É a Ales

É a Ales Jon Fosse




Resenhas - É a Ales


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Maria1691 10/04/2024

Um livro que me levou pro mar
Um livro super curtinho. Mas muito intenso. Diferente de tudo que já li. Minha primeira impressão foi de uma poesia com os versos colados. Um parágrafo gigante. Diálogos e acontecimentos se repetem em uma linha do tempo não linear. É como se o autor pegasse as memórias de três gerações de uma família e jogasse em um liquidificador e deixasse tudo ali girando. Terminei a leitura tonta, como se também estivesse lá dentro do liquidificador. Ou, colocando na temática do livro, e na provável intensão do autor, num barco no meio de uma tormenta. Uma escrita em fluxo de consciência que me deixou reflexiva por dias. Ler esse livro foi uma experiência que jamais vou esquecer.
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pedrobmendes 07/04/2024

Ainda bem que é curto
Podia ser apenas um parágrafo, ele pensa, mas enrola e não acaba nunca, ele pensa, é de uma agonia chata onde tudo que você quer é o fim, ele pensa.
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Nathalia 04/04/2024

É uma obra rica que explora as complexas dinâmicas das relações familiares e a incessante ressonância do passado no presente.
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Sarah 01/04/2024

Existe algo de surreal aqui e eu amei. Com sutileza Jon Fosse escreve um fluxo de pensamentos que naturalmente vão e voltam, se confundem com o presente e passeiam até o passado. A repetição é um elemento que se justifica nessa narrativa que nos leva o tempo inteiro para as ondas de um fiorde norueguês.
Se justifica um prémio para uma escrita que te instiga a procurar significados e que é capaz de te fazer sentir essa atmosfera misteriosa descrita de maneira simples: chuva, vento, frio e escuridão.
É a Ales percorre um caminho de luto familliar, mas em centralidade conta sobre gerações de mulheres e sua solidão.
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Pati 30/03/2024

É a Ales é o primeiro contato que tenho com o ganhador do Nobel, escritor norueguês Jon Fosse.
Neste livro curto e impactante, conhecemos Signe, que vive a espera e o luto pela perda do marido Ales; Ales é descendente da família ocupante da casa isolada que saiu de barco décadas atrás e nunca mais voltou.
A solidão narrada é construída através de repetições e fluxos de consciência, os nomes e as ações são repetidos, o leitor se torna parte da casa isolada que foi habitada por diversas gerações da mesma família. Como Ales é duplamente um nome feminino e masculino, Signe se vê como ancestral do próprio marido, repetindo a mesma solidão, o mesmo luto e a mesma espera nesse ambiente tão inóspito e tão carregado.
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Higor 21/03/2024

"LENDO NOBEL": sobre a força desconcertante da ausência
Parece que a Academia Sueca conseguiu, finalmente, alcançar seu ideal há tanto imaginado: desde 2020, após anos de escolhas controversas e de autores que, às sinceramente, sobressaem-se mais por conta de polêmicas que de sua literatura propriamente dita, tem sido elogiada por seus anúncios recentes, se não esperados, ao menos corretos e que, de quebra, trazem novamente o renome e a relevância que a instituição, tida como eurocêntrica, branca e atrasada, tanto precisa para se manter atual, relevante e, principalmente, lembrada.

A escolha de Jon Fosse, por exemplo, foi bastante feliz e esperada pela crítica especializada: trata-se do maior autor norueguês da atualidade e do segundo dramaturgo da história do país, atrás apenas de Henrik Ibsen. Consolidado na Escandinávia em geral, Fosse furou a bolha internacional na virada do século, abocanhando aqui e ali prêmios internacionais importantes. Trata-se, então, de apenas uma questão de tempo até se chegar ao ano de 2023 e sua consequente láurea ao prêmio máximo da literatura.

Acontece que, enquanto Glück (2020), Gurnah (2021) e Ernaux (2022) são consideradas escolhas que agradam, de maneira geral, tanto crítica quanto leitores, Fosse parece não ser um consenso tão unânime, ao menos não para os leitores, que consideram-no senhor de um espiral vicioso ou de um prisma caleidoscópico fosco e desagradável.

Neste "É a Ales", por exemplo, a história se atém em apresentar Signe, uma mulher reflexiva em sua casa, num dia qualquer de 2004, onde se questiona diariamente, desde 1979, sobre a decisão do marido, Asle, em pegar um barco, mesmo em meio a uma tempestade, para nunca mais voltar. Seria culpa dela? Por que ele fez isso? O que ela poderia ter feito, enquanto esposa, para evitar tal atitude tão drástica? Onde estaria Asle agora?

O que aparenta se tratar de apenas mais um livro sobre relacionamentos fadados ao fracasso, "É a Ales" se apresenta, na verdade, como uma elegia sobre a força brutal e angustiante da ausência, não somente de Asle e seu sumiço repentino, mas de tudo o que foi compartilhado e vivido por ambos naquele lugar, naquela casa, escolhida a dedo por Signe, onde "verão é verão, inverno é inverno, primavera é primavera". Fosse ousa e vai mais além, elucidando a ausência de tudo o que se passou quando não se estava presente para acompanhar os fatos no devido tempo.

Foi justamente nessa simplicidade e clareza que o autor, sinceramente, muito me agradou em "Brancura" e agora em "É a Ales", pois a casa, este quadro fixo, esse cenário estático, com poucas descrições e sem muito a agregar com o passar das páginas e das repetições da narração, de repente se expande, ganha novas camadas, graças ao fluxo de consciência e a ausência de uma marcação de tempo, então, presente, passado e futuro se movimentam naquele único espaço, enriquecendo-o de maneira majestosa.

O indizível, a justificativa da Academia para a literatura de Fosse, logo parece acessível, ou de grata constatação, com o entendimento de que a casa deixa de ser apenas o cenário principal, o lar de Signe e de Asle, para se tornar muito maior para cada um deles. Nada é dito, mas a ausência de Asle faz com que Signe veja e reconheça que aquele lugar não é apenas o seu lar, o conforto do casal, ou sua adorada casa, a que ela se refugia, mas possui outras relevâncias e significados; Asle, por exemplo, a visualiza como a resistente morada de seus ancestrais, até sua trisavó, que construiu a casa.

A presença destes personagens unidos no mesmo espaço-temporal fixo, mas ao mesmo tempo vivendo cada um o seu próprio dia de seu próprio ano, é um deleite, pois confirma a eficiência da escrita de Fosse, que se repete, volta com constância ao mesmo ponto, que confunde enquanto se mantém o estado de estática ao focar não na ação, preferindo a reação, mas que atiça a curiosidade do leitor e, mais importante, demonstra que o autor sabe o que quer e onde quer chegar.

Aliás, é justamente o estilo de escrita que desagrada os leitores, mas eu me sinto tão conectado com o autor que, mesmo ocupado com outras coisas, eu sempre pensava em finalizar "Brancura", por exemplo; com "É a Ales", por sua vez, eu não fiz nada até finalizá-lo, para não quebrar o ritmo e poder lê-lo como que em uma apreciação silenciosa de como o autor poderia ser grandioso, mas optou em ser contido e sucinto.

Eu não esperava algo revolucionário ou que mudasse minha vida com a leitura de "É a Ales", e entendo quem se frustrou com o autor, assim como não sei explicar ao certo como ele me fisgou, mas me sinto satisfeito com o que ele me proporciona, com a maneira como brinca com o tempo, e principalmente como me faz refletir em uma narrativa simples, mas assustadora e que eu já me peguei pensando diversas vezes: o lugar que eu estou hoje, como ele era e por quem foi habitado 5 anos atrás? E como estará daqui a 5 anos? Eu ainda estarei aqui? Eu mesmo já fiz o exercício, de maneira divertida e despretensiosa, de olhar no Google Maps como era determinado lugar de minha vida anos atrás, antes de eu chegar e depois de eu ir embora, para ver o que mudou, o que melhorou ou piorou, e resgatar memórias singelas do que eu vivi.

Enfim, "É a Ales" foi uma agradável leitura, que me trouxe conforto e saudosas lembranças, embora eu entenda perfeitamente que ela suscitará tédio e apatia em muitos leitores. Felizmente, ela me proporcionou grandes momentos para pensar, refletir e questionar sobre o passado, presente e futuro meus e de minha família. É preciso ser sensato e admitir que não mudou minha vida, mas me proporcionou muito alento, o que me basta.

Este livro faz parte do projeto "Lendo Nobel".
edu basílio 21/03/2024minha estante
"(...) me proporcionou muito alento, o que me basta." ??????


Higor 22/03/2024minha estante
fui dizível, jovem? hehehe


edu basílio 22/03/2024minha estante
... você deu voz ao indizível. ?




Edna.Baldaia 18/03/2024

Com vista para os alpes escandinavos
Segundo livro que leio do ganhador do Nobel de 2023. Jon Fosse tem uma forma muito peculiar de contar histórias. Dessa vez ele constrói uma espiral no tempo, e nos joga entre idas e vindas a conhecer três gerações de uma família, e os sentimentos herdados pela protagonista solitária que espera seu companheiro retornar para casa.
Gostei mais do “Brancura” que brincava com os sentidos, neste a brincadeira é com o silencio e a solidão.
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Marcelo1415 17/03/2024

Cativante
Signe está deitada em um banco de sua casa no fiorde e tem uma visão de si mesma há mais de vinte anos: parada na janela esperando por seu marido Asle, no fatídico dia de novembro quando ele saiu com seu barco e nunca mais voltou. Suas memórias se ampliam para incluir a vida do casal e mais: os laços de família e os dramas que remontam a cinco gerações, até Ales, a trisavó de Asle
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Leila.Dom 14/03/2024

Poderia ser incrível... mas não é.

A obra "É a Ales" apresenta uma narrativa complexa que demanda do leitor paciência, atenção e persistência. Através da técnica literária de fluxo de consciência, a história adentra os pensamentos, memórias e experiências dos personagens, atravessando várias gerações passadas e confundindo os limites temporais e espaciais da trama.

As expectativas iniciais de uma possível grande obra são mantidas até aproximadamente a metade da história, porém, posteriormente, torna-se evidente que o enredo se resume a uma atmosfera de tristeza, angústia e, possivelmente, depressão.

Concluo neste sentido, baseado na escassez de momentos de afeto entre os personagens e ainda na redução da vida da protagonista, Signe, a um estado de mera existência, imersa em uma angústia incessante e uma constante prostração. A narrativa é praticamente dominada pelas lembranças de Signe e pelos fantasmas dos antepassados de Asle, os quais se constituem, em sua esmagadora maioria, de situações envolvendo perdas, tristezas e uma profunda apatia.

Como observado em diversas resenhas, a escrita é frequentemente comparada com a de Saramago, devido as semelhanças técnicas, mas "É a Ales", a meu ver, oferece ao leitor uma experiência absolutamente distinta. Enquanto Saramago apresenta um ritmo envolvente, este livro tende a ser truncado e cansativo, com repetições que, embora sirvam como guia para a leitura, muitas vezes se mostram desnecessárias e acabam prolongando a experiência, sendo quase forçosa. Assim, apesar de sua brevidade (considerando ser um livro curto), a leitura é desconfortável ao leitor iniciante.

É possível que a compreensão plena da obra exija um arcabouço literário mais vasto do que o que possuo atualmente e até o momento, essas são minhas pequenas impressões.
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Adriana1161 07/03/2024

É a Ales é um livro com fluxo diferente de outros que eu li. Gostei da experiência, são três gerações de uma família vivendo e revivendo suas experiências, e essas experiências vão se entrelaçado no decorrer da história. Tem momentos que ficamos um pouco confusos com as idas e vindas da Trama.
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adrianlendo 05/03/2024

Há muita confusão durante a leitura de É a Ales e, parte disso, é o que torna ele tão único.
Esse é um livro sobre luto, solidão, arrependimentos e toda a ideia do "e se?" que faz com que o passado soe tão assombroso e doloroso para nós. Jon Fosse nos faz voltar no tempo enquanto nos mantem na atualidade e conta a história de gerações em poucas páginas da mesma maneira como pensamos longe em poucos segundos e é por isso que eu não consigo imaginar uma maneira melhor para esse livro ter sido escrito. É na confusão dele que está a sua essência porque é a confusão da nossa mente que faz com que fiquemos tão impactados com possibilidades e não com as ações propriamente ditas. Não sabemos o que aconteceria ou até mesmo o que aconteceu e, mesmo assim, não conseguimos parar de imaginar o que poderia acontecer de soubéssemos.
É a Ales é um livro intimista, que te mantém bastante próximo e que faz com que você não consiga se afastar com facilidade a partir do momento em que a confusão se torna reconhecimento. Com certeza o tipo demlivro que eu leria e releria mil vezes para encontrar todas as nuances possíveis e mesmo assim nunca conseguiria chegar nem perto.
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nflucaa 28/02/2024

O crepitar incessante de uma ausência
Dar voz ao indizível. É isso que se diz de Jon Fosse. Aqui em ?É a Ales? Fosse realiza essa tarefa magistralmente. O quanto a ausência fala? O quanto o luto comunica? E por quanto tempo? Aqui há a voz da solidão e o exprimir da saudade.

O livro conta a história de Signe depois que seu marido, Asle, sai para o Fiorde e não volta mais. Mais de vinte anos se passam e a expectativa da volta ainda não morreu, uma espécie de não aceitação mas, conjuntamente, uma acomodação: é assim que é. Reviver no dia a dia as memórias do amado. Sentir dia após dia a presença da ausência.

O livro é escrito de forma não convencional. Várias consciências se entremeiam na narrativa e, apesar de curto, é um livro que requer bastante atenção. São várias perguntas, muitas repetições e um ritmo badalar ? o badalar da ausência, sempre presente. Alguns livros são leituras, outros são experiências. Este é definitivamente do segundo tipo. Não é um livro para todo mundo, consigo entender quem o ache chato ou intragável, mas se conseguir focar mais nas sensações do que em um objetivo final, a leitura recompensa e muito. Vale muito a pena!

É o segundo livro do autor que leio, sendo o primeiro ?Brancura?, o qual gostei bastante também. Com certeza lerei mais livros dele.

## Notes

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- ?Vejo Signe deitada no banco da sala olhando para tudo que é familiar, a velha mesa, a estufa, a caixa de lenha, o velho painel de madeira nas paredes, a grande janela com vista para o fiorde, ela olha para essas coisas sem ver, e tudo está como sempre esteve, nada mudou, mas assim mesmo tudo mudou, ela pensa, porque depois que ele desapareceu e nunca mais voltou nada mais foi o mesmo, ela simplesmente está aqui, porém sem estar aqui, os dias chegam, os dias passam, as noites chegam, as noites passam e ela os acompanha, sempre com movimentos vagarosos, sem permitir que nada deixe grandes marcas ou faça grande diferença, e será que ela sabe que dia é hoje??

- ?Nem sempre as pessoas querem alguma coisa com aquilo que dizem?

- ?existe um grande silêncio nas paredes e esse silêncio diz coisas que jamais podem ser ditas em palavras?

- ?ele ficou com ela, ele não foi embora, ele ficou ao lado dela até o momento em que simplesmente desapareceu, ela pensa, ele ficou com ela, desde a primeira vez em que ela o viu chegar, e então ele olhou para ela, e ela ficou lá parada, e os dois se olharam, sorriram um para o outro, e foi como um encontro entre velhos conhecidos, como se os dois se conhecessem desde sempre, de certa forma, e como se fizesse um tempo infinito desde o último encontro, e por isso a alegria foi tão grande, aquele reencontro deixou os dois tão alegres que a alegria tomou conta, levou-os, a alegria levou-os um na direção do outro, como se fosse uma coisa que tivesse estado ausente e faltado durante a vida inteira, mas agora estava lá, finalmente, agora estava lá, foi esse o sentimento quando os dois se encontraram pela primeira vez, totalmente por acaso, como de fato aconteceu, e não foi nada difícil, não houve nada de assustador, não, foi uma coisa natural, como se não restasse mais o que fazer?

- ?ele não gostava era de palavras grandiosas, que serviam apenas para mentir e ocultar, as palavras grandiosas, elas não permitiam que o que estava lá existisse e vivesse, mas levavam tudo para uma coisa que se pretendia grandiosa, era assim que ele pensava, e era assim que ele era, ele gostava das coisas que não se pretendiam grandiosas, ela pensa, na vida, em tudo?
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Danilo546 19/02/2024

Nome: É a Ales
Autor: Jon Fosse
País de origem: Noruega
Período de leitura: 17 a 19/02/2024

Comentário SEM SPOILERS: Do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2023, a obra retrata o presente de uma mulher e o passado que a assombra, voltando até 3 gerações da família de seu marido, cujos sofrimentos deixaram ecos na casa à beira de um fiorde norueguês. Não vou mentir que achei a narrativa confusa, mas entendo que talvez isso tenha sido intencional, para retratar o fluxo de pensamentos de Signe (a mulher que sofre hoje com os eventos do passado). Nesse ponto, a escrita parece ganhar um tom magistral! Acho que uma possível releitura traga mais luz à história, agora que já tenho em mente uma ideia do início, meio e fim. Dito tudo isto, não foi uma leitura que particularmente me agradou, a ausência de capítulos me incomodou bastante, mas reconheço o valor da obra. ???
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Edu 18/02/2024

Reminiscências do luto
'É a Ales" constrói uma colcha de retalhos de pensamentos de pessoas que moraram em uma casa. O livro mistura várias memórias e pensamentos para falar sobre o luto.

O autor faz uso do fluxo de consciência para trabalhar principalmente o temas como o luto, ressentimentos, traumas, ansiedade, negação, tristeza e depressão.

Eu me senti vendo fantasmas de épocas distintas passeando por uma casa, tudo ao mesmo tempo e presos num looping de dor e arrependimentos.

Bem leve. Adorei a experiência.
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