análise, a trama se revela rasa, impulsionada apenas pela curiosidade de explorar a dinâmica entre um criminoso e uma policial, mas falha em alcançar a profundidade e a qualidade narrativa desejadas, diferindo consideravelmente de obras como "Purple Hyacinth".