É a Ales

É a Ales Jon Fosse




Resenhas - É a Ales


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Ana 23/10/2023

O peso com que a vida nos preenche se tornasse mais leve.
Jon Fosse é um escritor e dramaturgo norueguês. Nasceu em 1959. Já escreveu diversos livros e peças de teatro e ganhou o prêmio nobel de literatura em 2023.
O livro É a Ales foi publicado originalmente em 2004/2005. No Brasil a editora companhia das letras lançou a edição em português em 2023.
Temos aqui uma fusão entre passado e futuro permeada pela solidão, melancolia, tristeza, luto e o vazio como parte inerente da existência.
Signe mora com o marido numa casa isolada perto de um fiorde no interior da Noruega. Seu marido, o Asle, vai passear de barco como sempre costumava fazer, mas um dia ele não voltou. Signe o espera todos os dias apesar de fazer mais de 20 anos do seu desaparecimento. Ela vê a si mesma na janela e nas suas recordações tenta encontrar alguma explicação para o que aconteceu.
A narrativa brinca com a linha do tempo, o tempo todo. O que nos deixa um pouco confusos no começo, pois muda do presente para o passado e vice-versa durante toda a narrativa. Mas logo pegamos o ritmo e começamos a viajar junto pelas memórias, sentimentos e pelo passado das personagens.
O livro é curto, mas aborda com delicadeza e sutileza a complexidade das relações humanas, a passagem do tempo e as histórias dos antepassados das personagens. Gostei.
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Wlange 22/10/2023

"tudo que já foi ainda há de continuar lá"
Gostei bastante, até chorei. Achei bem bonito.

A história é basicamente: Signe, uma idosa, deitada num banco na casa onde viveu com seu marido Asle (uma casa antiga que passou por gerações da família de Asle), começa a lembrar do dia em que o marido foi passear de barco e nunca mais voltou. Ela vê as memórias em forma de "fantasmas" dela e de Asle mais jovens se deslocando pela casa e pelos entornos.

A narração em terceira pessoa, que começa focalizando a Signe idosa, depois passa a focalizar os fantasmas dela mais jovem e de Asle mais jovem, no dia em que ele desapareceu. Então esses próprios fantasmas deles mais jovens também vão vendo outros fantasmas, que são pessoas de diferentes gerações da família de Asle que também habitaram aquela casa: a trisavó de Asle, chamada Ales (sim, nomes parecidos, mas não confundir), aos 20 anos, e seu filho de 2 anos, Kristoffer; depois Ales idosa, Kristoffer adulto, a esposa dele Brita e o filho deles de 7 anos, Asle (mesmo nome do outro Asle, mas não confundir). E por fim o Asle da Signe quando criança e a avó dele, que foi esposa do outro filho do Kristoffer e da Brita.

O narrador vai passando pelos pensamentos tanto de Signe quanto desses fantasmas, e tudo é narrado em fluxo de consciência, ou seja, aquela técnica em que o autor tenta reproduzir os pensamentos de um jeito mais fiel à desorganização natural da nossa mente. Então, por exemplo, em vez de as lembranças serem passadas como cenas com início, meio e fim, o pensamento é transmitido de forma cíclica e repetitiva. Principalmente o pensamento da Signe, porque é assim que ela processa as lembranças do dia em que Asle sumiu: com muito ressentimento e uma sensação de impotência. Ela fica pensando repetidamente que deveria ter ido atrás dele, que ele estava estranho há um tempo etc., mas ela não conseguiu se mover para fazer nada.

Acho que esse ressentimento da Signe em relação às memórias foi a coisa que mais me tocou. Achei angustiante passar com ela por esses sentimentos. Como quando eu mesma vejo necessidade de fazer alguma coisa, mas só consigo ficar parada com meus pensamentos cíclicos e uma ideia de que não dá realmente para mudar nada (quem tem ansiedade vai se identificar).

E a relação que faço entre Signe e os fantasmas também passa por essa impotência. Porque cada geração mostra relações de carinho entre mulheres e homens da família, seja maternal ou romântica. E cada homem passou por um certo momento no mar ali perto da casa (tentando falar sem dar spoiler). A primeira mulher, Ales, se moveu na hora e conseguiu ajudar o filho. A segunda, Brita, se moveu, mas não conseguiu ajudar o filho. E a terceira, Signe, não conseguiu se mover.

Enfim, são algumas coisas que tirei da leitura. No mais, achei bem-feitas as mudanças de perspectiva entre os personagens, e achei que a repetição dos "ela pensa" e "ele pensa", por mais estranha que seja, acabou dando um ritmo interessante ao texto e meio que cumprindo um papel de pontuação.

Eu recebi esse livro da Companhia logo que o Fosse ganhou o Nobel e li hoje, é uma leitura de algumas horas. Na minha opinião, vale muito a pena.
Patty Alabarce 30/10/2023minha estante
Pela sua resenha lembra bastante a forma da narrativa de Cem Anos de Solidão do Gabe


Dulcinea2 29/12/2023minha estante
Foi exatamente como me senti, andando por alguns fantasmas e seus fluxos de consciência. O ele pensa, ela pensa repetitivo trás um ritmo mais rápido como um poema e ao mesmo tempo funciona como pontuação.




José Carlos 22/10/2023

Não perca tempo!
Sempre vou atrás das obras de autores ganhadores do Nobel de literatura, mas este livro, na minha humilde opinião, chega a ser enfadonho! Ela disse, ele disse, ela disse, ele disse? a escuridão, a chama acende, a escuridão, a chama acende? Caraca!!! O que foi isso???? Nunca li nada neste estilo! Fiquei impressionado com algumas resenhas que li, e cheguei a pensar que talvez eu tenha lido uma cópia com a edição não revisada, mal feita, desestruturada, sei lá!
nathaliart 27/12/2023minha estante
A fogueira, ela não devia pensar isso, ela ae vê defronte a janela... Meu pai eterno...




Ve Domingues 21/10/2023

Fiquei muito curiosa para ler Jon Fosse, pois gosto de entrar em contato com obras diferentes das que eu estou habituada.

Entretanto, sinto que este livro não me encantou como eu gostaria. Não foi uma leitura fácil, mas também não foi exatamente complicada. A questão é que não sei se entendi exatamente onde ele queria chegar. Pensei sobre morte, depressão, sobre as memórias e pessoas que realmente importam vida, sobre o peso das nossas escolhas... Mas não me senti particularmente tocada pela obra.

Talvez me faltem maturidade ou vivência para compreender melhor a narrativa. Ou é uma questão geográfica, já que a vida na Noruega é diferente da vida no Brasil. O fato é que livro não me marcou. Ou talvez eu só não tenha lido no momento certo. Mas não me arrependo. Foi importante conhecer pelo menos um pouco desse escritor.
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Daniel.Barboza 19/10/2023

Chato demais
Não gostei deste livro. O final é interessante, ele passa um sentimento de sonho, ou seja, tem seus méritos, mas não gostei. Se tivesse sido qualquer João Ninguém que tivesse escrito, não receberia atenção, acho que receberia muitas críticas.
Acho que alguns podem gostar.
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#Anafox 17/10/2023

É muito confuso descrever algo sobre esse livro. O livro é construído em cima de diálogos, que são muito confusos, propositalmente, indicando a situação emocional de Signe, cujo marido (Asle) desaparece sem deixar rastros. A memória de Signe se confunde com relatos que deixam dúvidas sobre quem os narra, uma vez que precedem inclusive ao nascimento dela. É como se os antepassados de Asle fossem fantasmas na vida dela e ela presa ao dia em que Asle aparentemente foi embora.
Gleidson 28/10/2023minha estante
Hummm parece interessante. ?




AndreTaff 16/10/2023

Muito bom livro
A minha lista de futuras leituras nunca esteve maior, mas confesso que o respeito que tenho a ela é parco e inconstante. Alguns livros estão lá há anos, enquanto outros furam completamente a fila logo que surgem na lista. E eu gostaria de dizer que Jon Fosse já estava no meu radar há tempos, que eu havia lido pelo menos o que já havia sido publicado dele em português, mas eu estaria mentindo. Peguei pra ler a novela "É a Ales", escrita por Fosse, sem saber nada sobre o livro e quase nada sobre o autor norueguês, motivado unicamente pela notícia de que ele ganhou o Nobel de literatura na semana passada.

"É a Ales" é um livro, a princípio, um pouco estranho. Frases muito longas pontuadas quase que exclusivamente por vírgulas, em que passado e presente se confundem e se misturam, podem afastar muitos leitores. Além disso, algumas ideias se repetem muitas vezes, muitas vezes até frases inteiras. No entanto, passado o estranhamento inicial, fiquei hipnotizado pela leitura. Fosse escreve muito bem, e a fluidez do texto é impressionante, mesmo levando em conta essa auto-imposta estranheza.

Na história, a protagonista Signe reflete sobre o desaparecimento de seu marido, Asle, que havia saído para passear de barco em um Fiorde em 1990. (Um Fiorde é uma entrada do mar entre montanhas, causada pelo erosão realizada por uma geleira.) Signe despeja uma torrente de pensamentos sobre o desaparecimento em cima do leitor, revivendo aquele dia, ao mesmo tempo que continua no tempo presente. A linha da narrativa oscila no tempo, chegando a antepassados de Signe, que moravam na mesma casa, próxima ao mesmo Fiorde.

Terminada a leitura, ficou a impressão que o texto de Fosse é mais profundo que a simples interpretação básica do que foi escrito. E eu geralmente sou rápido em criar interpretações elaboradas para as mais diversas histórias (afinal, quase tudo o que publico aqui vai nesse sentido), mas dessa vez os significados subliminares me escapam. É óbvio que existe alguma coisa abaixo da superfície das palavras, mas que é, ao menos para mim, pelo menos em parte inatingível. Talvez seja sobre isso que os críticos estejam falando quando dizem que Fosse se aproxima de dizer o indizível. Nesse caso o indizível é provavelmente a dor obsessiva do luto, a presença constante dos mortos entre os vivos, através das memórias, dos impactos que causam.

Interessante notar que alguns temas atravessam épocas e culturas completamente diferentes. A cena de Signe esperando por Asle voltar do passeio no Fiorde:

"[…] ela está ao relento, na chuva, na escuridão, e está ventando, e faz frio, e ela não pode ficar parada ao relento, ela pensa, mas ele não veio para casa. E onde ele está? O que foi feito dele? Ele foi ao Fiorde no barco dele, mas ainda não voltou, e ela está preocupada com ele, será que pode ter acontecido qualquer coisa?, ela pensa, por que ele não vem?, mas ela pensa assim com muita frequência, ela pensa, praticamente todos os dias, porque todos os dias ele sai no barco, é o que acontece, e ela está quase sempre preocupada com ele e pensa que ele deve voltar logo, ela pensa. E será que hoje é diferente? Claro que não há como saber, ela pensa. Afinal, tudo está como antes. Tudo está como antes."

Me lembrou de uma passagem de "Mar Morto", de Jorge Amado:

"Só Lívia, magra, de cabelos finos colados ao rosto pela chuva, ficou diante do cais dos saveiros olhando o mar. Ouvia os gemidos de amor de Maria Clara. Mas seus pensamentos e seus olhos estavam no mar. O vento a sacudia como se ela fosse um caniço, a chuva a chicoteava no rosto, nas pernas e nas mãos. Mas ela continuava imóvel, o corpo atirado para a frente, os olhos na escuridão, esperando ver a lanterna vermelha do Valente cruzar a tempestade, iluminando a noite sem estrelas, anunciando a chegada de Guma."

Em ambos os casos, é a mulher esperando o homem, que atende ao chamado irresistível do mar. O mesmo tema - o chamado do mar sobre os homens - aparece em muitas outras histórias, como em "O Velho e o Mar" de Hemingway, e até em "Moby Dick", de Melville.

"É a Ales" não é um livro convencional, mas as reflexões que provocou em mim, tanto aparentes quanto subliminares, são agudas e profundas. É um daqueles livros que nos acompanham, invocando memórias em momentos quase aleatórios. Não teria competência para afirmar se o Nobel foi merecido, mas a minha primeira impressão com Jon Fosse foi excelente.

site: https://andretaff.medium.com/%C3%A9-a-ales-de-jon-fosse-48fe4e4c2765
Ana Sá 26/12/2023minha estante
Que massa essa recordação do Jorge Amado! :)




Manu5 15/10/2023

Minha opinião ?
Esse livro e nada é a mesma coisa kkk
A muito tempo esse prêmio não tem autores realmente bons, temos hoje autores nacionais bem bem melhores, mais sabemos que esse prêmio tem a ver com política, dinheiro, raça.... Etc.
Achei que os diálogos é a pior coisa do livro, são diálogos de desenho animado, personagens sem carisma, mal construídos, era pra gente sentir exatamente o que os personagens sentem, para entrar na história e entender essa dor, esse luto. Isso não acontece.
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Ana Alice 15/10/2023

Eles definitivamente pensam
Não nego a qualidade do livro e tampouco faço qualquer oposição ao fato de que o seu autor foi o ganhador do Nobel deste ano. Eu só não consegui me conectar com a história.
Ainda assim, reconheço o trabalho de Jon Fosse. Embora a exploração do fluxo de pensamento não seja uma novidade na literatura (Clarice fez isso há décadas e de uma maneira sublime), gostei de como ele mesclou a psique de diferentes personagens em um só fluxo mental. Apesar de ter tornado a leitura um pouco maçante, com todas as repetições e com a pontuação (ou a falta dela) que faria José Saramago bater palmas, reconheço que esses recursos usados conseguiram enfatizar de maneira ótima a atmosfera do luto e da solidão, sofrida por Asle, e do peso das tradições e traumas familiares, por Alse. A mistura de personagens de diferentes tempos em uma só narrativa que não explicita o que é ou não real, que mistura pontos de vistas de cinco gerações e que, ainda, retrata uma experiência quase extracorpórea de Signe é, sim, confusa. No entanto, considero todas essas características como um ponto positivo a favor de Fosse, pois exprimem um estilo de escrita muito singular e autoral, o que é algo, eu imagino, que todo escritor deseja ter.
É um livro rápido com o qual não consegui me conectar emocionalmente, mas não é ruim. Recomendo a todos que desejam se aventurar pela literatura fora do eixo estaduniense e que foge um pouco do convencional.
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Icaro 14/10/2023

Um livro diferente
Laureado com o Nobel de 2023, Jon Fosse se destaca como um autor polivalente em várias áreas da literatura.

Esse livro foi publicado pela Companhia das Letras e traduzido direto do norueguês. Confesso que tive bastante dificuldade de classificar o texto do autor. O livro é enevoado do começo ao fim, com muitas idas e vindas, o que torna um pouco difícil de acompanhar o momento exato da história.

Em alguns trechos parece poesia, em outros teatro, em outros uma ficção de terror. A aliteração chama a atenção em algumas partes. Não tem ponto final e alguns parágrafos são bem longos. Para mim que preciso de um ponto para poder interromper a leitura foi difícil (mas isso é porque tenho ?toque?).

Achei super interessante e vou ver se leio mais alguma coisa para ter uma opinião melhor formada.

Nota 9,5/10 ???
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@limakarla 13/10/2023

Não posso dizer que é um livro fácil e simples de ler, exige que o leitor já tenha um pouco de bagagem de leituras para acompanhar. Algum tipo de fluxo de consciência, mas sem que o narrador seja o protagonista, não há pontuações, os parágrafos são intermináveis, não existem capítulos, é tudo de uma vez só, entre muitas vírgulas, palavras que vão se repetindo, nomes quase iguais. É uma verdadeira loucura toda essa experiência. Os diálogos mudavam de interlocutor o tempo inteiro, sem aviso algum, foi uma experiencia desafiadora e gostosa.
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Ana Sá 13/10/2023

O ruído do silêncio, a textura da ausência: Jon Fosse nos recorda do que a literatura é capaz
Ao atribuir o Nobel de 2023 a Jon Fosse, a academia sueca exaltou a capacidade de sua obra "dar voz ao indizível", algo bastante notório em seu curto livro "É a Ales". Nele, a partir dos pensamentos e sentimentos de Signe durante os anos que sucedem o dia em que seu marido, Asle, foi ao mar e não mais voltou, acompanhamos o ruído do silêncio de uma casa desde então estruturada pela ausência de quem deveria estar lá. Esse vazio que se torna tão palpável pela caneta de Jon Fosse vem pra nos recordar do que a literatura é capaz.

A repetição incessante, o fluxo de consciência e a pontuação transgressora não são recursos inéditos na literatura. Entretanto, o modo como Jon Fosse articula essas estratégias de escrita parece ser a base de sua digital literária. A alternância de vozes e de tempos narrativos em sua obra é impressionante! O fluxo de consciência e as memórias de Signe se cruzam, frequentemente, com o fluxo de consciência e com as memórias de Asle, justificando o uso autoral da pontuação que Fosse escolhe adotar. E se há repetição atrás de repetição é porque o silêncio da ausência badala todos os dias a mesma hora naquela casa que deveria abrigar dois. A saudade, o luto, tudo que nos esvazia é, afinal, repetição. E assim, o livro me encantou e me entristeceu na mesma medida.

Mas a maestria de Fosse não termina ali. A relação do casal com o espaço interno e externo é excepcional. A casa, para Signe, é o lar de seu matrimônio, agora um espaço mutilado. Para Asle, ela é a casa que abrigou gerações de sua família, daí as memórias dos dois serem povoadas por cenas e por personagens distintos, o que torna fabuloso o (des)encontro de seus fluxos de pensamento. Quanto ao espaço externo, também dotado de significados diferentes para Signe e para Asle, o autor nos faz íntimos do "fiorde", essa paisagem de montanhas invadidas pelo mar, tão característica da Noruega. De uma região onde o frio, a escuridão e a força marítima integram a lista de fenômenos locais, Jon Fosse retira as tintas para compor uma paisagem íntima que soa familiar até para esta leitora de um país tropical. O mar que recorta as montanhas é o mesmo que embeleza e esvazia o horizonte de Signe. Como um fiorde, este livro me encantou e me entristeceu na mesma medida, também eu preciso repetir.

Concordo com o filósofo e crítico literário Terry Eagleton quando ele explica que na literatura há muita continuidade, pois um livro é sempre, em alguma medida, um "déjà vu" do que outros escritores já foram capazes de fazer. Mas isso não significa, como esclarece o britânico, que não há novidade alguma. E Fosse me fez pensar nessa questão justamente porque o fato de eu ter encontrado em seu livro algumas das experiências que já tive com autores como Lispector, Beckett ou Faulkner não me impediu de fechar "É a Ales" e bradar: "Este aqui é Jon Fosse, e não outra coisa!". Nem continuidade absoluta, nem ruptura absoluta com o veio antes, a literatura do norueguês laureado com o Nobel de Literatura nos convida a uma narrativa excelente dos/para os nossos tempos.
Ana Clara 13/10/2023minha estante
Haha uau, a sua experiência de leitura não poderia ser mais diferente da minha.

De qualquer forma, inspiradora a sua forma de elaborar suas leituras, estou animada para acompanhar as próximas!


Ana Sá 13/10/2023minha estante
Ana Clara, eu acho que este livro é o típico "ame-o ou deixe-o"! rs Podemos gostar ou desgostar dele exatamente pelos motivos! haha


Ana Sá 13/10/2023minha estante
*pelos mesmos motivos


Cleber 15/10/2023minha estante
Adorei a resenha! Estava curioso para saber sobre o livro, já vou colocar na lista.


Ana Sá 15/10/2023minha estante
Ah Cleber, obrigada! :) Se você começar a ler, vou ficar de olho nos seus históricos... Este livro desperta diferentes emoções nos leitores, fico curiosa pra saber como será com você!


Edu 22/10/2023minha estante
Excelente resenha. Acho que gostei e desgostei ao mesmo tempo, não é um livro que passa despercebido.


Ana Sá 24/10/2023minha estante
Obrigada, Edu! :)

E vc definiu bem: despercebido este livro não passa não! rs O legal é que ele rende boas trocas entre quem curtiu e quem não gostou... Sentia falta de uma leitura que resultasse nisso!


Rosana 29/10/2023minha estante
Excelente resenha, tive a mesma impressão sua e fiquei feliz de vê-la tão bem expressa nas suas palavras.
Fiquei também curiosa com a citação de Eagleton, você pode indicar a fonte? Dele li ?Sobre o mal? e gostei muito, mas não recordo do trecho naquele livro.


Ana Sá 31/10/2023minha estante
Obrigada pelo comentário, Rosana! É muito legal saber que a resenha representou bem a experiência de outra pessoa, fico feliz!

O livro do Eagleton é "Como ler literatura", fiz a resenha dele não tem muito tempo também!


Vagner 24/12/2023minha estante
Ótima resenha, só gostaria de ressaltar que o nome do marido da Signe é Asle, a Ales é a trisavó do Asle.


Ana Sá 24/12/2023minha estante
Vagner, muuuito obrigada!! Vou editar a resenha agora mesmo! Eu tomei tanto cuidado pra não dar spoiler envolvendo o título, que acabei trocando as grafias! Fui reler a resenha e realmente mantive a troca o tempo todo rs... Freud explica! ?


nathaliart 24/12/2023minha estante
Aah, tô com ele aqui e doida pra ler. Acho que vou começar hoje mesmo. Pelo visto é o tipo de leitura que vou gostar...


Carla.Floores 24/12/2023minha estante
Que resenha maravilhosa! Já tá na minha lista desde que foi anunciado vencedor do Nobel. Agora sinto urgência dessa leitura!


Ana Sá 24/12/2023minha estante
Carla e Nathalia, vou adorar saber as impressões de vocês!!


Vagner 24/12/2023minha estante
Oi. Ai será que dei spoiler? ?, mas acho que não, estas informações estão na orelha, então estão liberadas kkkkk


Ana Sá 24/12/2023minha estante
hahaha Vagner, eu sou das que não considera quase nada spoiler, mas gostei da experiência de ter ido ao livro às cegas e de, consequentemente, descobrir a justificativa do título no meio da leitura!! E tem tanta gente sensível a spoiler que nem é spoiler, que acho que me viciei a segurar informação! haha

Mas não, com base nos meus critérios racionais de spoiler, tb não acho que vc deu spoiler não!! hahaha


Vania.Cristina 26/12/2023minha estante
Que resenha ótima! Esse autor anda no meu radar e agora me animei a conhecê-lo. Sem falar que acho instigante a paisagem dos fiordes. Ainda não tenho na estante, mas vou ficar de olho nos preços




Jorlaíne 10/10/2023

Diferente de tudo o que já li!
Eu também daria o Nobel para o Jon Fosse "só" pela escrita dele que é magnífica.
Essa leitura gera o caos. Os nomes parecidos, a falta de pontuação, os parágrafos intermináveis e a enorme repetição de palavras deixam o leitor doidinho.
O tempo e os personagens são diferentes durante a narrativa, os ancestrais aparecem sem aviso e nos deixam a impressão de viverem na memória das personagens centrais, mas os espaços da casa e do mar permanecem.
Mas o que marca mesmo na obra é a profundidade dos sentimentos descritos: o luto da protagonista, a solidão e a dor da perda.
Como doeu em mim a solidão dela. Parecia que era eu ao voltar pra casa e esperar o marido que desapareceu no mar.
É uma leitura muito desafiadora e eu recomendo demais ?
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Lucas 10/10/2023

Li para terminar, mas não prendeu e não impactou. Alguns trechos são confusos. Talvez precise reler em outro momento.
Ercio 10/10/2023minha estante
Comprou onde?


Lucas 11/10/2023minha estante
Tem na Amazon, mas eu baixei pro kindle




joaoggur 10/10/2023

Ô abre Ales, o Nobel quer passar (longe do Brasil)!
Não creio em premiações; nepotismos, interesses políticos/econômicos e dinheiro permeiam estas instituições. Não é à toa que nunca gosto do filme vencedor do Oscar. Quando falamos em Prêmio Nobel, nos últimos anos gostei dos resultados (posso citar Annie Ernaux, Louise Gluck?), mesmo com a polêmica abatida em Bob Dylan (nem acho tão absurda sua vitória, - convenhamos, ele é um poeta, - mas seu laurear em um ano em que Lygia Fagundes Telles estava sendo cotada? feriu meu lado patriótico).

E, não é porque uma grande instituição galardoou este livro, que ele automaticamente seja bom. ?É a Ales? é um livro confuso, com uma pontuação tão escassa que faria José Saramago chorar de inveja, onde não sabemos quem/para quem está falando, e muitas vezes não sabemos quem está vivenciando o que está sendo descrito. Personagens são introduzidos numa velocidade absurda (a leitura desse livro precisa ser feita numa calma e atenção quase eclesiástica), além da ?história? inteira ter um desenvolvimento pífio.

O Nobel já premiou livros muito melhores que este. Não recomendo.
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