Maisa @porqueleio 09/04/2023Resenha / Como Se Fôssemos Vilões /@porqueleioOliver cumpriu pena de dez anos de reclusão por um crime e, no dia em que entra em liberdade condicional, recebe a visita do detetive Colburn, responsável pela investigação que levou à sua prisão. Colburn vai se aposentar, e procura Oliver porque quer saber o que de fato aconteceu. Com a promessa de que sua confissão não terá impacto processual, Oliver decide contar todos os eventos que levaram ao dia do crime.
Oliver e mais seis colegas são alunos do Conservatório Clássico Dellecher, uma escola de Belas Artes cujos alunos de teatro estudam por quatro anos as obras de Shakespeare – e apenas dele. Eles estão no quarto e último ano, e vamos acompanhando o desenrolar do semestre, com as peças históricas e as tragédias do bardo sendo encenadas. Até que um crime acontece. O desafio agora é convencer a polícia, e o restante da escola, de que o grupo de amigos é inocente.
Que sabor... sabe aquele mistério que vai pegando a gente aos poucos, e de repente fica impossível parar de ler? Os personagens são tão imperfeitos quanto os criados por Shakespeare, e a distinção entre certo e errado, amor e ódio, vilão e mocinho vai ficando nebuloso, indefinido. A autora faz uma sobreposição entre as peças encenadas com o desenvolvimento dos personagens que, de tanto respirar o Bardo, acabam incorporando alguns dos momentos trágicos das mesmas.
E quando descobrimos o crime... confesso que me senti mal. Ao mesmo tempo, faz total sentido, afinal, é como se fôssemos vilões, não é? O final foi primoroso, porque me fez torcer por um casal – como queria esses dois juntos... quem sabe o que pode acontecer depois do fim!
Fica a recomendação de um suspense que vem aos poucos, que traz muitas encenações – o que pode causar certa estranheza para quem não vivencia teatro de alguma forma, mas que se torna uma parte intrínseca do que acontece por trás das cortinas.
site:
https://www.instagram.com/p/Cq1QR3QL3S3/