É a Ales

É a Ales Jon Fosse




Resenhas - É a Ales


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Laudiceia.Penafort 16/02/2024

Como pode um livro tão pequeno provocar uma reflexão tão profunda? Jon Fosse tratou temas como solidão, a dor da perda, sobretudo de entes queridos. E relata tudo isso a partir de um único lugar (a Antiga Casa), mas em épocas diferentes, perpassando por várias gerações dos parentes de Asle. Tão triste e comovente.
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Andreia Santana 15/02/2024

Uma Penélope de gelo e pesar
Qual é o peso da história familiar na vida de uma pessoa? É a Ales, do vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 2023, o norueguês Jon Fosse, é um romance que materializa em frio e solidão as dores que passam de uma geração para a outra.

Signe lamenta há anos a perda do marido, Asle, desaparecido em uma noite de tempestade ao sair para checar seu barco no píer da cidade onde o casal vive, na Noruega. Asle, por sua vez, sentia uma atração irresistível pelo mar e pelo fiorde próximo à sua casa, tanto por ser descendente de um povo com forte ligação com o oceano; quanto por ter herdado o mesmo nome de seu tio-bisavô, um Asle do passado, morto por afogamento aos 7 anos, ao tentar resgatar um barquinho de brinquedo ganho de presente de aniversário. Os dois Asles herdaram seus nomes a partir de um anagrama do nome de Ales, a matriarca da família e tataravó do Asle sumido depois de adulto.

Signe, sozinha na casa onde morava com o marido, herdada dos antepassados dele, repassa incontáveis vezes a história do desaparecimento de Asle, situação para a qual ela nunca encontrou explicação e por isso jamais completou o ciclo de luto pela perda do companheiro. Nunca houve um corpo, só o barco a deriva nas proximidades do fiorde. Uma cena de solidão e desolação imensas.

Ela também repassa a memória do primeiro encontro dos dois, a decisão de se casarem, o quanto a natureza calada do marido era estranha para ela, que ainda assim aceita conviver em um quase silêncio quebrado, raramente, por diálogos banais e repetitivos.

Enquanto Signe reconstrói a última cena vivida ao lado de Asle infinitas vezes, o leitor vai decifrando as histórias dos familiares da matriarca Ales, que inicia tanto o clã quanto a maldição que parece pesar sobre a família. Os descendentes de Ales eram encimesmados, fechados em si mesmos, mais capazes de conexão profunda com a paisagem do que com outros seres humanos.

A angústia da solidão de Signe é física, porque na medida em que avançamos na história, percebemos o distanciamento emocional entre ela e o marido. E o quanto essa mulher paralisou a própria vida em eterna espera. Uma Penélope de gelo e pesar.

O romance de pouco mais de 100 páginas é escrito em fluxo de consciência, sem parágrafos e mudanças de capítulo, de um só fôlego, como se o leitor estivesse dentro da mente de cada personagem. A história também não é linear, antes vai e volta no tempo, alternando passado e presente; muda de voz, ora ouvimos Signe, ora Asle, ora o narrador relembrando a vida de Ales.

A história – e a prosa onírica de Jon Fosse - é lírica, dolorosamente triste, intensa e emotiva, mas de uma forma contida, quase gelada.

Não se espante se deixar escapar uma lágrima ao chegar na última frase. Fosse não é considerado um dos maiores autores da sua geração à toa.

Ficha Técnica:

É a Ales

Autor: Jon Fosse

Tradutor: Guilherme da Silva Braga

Editora: Companhia das Letras, 2023

112 páginas

R$ 58,31 (livro físico, Amazon), R$ 34,90 (Kindle) e R$ 64,90 (site da editora)

*Livro resenhado para o desafio #50livrosate50anos, uma brincadeira que criei para comemorar meu aniversário. Em abril de 2024 eu faço 50 anos. A ideia é ler 50 livros até lá e, se possível, resenhar ou fazer algum breve comentário aqui no Skoob e no Instagram, sobre cada um deles. É a Ales foi o livro 10 do desafio.

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
Paloma 15/02/2024minha estante
Gostei de sua resenha, embora não tenha gostado do livro.


Andreia Santana 15/02/2024minha estante
Gostei bastante do livro?


Polly 16/02/2024minha estante
Parece bem interessante


Andreia Santana 16/02/2024minha estante
Sim e o formato de narrativa não convencional torna tudo mais interessante




Edi 14/02/2024

O luto em pouco mais de 100 páginas
Eu gostei da forma como o luto é tratado no livro. O autor usa de uma linguagem e uma pontuação que faz com que o leitor sinta um pouco da confusão agonia da personagem. No entanto, não é uma leitura que eu indico, muito menos repetiria. Por ser um livro curto e com uma escrita tão diferente, esperava mais profundidade nas relações afetivas que foram apresentadas.
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gabi_tosi 14/02/2024

Quando Fosse recebeu o Nobel de literatura ano passado, resolvi ler sua obra. É difícil falar sobre É a Ales. Até agora não tenho certeza se amei ou detestei o livro. É uma leitura...diferente. Por vezes cansativa, por vezes intensa, muitas vezes confusa. Acho que só lendo mesmo para "entender".
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Liiz 13/02/2024

Achei uma leitura um quanto interessante mas não me conectei tanto com a história assim, então não sei muito o que dizer
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Max 02/02/2024

É A ALES
O luto passado em menos de 100 páginas de uma forma intensa, foi complicado entender tudo o que estava acontecendo
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Dulcinea2 27/01/2024

Sobre tudo aquilo que perdemos
Um desaparecimento nos anos 70, cerca de 30 anos depois Signe está na mesma casa, pensando em Ales e todos aqueles pensamentos fantasmagórico dela, dele e da família dele que passaram por aquela casa reverberam no hoje. Um dos livros com linguagem mais impactantes que li nesse último tempo e um dos relatos de dor e saudade que vivem em pensamentos em não em palavras e em silêncios. Foi minha primeira experiência com Jon Fosse e fiquei apaixonada pelo modo que ele escreve esse fluxo de pensamento que mais parece poesia.
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luanzz 24/01/2024

Eu penso,
Eu pensei, fazer uma resenha parecida com o livro, diferente de tudo que já li, eu penso, confuso mas dá pra entender, ou pelo menos da pra pensar que dá pra entender, as ideias são esquisitas porém lendo é instigante e me cativou, eu penso, melhor que brancura pelo menos, tô até rimando agora, estou tenso, eu penso, mas não sei onde quero chegar e onde a história queria chegar, acabei gostando infelizmente, acho que agora deixarei de pensar um pouco, devo ou não devo?, quem sabe
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Arthur Nowakowski 16/01/2024

Jesus me ajude! Estamos juntos nesse pedido Signe! Livro com pontuações esquisitas, um fluxo de pensamento em uma história pobre e desconexa, e que não vale a leitura. Como li em outra resenha parece um monte de redação de alunos do ensino infantil.
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Alessandra 16/01/2024

Ainda não entendi pq é a ales
Apesar das muitas repetições que tornam a leitura mais chata, acredito que a narrativa é exatamente sobre isso: o cotidiano enfadonho de quem mora isolada, num frio aterrador, que te paralisa, e te obriga a olhar pro tempo.
Quando estamos sozinhos tudo que temos somos a nós mesmos (nosso corpo que vai e vem, se você quiser) e a nossa consciência, você pensa.

A parte que mais gostei do livro foi a confusão de gerações que estão ligadas pela casa no fiorde. Uma imensidão de memórias vivas encrustada nas paredes, que é fácil se confundir com a vida real quando só tem você e seus pensamentos pra te fazer companhia num dia chuvoso.
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arthur966 15/01/2024

Nem ao menos dá vontade agora que está tão claro quanto fica nessa altura do ano, e logo a escuridão vai tomar conta de tudo, ele pensa, então hoje ele vai ficar em terra firme
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MachadiAninha 14/01/2024

Livro pra se ler em uma sentada: até porque, ao começar, eu duvido que você queira parar. linguagem um tanto quanto confusa, mas depois que se pega o ritmo, fica melhor. uma história sobre dor, sobre luto, sobre amor! bom demais
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LETeratura 14/01/2024

Confuso porém profundo
Eu confesso que não entendi nada da história, mais de alguma forma gostei de ler, tanto que fui até o final.
Apesar de não ter entendido nada, deu pra sentir a agonia dos personagens, a dor deles, a ansiedade. Não consegui me localizar nas mudanças temporais e entender onde aquilo ia ler a história.
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Guilherme Amin 12/01/2024

Nossos mortos estão vivos em nossa memória
Iniciei a leitura deste romance com baixas expectativas, devido à sua larga impopularidade no Skoob. Porém, surpreendentemente, fui logo conquistado pelo livro, cuja companhia me foi bastante agradável.

No estilo, Fosse utiliza uma pluralidade de narradores, fluxo de consciência e quebras da noção de passagem do tempo, o que intensifica os sentimentos que nos quer despertar.

Uma das melhores lembranças que levarei da leitura é o prazer estético. Outra vem da trama: o fascínio de acompanhar Signe, uma das protagonistas, enquanto revisita infinitas vezes o distante dia em que Asle, seu marido, foi dar um passeio de barco e nunca mais voltou, e se pergunta, por inevitável: foi por causa dela que ele desapareceu? Ela poderia ter evitado? Ele não deu sinais de que sumiria para sempre?

Li ?É a Ales? num sopro, deixando-me levar pela prosa hipnótica do autor. Foi muito prazeroso.
edu basílio 12/01/2024minha estante
que legal :-) li o outro dele disponível em português, "brancura", e infelizmente não me conectei com a obra, com a escrita, com nada. dito isso, uma das coisas mais bacanas com a literatura é a pluralidade de experiências que um mesmo autor ou uma mesma obra nos permite ^^


edu basílio 12/01/2024minha estante
a mim de te agradecer pela oportunidade de troca de experiências, gui :-)




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