É a Ales

É a Ales Jon Fosse




Resenhas - É a Ales


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Ana Alice 15/10/2023

Eles definitivamente pensam
Não nego a qualidade do livro e tampouco faço qualquer oposição ao fato de que o seu autor foi o ganhador do Nobel deste ano. Eu só não consegui me conectar com a história.
Ainda assim, reconheço o trabalho de Jon Fosse. Embora a exploração do fluxo de pensamento não seja uma novidade na literatura (Clarice fez isso há décadas e de uma maneira sublime), gostei de como ele mesclou a psique de diferentes personagens em um só fluxo mental. Apesar de ter tornado a leitura um pouco maçante, com todas as repetições e com a pontuação (ou a falta dela) que faria José Saramago bater palmas, reconheço que esses recursos usados conseguiram enfatizar de maneira ótima a atmosfera do luto e da solidão, sofrida por Asle, e do peso das tradições e traumas familiares, por Alse. A mistura de personagens de diferentes tempos em uma só narrativa que não explicita o que é ou não real, que mistura pontos de vistas de cinco gerações e que, ainda, retrata uma experiência quase extracorpórea de Signe é, sim, confusa. No entanto, considero todas essas características como um ponto positivo a favor de Fosse, pois exprimem um estilo de escrita muito singular e autoral, o que é algo, eu imagino, que todo escritor deseja ter.
É um livro rápido com o qual não consegui me conectar emocionalmente, mas não é ruim. Recomendo a todos que desejam se aventurar pela literatura fora do eixo estaduniense e que foge um pouco do convencional.
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Alexya. 18/04/2024

Não funcionou para mim?
Imagine você, morando em uma cidadezinha, com uma casa afastada de quase tudo e sua única companhia, seu esposo, sumir!

O livro vencedor do prêmio Nobel de Literatura vem justamente com essa premissa. O livro tem um gênero chamado : fluxo de consciência, ou seja, você não consegue respirar, isso significa que ou você fica em uma leitura continua ou então perde ?o fio da meada?.

A obra tem absolutamente tudo para ser boa, afinal, ganhou um dos maiores prêmios da literatura, mas confesso que para mim, não funcionou!

A leitura se tornou chata, me perdi várias vezes, não ficou claro várias coisas. Posso dizer que o livro é ruim? Certamente, não! Mas comparado a tanta coisa boa que li este ano, ele certamente ficou lá no rabinho da fila, e eu tô sendo muito pretensiosa, tendo em vista que nunca escrevi um livro, porém creio que tenho o mínimo de propriedade ante tantas coisas que já li ao longo da vida.

É a Ales é a consciência de uma família solitária, que precisou lidar com várias tragédias e parece que não sabe mais o que fazer.

Infelizmente para mim não funcionou como esperei, por isso, acho que ele é um 6/10.
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pedrobmendes 07/04/2024

Ainda bem que é curto
Podia ser apenas um parágrafo, ele pensa, mas enrola e não acaba nunca, ele pensa, é de uma agonia chata onde tudo que você quer é o fim, ele pensa.
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Marcelo1415 17/03/2024

Cativante
Signe está deitada em um banco de sua casa no fiorde e tem uma visão de si mesma há mais de vinte anos: parada na janela esperando por seu marido Asle, no fatídico dia de novembro quando ele saiu com seu barco e nunca mais voltou. Suas memórias se ampliam para incluir a vida do casal e mais: os laços de família e os dramas que remontam a cinco gerações, até Ales, a trisavó de Asle
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Marcus 01/06/2024

Leitura difícil
O texto é diferente. Claustrofóbico, cansativo, denso. Intencionalmente confuso. Cheguei até o fim, pq era curto. E me deixou curioso. Mas não indicaria.
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gabi_tosi 14/02/2024

Quando Fosse recebeu o Nobel de literatura ano passado, resolvi ler sua obra. É difícil falar sobre É a Ales. Até agora não tenho certeza se amei ou detestei o livro. É uma leitura...diferente. Por vezes cansativa, por vezes intensa, muitas vezes confusa. Acho que só lendo mesmo para "entender".
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Nina 10/10/2023

Um livro difícil, mas surpreendente. Demorei um pouco a me conectar, mas depois me vi tomada pela história. A escrita peculiar faz isso. Me vi completamente imersa pela história e pela angústia dos personagens.
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bardo 07/10/2023

Este é mais um daqueles livros em que vale iniciar com uma advertência, apesar de termos uma digamos “historinha” aqui, ela é simples o suficiente para ser desprezada, conta-se em poucas linhas e não dá conta do que de fato está sendo tratado. Se a “historinha” é simples o labirinto de sensações que o autor joga o leitor pode ser incômodo e dar a impressão de que não se está indo para lugar nenhum e de fato não mesmo.
O que temos aqui é a demonstração de um prolongado luto ou mais exatamente o congelamento de um acontecimento, que é revivido anos a fio, dissecado, resignificado, sem no entanto uma solução. O autor habilmente nos lança na confusão mental e sentimental dos protagonistas e o livro todo transpira melancolia e um certo desamparo.
A despeito das pouco mais de cem páginas não é uma leitura fácil, o autor confunde o leitor, seja pela repetição (que pode incomodar um pouco) seja pela troca de ponto de vista, tempo, voz narrativa sem qualquer aviso. O autor literalmente troca de ponto de vista no meio de frases e como tudo se passa no nível do pensamento faz todo sentido.
A questão da repetição acredito remeta talvez a algo que a tradução não tenha conseguido captar. Me faltam conhecimentos de norueguês mas acredito que no original exista um padrão rítmico, a forma dos diálogos me remete a uma musicalidade. É como se existisse uma polifonia, um jogral de pergunta e resposta acontecendo mas que traduzido torna-se dissonante.
Cabe ainda dizer que é uma leitura um tanto sufocante, o autor não te dá espaço para respirar. Se não chega a ser um fluxo de consciência, é uma divagação, algo onírico, mas sem paradas para ser lido num fôlego só. Em suma é um livro que não vai agradar a todos, mas que no mínimo desperta a curiosidade de conhecer mais da obra do autor.
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arthur966 15/01/2024

Nem ao menos dá vontade agora que está tão claro quanto fica nessa altura do ano, e logo a escuridão vai tomar conta de tudo, ele pensa, então hoje ele vai ficar em terra firme
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nflucaa 28/02/2024

O crepitar incessante de uma ausência
Dar voz ao indizível. É isso que se diz de Jon Fosse. Aqui em ?É a Ales? Fosse realiza essa tarefa magistralmente. O quanto a ausência fala? O quanto o luto comunica? E por quanto tempo? Aqui há a voz da solidão e o exprimir da saudade.

O livro conta a história de Signe depois que seu marido, Asle, sai para o Fiorde e não volta mais. Mais de vinte anos se passam e a expectativa da volta ainda não morreu, uma espécie de não aceitação mas, conjuntamente, uma acomodação: é assim que é. Reviver no dia a dia as memórias do amado. Sentir dia após dia a presença da ausência.

O livro é escrito de forma não convencional. Várias consciências se entremeiam na narrativa e, apesar de curto, é um livro que requer bastante atenção. São várias perguntas, muitas repetições e um ritmo badalar ? o badalar da ausência, sempre presente. Alguns livros são leituras, outros são experiências. Este é definitivamente do segundo tipo. Não é um livro para todo mundo, consigo entender quem o ache chato ou intragável, mas se conseguir focar mais nas sensações do que em um objetivo final, a leitura recompensa e muito. Vale muito a pena!

É o segundo livro do autor que leio, sendo o primeiro ?Brancura?, o qual gostei bastante também. Com certeza lerei mais livros dele.

## Notes

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- ?Vejo Signe deitada no banco da sala olhando para tudo que é familiar, a velha mesa, a estufa, a caixa de lenha, o velho painel de madeira nas paredes, a grande janela com vista para o fiorde, ela olha para essas coisas sem ver, e tudo está como sempre esteve, nada mudou, mas assim mesmo tudo mudou, ela pensa, porque depois que ele desapareceu e nunca mais voltou nada mais foi o mesmo, ela simplesmente está aqui, porém sem estar aqui, os dias chegam, os dias passam, as noites chegam, as noites passam e ela os acompanha, sempre com movimentos vagarosos, sem permitir que nada deixe grandes marcas ou faça grande diferença, e será que ela sabe que dia é hoje??

- ?Nem sempre as pessoas querem alguma coisa com aquilo que dizem?

- ?existe um grande silêncio nas paredes e esse silêncio diz coisas que jamais podem ser ditas em palavras?

- ?ele ficou com ela, ele não foi embora, ele ficou ao lado dela até o momento em que simplesmente desapareceu, ela pensa, ele ficou com ela, desde a primeira vez em que ela o viu chegar, e então ele olhou para ela, e ela ficou lá parada, e os dois se olharam, sorriram um para o outro, e foi como um encontro entre velhos conhecidos, como se os dois se conhecessem desde sempre, de certa forma, e como se fizesse um tempo infinito desde o último encontro, e por isso a alegria foi tão grande, aquele reencontro deixou os dois tão alegres que a alegria tomou conta, levou-os, a alegria levou-os um na direção do outro, como se fosse uma coisa que tivesse estado ausente e faltado durante a vida inteira, mas agora estava lá, finalmente, agora estava lá, foi esse o sentimento quando os dois se encontraram pela primeira vez, totalmente por acaso, como de fato aconteceu, e não foi nada difícil, não houve nada de assustador, não, foi uma coisa natural, como se não restasse mais o que fazer?

- ?ele não gostava era de palavras grandiosas, que serviam apenas para mentir e ocultar, as palavras grandiosas, elas não permitiam que o que estava lá existisse e vivesse, mas levavam tudo para uma coisa que se pretendia grandiosa, era assim que ele pensava, e era assim que ele era, ele gostava das coisas que não se pretendiam grandiosas, ela pensa, na vida, em tudo?
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Maria1691 10/04/2024

Um livro que me levou pro mar
Um livro super curtinho. Mas muito intenso. Diferente de tudo que já li. Minha primeira impressão foi de uma poesia com os versos colados. Um parágrafo gigante. Diálogos e acontecimentos se repetem em uma linha do tempo não linear. É como se o autor pegasse as memórias de três gerações de uma família e jogasse em um liquidificador e deixasse tudo ali girando. Terminei a leitura tonta, como se também estivesse lá dentro do liquidificador. Ou, colocando na temática do livro, e na provável intensão do autor, num barco no meio de uma tormenta. Uma escrita em fluxo de consciência que me deixou reflexiva por dias. Ler esse livro foi uma experiência que jamais vou esquecer.
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Pati 30/03/2024

É a Ales é o primeiro contato que tenho com o ganhador do Nobel, escritor norueguês Jon Fosse.
Neste livro curto e impactante, conhecemos Signe, que vive a espera e o luto pela perda do marido Ales; Ales é descendente da família ocupante da casa isolada que saiu de barco décadas atrás e nunca mais voltou.
A solidão narrada é construída através de repetições e fluxos de consciência, os nomes e as ações são repetidos, o leitor se torna parte da casa isolada que foi habitada por diversas gerações da mesma família. Como Ales é duplamente um nome feminino e masculino, Signe se vê como ancestral do próprio marido, repetindo a mesma solidão, o mesmo luto e a mesma espera nesse ambiente tão inóspito e tão carregado.
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Edi 14/02/2024

O luto em pouco mais de 100 páginas
Eu gostei da forma como o luto é tratado no livro. O autor usa de uma linguagem e uma pontuação que faz com que o leitor sinta um pouco da confusão agonia da personagem. No entanto, não é uma leitura que eu indico, muito menos repetiria. Por ser um livro curto e com uma escrita tão diferente, esperava mais profundidade nas relações afetivas que foram apresentadas.
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Lurdes 24/12/2023

Claustrofóbica é como classifico minha experiência lendo É a Ales, do mais novo laureado com o Prêmio Nobel de Literatura, Jon Fosse.

O narrador, em seu ato de repetir as cenas, nos leva a uma angústia, a um aprisionamento inevitável, a uma exaustão psicológica.

Ele não repete por um capricho, repete porque os dias, as cenas, as situações, se repetem.
E se repetem porque é assim que é
Hoje é igual a amanhã
Como foi igual a ontem
Como era igual há 4 gerações, quando Ales, a trisavó de Asle, habitava esta mesma Casa Antiga, que hoje ele habita com Signe.
Asle tem este nome em homenagem a seu tio, homônimo, que faleceu ainda criança.
Esta confusão de nomes, que também se repetem, abala a individualidade dos personagens, que parecem se mesclar e se fundir.

Asle e Signe já viviam há vários anos nesta casa, que sempre foi da família dele, quando ele desaparece durante um de seus passeios de barco pelos fiordes.

Nos próximos 20 anos acompanhamos a rotina de Signe, que permanece à janela da casa, olhando para a escuridão e esperando...
Nesta espera ela vê a si mesma
E vê
Ales...

O autor nos mantém grudadas nas páginas e nos envolve por esta escuridão avassaladora.

Não sei vocês, mas sempre senti um desconforto muito grande em me imaginar vivendo em um ambiente tão isolado, frio, pouco acolhedor.

Eu via fotos de fiordes e achava tão lindos aqueles cursos de água cristalina entre as montanhas.
Me surpreendi quando Signe comenta da profundidade da água. Fui até pesquisar. Em geral são 1.300 metros de profundidade e isto torna tudo mais aterrador.

O livro de Fosse é um pouco assim, como um fiorde, uma paisagem bela, com suas águas plácidas, mas assustadoramente profundo.

Terminei a leitura muito tocada.
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abibliotecadamica 09/10/2023

Excelente.
"É a Ales" é um romance do norueguês Jon Fosse, vencedor do Nobel de literatura 2023. O livro foi publicado pela primeira vez Na Noruega em 2003, e aqui no Brasil em setembro desse ano, pela Companhia das Letras.
Trata-se de um romance fatídico e curto, de apenas 85 páginas, ambientado em 2002, que apresenta Signe, uma viúva que vive solitariamente perto de um fiorde. Continuamente, Signe se lembra do desaparecimento de seu marido, Asle, que morreu enquanto navegava com seu barco nas águas do fiorde perto de sua casa. Assim como seu próprio avô, também chamado Asle, antes dele. O autor nos apresenta os pensamentos íntimos dos personagens, não apenas os pensamentos de Signe, mas também os de Asle e os pensamentos de outros ancestrais, até mesmo os de Aliss, a tataravó de Asle. E a história se repete continuamente, em seus nomes, reflexões e fatos, com algumas interessantes mudanças de perspectiva, que não nos permite ter certeza sobre quem está pensando ou o momento exato no qual os eventos ocorreram. É um livro diferente e fascinante, que discorre sobre a solidão, a memória,a perda e a dor de uma maneira bastante incomum. Recomendo a leitura.
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